Projeto Regula+Brasil, que permite redução de filas no SUS,
chega a Brasília - Programa será ampliado para cinco capitais brasileiras. A proposta visa
fortalecer o atendimento na atenção básica e permite qualificar e reduzir as
filas de espera no atendimento especializado
O Hospital Sírio-Libanês, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado
de Saúde do Distrito Federal estão realizando nesta semana em Brasília o
Workshop de Implantação do Núcleo de Telessaúde DF do projeto Regula+Brasil,
que integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS
(PROADI-SUS). O objetivo da ação é engajar os 250 profissionais de saúde e
adequar o projeto às especificidades do Distrito Federal, bem como visitar as
unidades atendidas.
O Regula+Brasil visa reduzir a
espera no atendimento no sistema público de saúde e zerar a fila em determinadas especialidades. Para
isso, propõe que os pacientes do SUS que necessitem de encaminhamento
especializado passem de imediato por uma avaliação feita por uma equipe de
médicos que integram o núcleo remoto de regulação. Quando surgem dúvidas o
grupo pode entrar em contato com profissionais da Unidade Básica de Saúde por
meio de linha de telefone gratuita - 0800 644 6543 - para discutir
o caso. Assim, há um ganho de tempo no direcionamento aos ambulatórios
especializados, que são avaliados de acordo com a prioridade e gravidade.
Vale lembrar que no DF o projeto tem
meta de atender 100% da fila em quatro especialidades: cardiologia,
endocrinologia, neurologia e pneumologia.
Além de Brasília, o Regula+Brasil
conta com um núcleo em Porto Alegre (RS). Até 2020, a iniciativa contará
com outras unidades em Manaus (AM), Maceió (AL) e Belo
Horizonte (MG) e outras capitais poderão ser incorporadas nos próximos anos.
Ampliação
O projeto Regula+Brasil chega a mais
cinco capitais brasileiras com o objetivo de reduzir as filas de atendimento no
Sistema Único de Saúde (SUS). O programa já em prática no interior do estado do
Rio Grande do Sul atua como um ente regulador entre o atendimento na atenção
básica e o encaminhamento para a média e alta complexidade. Com a medida, o
paciente que necessita do encaminhamento especializado passa de imediato por
uma avaliação feita por uma equipe de médicos, que participam do núcleo remoto
de regulação proposto no projeto. Esses profissionais de forma integrada a uma
rede de Telemedicina avaliam com bases em protocolos o caso do paciente com o
objetivo de acelerar o processo de direcionamento aos ambulatórios
especializados. No encaminhamento, os médicos já indicam a prioridade do caso
dentro de uma escala que vai de um a quatro de acordo com a gravidade.
A ação permite ainda que os médicos do núcleo remoto de regulação em
caso de dúvidas sobre o encaminhamento do paciente entre em contato com o
profissional da Unidade Básica de Saúde (UBS) para rediscutir o caso. A medida
vai evitar que o paciente seja encaminhado de forma desnecessária a
especialistas, além de reduzir filas de espera no atendimento. A ação
aumenta ainda a taxa de resolução na própria unidade de saúde e ajuda a
capacitar os médicos das UBS a partir da discussão de casos.
Segundo dados do projeto TelessaúdeRS, que já atua no Estado de Rio
Grande do Sul, após 20 meses de projeto foi possível reduzir o número de
pacientes em fila de espera em 50%, o tempo na fila de espera caiu em 60% e a
qualidade do encaminhamento melhorou. Observou-se também que, a partir da troca
de experiência e discussão de casos com os médicos das Unidades Básicas de
Saúde (UBS), houve um aumentou na taxa de resolução dentro da própria unidade
de saúde, evitando em 25% o número de novos encaminhamentos.
Para o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, a medida vai permitir
solucionar um gargalo da saúde, que são as filas de espera. “Estima-se que o
atendimento na atenção básica resolva 80% dos problemas de saúde da população,
ou seja, o projeto Regula+Brasil é mais uma ferramenta de qualificação para o
sistema que busca incentivar o aprimoramento e os melhores resultados em saúde
no SUS”, reforçou o ministro.
Com a ampliação do Regula+Brasil, as capitais Porto Alegre, Manaus,
Maceió, Belo Horizonte e o Distrito Federal vão começar a contar com essa
iniciativa. O projeto é mais uma ação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde,
desenvolvido pelo Hospital Sírio-Libanês em parceria com a Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Prefeitura de Porto Alegre.
O projeto irá contar com um investimento de R$ 37 milhões por meio de
isenção fiscal provenientes do PROADI. O programa possibilita que as entidades
de saúde de referência assistencial participem do desenvolvimento do SUS,
transferindo tecnologias de gestão e de atenção úteis para serem adaptadas pela
rede pública, além de desenvolverem pesquisas.
Para atender a nova demanda, incluindo as quatro capitais e o Distrito
Federal, serão instituídos dois núcleos de atendimento, um em Porto Alegre, que
já existe, e outro no Distrito Federal. Os núcleos atenderão 8 horas por dia,
por meio de um telefone gratuito, e atuarão proativamente para acelerar a
resolução de casos. “Este projeto amplia a capacitação da atenção primária por
meio da discussão de casos reais dos médicos das UBS, reduzindo o isolamento
dessas equipes e oferecendo suporte de um time remoto formado por médicos de
família e especialistas”, explica César Biselli, médico responsável pelo
projeto do Hospital Sírio-Libanês.