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Jofran Frejat (PR) - Um xeque-mate que pode afundar uma campanha - "Crise tem nome: Arruda"

Um xeque-mate que pode afundar uma campanha 
O meio político passou o dia ontem tentando entender a movimentação política de Jofran Frejat (PR). Líder nas pesquisas de opinião, com quase o dobro das intenções de voto de Rodrigo Rollemberg (PSB), Frejat tomou uma atitude arriscada. 

Pode ser um blefe, um ultimato, uma jogada de marketing ou um freio de arrumação. Se for uma despedida, foi em grande estilo. Reforçará a imagem de um gestor honesto que não aceita um balcão de negócios. Mas, se for um xeque-mate apenas para excluir desafetos da campanha, deixará consequências. Cria instabilidade que pode afugentar aliados, promover incertezas na campanha e especulações. Nada disso é positivo num ambiente de disputa e de muitas fake news. 

Mesmo que Frejat decida manter a candidatura, sempre haverá dúvidas a serem exploradas pelos adversários e boatos sobre a real intenção de concorrer até o fim. Não deixa, no entanto, de ser um gesto de coragem.

Crise tem nome: Arruda
Jofran Frejat não fala com todas as letras. Mas o grande incômodo tem nome: José Roberto Arruda (PR). O ex-governador tem feito articulações políticas relacionadas à chapa. Nos últimos dias, por exemplo, cuida de uma costura nacional para emplacar o deputado Izalci Lucas (PSDB/DF) como vice de Frejat. Em jantar com policiais militares, eleitorado que sempre o prestigiou, Arruda fez promessas em nome de Frejat e disse que as cobraria num eventual governo eleito. Frejat não gostou e subiu o tom: “Não vou fazer do meu governo um balcão de negócios”.

Irritação cada dia maior
A crise com Jofran Frejat (PR) esquentou na quarta-feira. Ele estava bastante irritado e reclamou muito de interferências do ex-governador José Roberto Arruda em sua campanha. Conversou com Valdemar Costa Neto, que comanda o PR nacionalmente, e fez um desabafo, muito nervoso, com o grupo mais próximo de sua campanha. Saiu de lá com a promessa de que esfriaria a cabeça. Mas não foi isso o que aconteceu. Há tempos, Frejat tem demonstrado contrariedade. Disse várias vezes a interlocutores que poderia desistir. Mas ninguém acreditava. Agora, ninguém mais sabe onde esse anúncio de possível desistência pode chegar.

Vai vestir a carapuça? 
O ex-governador José Roberto Arruda reagiu indignado às declarações de Jofran Frejat, principalmente das referências a “balcão de negócios”. Frejat disse ao Correio que “algumas pessoas têm pacto com o diabo” e garantiu que “não venderia a alma”. A alguns interlocutores, Arruda disse que romperia. Mas há quem acredite que ele não vai vestir a carapuça, já que Frejat em momento algum se referiu ao ex-governador publicamente.

De volta ao passado
O gesto de Jofran Frejat embolou o jogo político para a campanha, um tabuleiro que já vinha embaralhado havia meses. Se o ex-secretário de Saúde desistir de disputar a eleição, todo o grupo que se formou em torno dele deve migrar para outras pré-candidaturas, de Eliana Pedrosa (Pros), Izalci Lucas (PSDB) e Peniel Pacheco (PDT). É possível até mesmo que a dobradinha entre Eliana e Alírio Neto (PTB) se rompa. As negociações começam do zero.



Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense



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