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ELEIÇÕES 2018 - ENTREVISTA: ROGÉRIO ROSSO, PRÉ-CANDIDATO DO PSD AO GDF » Oposições unidas no segundo turno

Oposições unidas no segundo turno - Rosso dará prioridade ao serviço público em um eventual mandato. Também pretende acabar com o Instituto Hospital de Base

O deputado federal e pré-candidato ao GDF Rogério Rosso (PSB) disse ontem, em entrevista ao programa CB.Poder (parceria do Correio com a TV Brasília), que o funcionalismo público será prioridade, caso seja eleito. Ele reafirmou as promessas de equiparar o salário da Polícia Civil do DF ao da Polícia Federal e de pagar a terceira parcela de reajuste aos servidores ainda nos primeiros meses de governo. Rosso acrescentou que acabará com o Instituto Hospital de Base.

Apesar de enxergar como incerto o cenário eleitoral, ele tem certeza de que a oposição se unirá contra Rodrigo Rollemberg (PSB), caso o governador alcance o segundo turno. O deputado foi o primeiro a participar da série de entrevistas que o CB.Poder fará com todos os candidatos ao Palácio do Buriti. Confira alguns trechos da entrevista:

O senhor se comprometeu, antes de ser candidato, a dar o reajuste dos servidores e também a paridade para a Polícia Civil no primeiro mês de governo, caso seja eleito. Esse compromisso está mantido?
Mantido. E só não posso ainda registrar em cartório, mas, a partir de hoje, faço isso. Você tem de ter muita responsabilidade, principalmente nesse momento de deficit fiscal, de orçamento apertado. Então, num momento de candidaturas, em uma eleição tão importante quanto esta, não dá para falar nada que você não possa fazer. Tem mais ou menos um mês e meio, dois meses, que eu tenho um grupo de consultores da Câmara, do Senado, do governo federal e do GDF —  todos especialistas em orçamento, em finanças. E, com muita tranquilidade, eu estou afirmando novamente que as primeiras medidas serão a paridade da Polícia Civil com a Federal, juntamente com os reajustes da PM e do Corpo de Bombeiros.

Quanto isso custará para os cofres públicos?
A paridade, uns R$ 600 milhões. Mas, na recomposição do fundo, com esses R$ 200 milhões a mais que o próprio governo Rollemberg errou no cálculo (colocou 3% de reajuste e é 4,5%), a paridade será dada imediatamente, e espero, logo nos primeiros meses cumprir com toda a lei, que foi aprovada e não está sendo cumprida, da terceira parcela. Vamos fazer um reajuste nas finanças.

Na sua coligação, o senhor conta com o senador Cristovam Buarque, muito dedicado à educação. Ele terá alguma participação no seu governo?
Já está tendo. Neste quase um ano de conversas, em todas as reuniões, nós sempre iniciamos com assuntos sobre o DF. Com universalização, federalização e educação integral. Muita força na educação infantil e na profissionalizante. E eu agreguei outro elemento: universidade pública do Distrito Federal. Hoje, infelizmente, a maioria dos nossos jovens não conseguem fazer UnB, poucos estão conseguindo fazer faculdade particular, e o DF é uma das únicas unidades da Federação sem a própria faculdade distrital. Só que nós temos mais de mil professores da rede pública aptos a dar aula em curso superior. Então, a nossa proposta é fortalecer o ensino infantil, médio, fundamental e profissionalizante e a universidade pública do DF.

O senhor pensa em mudar a gestão do Hospital da Criança?
Não, vai continuar do jeito que está, porque ela foi concebida assim. Eu vou acabar com o Instituto Hospital de Base. Porque eu estou recebendo todos os dias, tanto de usuários e pacientes quanto de servidores, informações de que não está melhorando o atendimento ao cidadão.

Será que não falta completar justamente o processo para que ele vire um Hospital da Criança?
A prioridade do Hospital de Base é a construção do segundo bloco. Quer fazer um laboratório como instituto, por que começar pelo maior, pelo mais complexo? Começava com um menor...

É uma propaganda do governo que as filas ficaram reduzidas, que o atendimento ficou mais rápido. Isso procede?
É uma propaganda. Vai para dentro do hospital e conversa com os enfermeiros e usuários e veja se melhorou. Piorou muito no atendimento, na falta de vagas, na falta de atenção, é como se fosse uma maquiagem. Esses são os dados que nós temos recebido.

Quais candidatos são os principais adversários?
Eu tenho cinco grandes adversários hoje: o desemprego, a falta de atendimento digno nos hospitais, a falta de ensino de qualidade, a falta de segurança e o excesso de burocracia. Com relação aos nomes colocados na campanha, eu vejo um equilíbrio de forças. O governador Rodrigo Rollemberg continua com altíssimos índices de rejeição. Eu estou no campo da oposição ao governador Rollemberg por discordar de tudo aquilo que ele fez ao longo desses três anos e meio. Hoje, eu diria que é uma eleição de dois turnos e quem vai para o segundo turno é quem tiver ali 12, 13%. Muito acirrado. Cada ponto percentual de crescimento é uma vantagem muito grande.

O senhor acha possível a oposição se unir no segundo turno?
Eu não tenho nenhuma dúvide que, se o governador Rollemberg for para o segundo turno, as oposições vão se unir. Porque o que nos une no campo da oposição é a nossa convicção de que precisamos mudar esse governo.

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No rastro de Roriz
Quem acompanhava as agendas e comícios de Joaquim Roriz se lembra. Ele andava sempre no bolso com uma característica escovinha de cabelos, daquelas que se adaptam à mão. Passava nos fios brancos, sempre deixando-os para trás. Discípulo do ex-governador, o deputado Rogério Rosso (PSD) adotou o ritual. Passou a levar o apetrecho no bolso que, segundo ele, ganhou de uma eleitora de Roriz. 



Ana Maria Campos - Coluna "Eixo Capital" - Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Correio Braziliense


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