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Candidato a deputado distrital Igor Tokarski (PSB): “A Câmara Legislativa vai ter que ter papel diferente”


“A Câmara vai ter que ter papel diferente” - O candidato a deputado distrital Igor Tokarski (PSB) volta a encarar as urnas este ano, depois de tentar ser deputado federal em 2014. Passou pela estrutura de articulação política, administração regional e secretaria de governo antes de se lançar como aposta do PSB para eleger uma Câmara favorável. Ele afirma que representa uma “oxigenação de ideias” na Casa e defende com unhas e dentes a gestão de Rodrigo Rollemberg, alfinetando quem ataca a estrutura atual: os críticos “precisam conhecer a realidade da administração pública”. A entrevista completa você acompanha na página oficial do Jornal de Brasília no Facebook.
Você participou de processos como a agilização da emissão de alvarás de funcionamento e habite-se no governo Rollemberg. Acha que esse tipo de processo é o caminho a ser seguido também na Câmara Legislativa? A gente precisa da simplificação da vida da população. Precisamos de algo mais simples para gerar emprego. Nossos jovens têm que ter opção diferente do concurso público. Na administração de Brasília zeramos a fila para emissões de alvarás de funcionamento, que dá segurança jurídica para o empreendedor funcionar e contratar 10, 20 pessoas e que vai gerar renda para suas famílias. Zeramos também a fila de carta de Habite-se num momento de expansão do Noroeste. A emissão dessas cartas também ajudaria o empreendedorismo porque quando esses imóveis fossem entregues haveria ambição de fazer novas contratações com engenheiros, arquitetos, carpinteiros. Movimentaria a economia.
O governo Rollemberg teve a Câmara Legislativa dividida a maior parte do tempo. Acha que isso ajudou no debate?
O tempo que passei na articulação política foi de grande aprendizado com os deputados e assessores. Conseguimos demonstrar que os projetos eram importantes para a cidade e também para a construção de políticas públicas para a população. Em 45 dias, no fim de 2015, aprovamos mais de 40 projetos. Além das atribuições convencionais do deputado, ele pode assumir também papel de articulador, pode ser voz e braços da sociedade, e é fundamental uma democracia participativa, pois a representativa está ultrapassada. Pessoas estão se afastando quando percebem que não têm voz. Aqui em Brasília, com esse sistema híbrido, o deputado também é vereador, então é fundamental que estejamos próximos da população.

Por que acha que o governo atual gerou tanta oposição?
Eu acho que não precisamos colocar tempo para falar dos outros. Tenho orgulho do governo de que participei, comprometido com as contas públicas e me sinto parte desse mandato. Muitas coisas não puderam ser feitas por dificuldades financeiras e é preciso ter uma Câmara Legislativa parceira. Precisamos olhar para frente. Várias crises que passamos hoje no DF foram em função da falta de planejamento e precisamos construir projetos para os próximos 20 e 30 anos. A crise hídrica foi porque há várias décadas não houve preocupação com captação de água.

O acesso à Orla é polêmico por mexer com muitas pessoas. Tem como avançar o processo e melhorar?
A gente precisa avançar e foi uma conquista da população de Brasília o acesso à Orla. As pessoas que frequentam também precisam ter respeito em relação ao próximo que mora ali. É uma conquista que tem de ser feita de modo harmônico entre quem mora e quem frequenta. Precisamos avançar na urbanização, ciclovias e áreas de acesso para não haver dificuldade de compreensão do que é residencial e o que não é.

Os projetos da PPCUB e da LUOS não foram votados até o momento, apesar da expectativa. Acha viável pensar nisso ainda este ano ou acha que vai apreciar isso em um eventual mandato?
Caso não seja votado agora e eu tenha oportunidade de estar na Camara para discutir o assunto, vamos fazer. O Executivo fez várias audiências para discutir o assunto nas cidades, mas até pela separação de poderes, a Câmara tem papel de convidar a sociedade a participar da discussão.

E faltou isso nessa legislatura?
Não, foi uma questão de pauta e prioridade. Caso eu esteja nessa próxima legislatura, vou incentivar a Câmara e trazer a população para iniciarmos o próximo passo, para construir melhor a lei e o melhor uso do nosso solo.

Vários candidatos falam sobre nova mescla de secretarias e redução de comissionados. É possível conseguir isso?
É fundamental que as pessoas conheçam a realidade da administração pública antes de propor redução. Não existe parâmetro de dizer que vai reduzir ‘x’ sem conhecer a realidade. Quando assumi a Administração de Brasília, havia 200 cargos comissionados e em pouco tempo reduzimos para 60. Entendemos o tamanho que era necessário para trabalhar sem perder a qualidade do trabalho. Conseguimos fazer uma integração e é importante pensar na diminuição do custo da máquina, mas antes é preciso conhecer como funciona cada órgão, o tamanho ideal, e não se pode apenas jogar números. Tivemos 40% de redução de secretarias e eu mesmo, quando assumi as Relações Institucionais, ela estava sendo incorporada à Casa Civil e virei o secretário-adjunto.

Acha que o atual governo tem mesmo capacidade para emplacar sete ou oito aliados na Câmara, como projeta o governador?
Tomara. Estamos muito animados e são pessoas que não têm projetos pessoais, apenas esse compromisso com a cidade. Sou advogado de formação e minha profissão é a advocacia, então não vejo política como profissão: é uma missão que podemos pleitear e fazer muito bem como deputado distrital. Fazer uma composição na Câmara Legislativa é fundamental, mas precisamos de uma independência pensando na cidade, pensando em uma agenda.

A Câmara Legislativa tem como atuar mais nas questões de governo, como promover desenvolvimento econômico?
De acordo com as necessidade e o dinamismo da cidade, a Câmara vai ter que ter papel diferente. É natural essa modernização da atividade politica. Brasília tem capacidade de competir de igual para igual para atrair investimentos. Houve um projeto que passou na Câmara dos Deputados, mas nenhum deputado do DF atentou para a retirada do texto que nos dava igualdades de condições com os estados. No Senado, foi o próprio governador que articulou para que o setor produtivo entrasse na defesa do texto, e um senador do PSB fez com que o dispositivo voltasse para o texto. O presidente sancionou e, agora, já é possível fazer com que o DF crie formas de atrair investimento. Uma das coisas que conseguimos dar conclusão na Secretaria de Meio-Ambiente foi o zoneamento ecológico-econômico, que é direcionar desenvolvimento e expansão do nosso território sem que haja prejuízo à questão ambiental. Então dá para identificar áreas sensíveis e menos sensíveis e identificar onde pode haver pólos de desenvolvimento.

E como melhorar a Saúde do ponto de vista de um parlamentar?
O deputado tem função de fiscalizar. A Saúde tem orçamento de R$ 6,5 bilhões e precisa ter a identificação necessária do que está sendo investido. Tem que saber quais são as normas e leis que facilitem a gestão da saúde pública e fortalecer ações inovadoras de eficiência. Uma delas é a questão do Instituto Hospital de Base. O modelo tem que ser analisado de perto e a gente precisa replicar em toda a Saúde.

Coluna "Do Alto da Torre" - Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia - Jornal de Brasília



1 Comentários

  1. Excelente matéria! A política realmente não é profissão, como bem dito, "é uma missão"!
    Parabéns!

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