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Eleiçoes:45 dias de preparação para largar na frente - - Ação controlada para flagrar corrupção na PM

45 dias de preparação para largar na frente
Há exatos quatro anos, era dada a largada na campanha de 2014, com todas as chapas prontas, com candidatos a governador, vice, senadores e suplentes e coligações montadas para deputados federais e distritais. O novo calendário atrasa em 45 dias o início oficial do período de convencimento ao eleitor. Julho será o mês das convenções, mas, pelas dúvidas dos pré-candidatos, as definições devem ocorrer no prazo final, até cinco de agosto. Muitas incertezas e traições ainda vão tirar o sono de quem quer concorrer. Enquanto isso, os cidadãos, muito mais envolvidos nos resultados dos jogos da Copa do Mundo, não estão nada empolgados com as urnas. É o que indicam todas as pesquisas. Metade do eleitorado, por ora, prefere não votar em ninguém. Mas, mesmo apenas em acordos de bastidores, os próximos 45 dias, de costura política, poderão definir o resultado das eleições. Uma boa coligação garante imagem, tempo de televisão e recursos públicos para a campanha. Quem souber passar ileso por essa fase vai largar bem posicionado para os 45 dias de campanha real.

Ação controlada para flagrar corrupção na PM
A investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na Operação Mamon, que apontou, em novembro, um esquema de corrupção no Departamento de Logística e Finanças da Polícia Militar do DF, tem lances impressionantes. Durante meses, numa ação controlada autorizada pela Auditoria Militar do DF, houve gravações de encontros de supostos intermediários do coronel Francisco Feitosa, que era responsável pela área de Finanças, com o dono de uma empresa de manutenção de viaturas. Segundo o MP, ele pagava propina para que suas faturas fossem liberadas.

Cansado de achaque
O empresário, que se disse cansado de ser achacado, procurou a Promotoria Militar do DF para denunciar a extorsão. Disse que era pagar ao esquema ou não receber pelo serviço prestado. A partir do depoimento, os encontros passaram a ser monitorados. A Corregedoria da PM e os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atuaram na investigação. Segundo as denúncias ajuizadas pelo MPDFT, há registros de que os pagamentos pelos serviços prestados eram liberados logo depois da entrega do suborno. Teve até cheque. Feitosa nega as acusações. No processo, alega que, se houve algo irregular, seu nome foi usado indevidamente. Um dos interlocutores do empresário, Rogério Amador, é cunhado do oficial e está preso preventivamente desde a deflagração da Operação Mamon.

Suspenso processo contra coronel até depoimento de outros réus
A Auditoria Militar do DF que julga a denúncia por concussão contra o coronel da Polícia Militar Francisco Eronildo Feitosa, suspendeu a tramitação do processo até que os outros réus sejam ouvidos em juízo. Cunhado do oficial que exercia o cargo de chefe do Departamento de Logística e Finanças, Rogério Gomes Amador e um outro envolvido no caso, Clayton Gonçalves Esperandio, respondem também pelo episódio, como os intermediários do suborno, mas perante uma vara criminal comum.

Viagem suspeita
Nas investigações da Operação Checkout, que apura fraude a licitação e corrupção na compra de macas, berços e leitos hospitalares, o promotor de Justiça Luís Henrique Ishihara apura as circunstâncias em que a empresa Hospimetal, que tem sede em Araçatuba (SP), pagou passagens para que um servidor da Secretaria de Saúde, responsável pela contratação, fosse a São Paulo, justamente na época em que o negócio estava sendo fechado. O servidor viajou num dia de expediente normal sem autorização de afastamento publicada no Diário Oficial do DF, como determina a lei. A agência de turismo que emitiu os bilhetes foi alvo de busca e apreensão. O caso ocorreu em 2014, mas está sendo investigado agora.

É da bala mesmo
Na chapa de Frejat, a avaliação é de que a condenação do deputado Alberto Fraga (DEM/DF) a quatro anos de prisão, convertida a prestação de serviços, por porte ilegal de arma e de munição de uso restrito, não faz nem cócegas na candidatura dele, caso seja confirmada pelo Tribunal de Justiça do DF. É que Fraga vai construir um discurso de que, como líder da bancada da bala, defende o armamento da população como forma de defesa contra bandidos. Quem concorda com essa tese pode se sensibilizar, segundo a aposta do grupo. Ou seja, ele pode tentar usar a condenação como munição a favor.

Grupo de Costa Couto e Ibaneis lança Jaques Veloso
Quem apostou em racha errou. Os grupos do presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, e do ex-presidente da entidade Ibaneis Rocha fecharam um acordo para a candidatura nas próximas eleições. Por meio de votação, o advogado Jaques Veloso foi escolhido para concorrer à Presidência, com Cleber Lopes como vice. Juliano apoiava Veloso e Ibaneis estava ao lado da candidatura de Lopes. Mas os grupos agora vão unidos para a disputa.

Separados
O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), anda chateado com o senador Cristovam Buarque (PPS/DF). Os dois tinham, no início das tratativas para a montagem das chapas, um acordo de que estariam juntos, mas, pelo andar da carruagem, não estarão na mesma via.




Ana Maria Campos - Fotos: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A.Press - Minervino Junior/CB/D.A.Press - Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Google - Correio Braziliense


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