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Universitário aos 14, advogado aos 18, Brasiliense é o mais jovem jurista do país.


"É uma honra para mim. A advocacia é a profissão de grandes personalidades e saber que eu sou o mais jovem dessa profissão tão grandiosa significa muito para mim. O que contribuiu para que eu conseguisse chegar até aqui foi a bagagem que eu criei com os ensinamentos dos meus pais" – (Mateus Costa Ribeiro)

Brasiliense é o mais jovem jurista do país. Antes disso, posto pertencia ao irmão dele. No fim do ano, a irmã do rapaz deve se tornar a mais jovem mulher a atuar na advocacia brasileira. Conquistas precoces são fruto de esforço e também do incentivo dos pais

*Por Walder Galvão 

Aos 18 anos, a maior parte dos jovens está saindo do ensino médio, decidindo qual profissão seguir. Nessa idade, porém, o brasiliense Mateus Costa Ribeiro não apenas terminou a educação básica e definiu uma carreira como concluiu o ensino superior: ele acaba de se formar em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e ser aprovado, de primeira, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Assim, tornou-se o advogado mais jovem do país. A conquista é a realização de um sonho. “Sempre quis isso. Decidi seguir esse caminho aos 7 anos”, lembra.

João Costa Ribeiro, 50, e Rosilene Costa Ribeiro, 49, advogados e pais do jovem, não conseguem esconder o orgulho ao contar a história do filho caçula. A vida acadêmica de Mateus começou cedo. Aos 14 anos, ele foi aprovado no vestibular da UnB. A ideia de fazer o vestibular da instituição, com o apoio da família, surgiu aos 13 anos, quando o jovem fez a prova para entrar na Universidade Católica de Brasília (UCB). “Fiquei em sétimo lugar e, no ano seguinte, ampliei meus horizontes e tentei a federal. Meus pais gostaram da ideia.”

O rapaz estudou e se classificou, ainda no meio do 9º ano do ensino fundamental, aos 14 anos. “A liberação do colégio veio após entrarmos com uma liminar para que ele pudesse cursar a faculdade”, relata o pai. Em 24 horas, ele teve de fazer provas de todas as matérias da educação básica para concluir a etapa num curso supletivo. Mateus fez a pré-escola no Colégio Maria Imaculada, parte do ensino fundamental na Escola Americana de Brasília e parte, no Galois. A família garante que as comemorações apenas começaram.

“Esse momento é a coroação de um trabalho feito de sonhos”, ressalta Rosilene. Entrar na universidade tão cedo não foi problema para o então adolescente. “Não tive nenhuma dificuldade em me integrar”, diz Mateus. Apesar disso, ele não costumava revelar a idade aos companheiros de curso. “Meus colegas estão me ligando loucamente, todos surpresos com a minha idade”, diverte-se.

Vida normal
Durante o bacharelado em direito na UnB, geralmente finalizados em cinco anos, Mateus também decidiu adiantar, concluindo a faculdade em quatro, após conseguir autorização da instituição. Apesar de ter pulado etapas, ele conta que vive como um jovem comum. “Gosto de ir ao cinema, praticar mágica, assistir a partidas da Fórmula 1 e sair com os amigos”, esclarece. Ele, que completou 18 anos em fevereiro, acaba de tirar carteira de motorista e está esperando que o Detran (Departamento de Trânsito do Distrito Federal) envie a habilitação pelos Correios para poder começar a dirigir.

Priorizar os estudos, garante Mateus, não o impediu de ter momentos de lazer. “Não tive de abrir mão de nada, apenas antecipei uma fase da minha vida”, reforça. Para o futuro, o rapaz tem planos bem definidos. “Têm dois eixos da minha vida que quero continuar. Um deles é a vida acadêmica, vou fazer mestrado e doutorado. O outro é minha vida profissional: pretendo advogar, não quero fazer concurso”, frisa. Agora, Mateus pretende conciliar a vida de estudante de pós-graduação e de trabalhador.

Mateus (ao centro) com o irmão João Neto e a irmã Clarissa
Tradição familiar 
Os pais e o irmão mais velho de Mateus são advogados. Além disso, a irmã do meio, Clarissa Ribeiro, 20, também passou no exame da OAB e concluirá o curso de direito na UnB no fim do ano, tornando-se a mais jovem mulher na advocacia brasileira. “Viemos de uma família de juristas e começamos a construir essa carreira. Tenho dois irmãos advogados, um desembargador e outro juiz. O único que errou foi o que fez engenharia”, brinca. Mesmo com a família focada no campo jurídico, Mateus comenta que não sofreu pressão para escolher a profissão.

“Cresci em um ambiente em que eu via meus pais fazendo isso todos os dias. Você acaba entrando nessa realidade. Todo esse contexto familiar contribuiu muito”, conta. O irmão mais velho de Mateus, João Costa Neto, 27, foi o advogado mais jovem do país, quando se formou pela UnB aos 20 anos. No entanto, teve o posto desbancado pelo irmão este ano. Aos 25 anos, João se tornou o doutor mais novo do país, posto que o caçula da família também pretende alcançar.

Homenagem 
Na sexta-feira, Mateus foi empossado na Ordem dos Advogados do Brasil e recebeu homenagens de parentes e do secretário-geral da OAB/DF, Jacques Veloso. Durante a solenidade, Veloso parabenizou o jovem pela conquista. “Eu me sinto honrado em entregar essa licença para o advogado mais jovem do Brasil”, destaca. Mateus foi elogiado também por Diaulas Costa Ribeiro, desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). “O esforço pessoal, os talentos que ele tem são inegáveis”, declara.

Na cerimônia, Mateus recebeu uma licença para advogar legalmente por 90 dias até que a carteira definitiva fique pronta. “É uma honra para mim. A advocacia é a profissão de grandes personalidades e saber que eu sou o mais jovem dessa profissão tão grandiosa significa muito para mim. O que contribuiu para que eu conseguisse chegar até aqui foi a bagagem que eu criei com os ensinamentos dos meus pais”, finaliza o jovem. “Para alcançar um objetivo, basta acreditar e estudar bastante”, ensina.

(*) Walder Galvão  - Correio Braziliense


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