São 21 os
candidatos que têm mais de R$ 5 milhões - Empresário que procura o Senado
declara patrimônio superior até ao do mais rico dos presidenciáveis
Dinheiro
não é problema para 21 candidaturas nestas eleições. Segundo as declarações de
bens no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, cada um destes
endinheirados tem na conta mais de R$ 5 milhões. Bem acima da média entre os
1.224 candidatos registrados. Entre mesmo entre eles um nome fica fora da
curva. O patrimônio declarado de Fernando Marques (SD), candidato ao Senado
Federal está no patamar de R$ 667.953.170,44.
Fernando de Castro Marques, presidente da União Química
Farmacêutica Nacional S/A, nos escritórios da empresa em São Paulo. - Crédito:
Hélvio Romero/AE
Marques é dono da União Química. A título de
comparação, o patrimônio do empresário farmacêutico faz sombra nos bens do
presidenciável João Amoêdo (Novo), cujas posses somam R$ 425 milhões. A conta
também deixa para trás outro pretendente ao Palácio do Planalto Henrique
Meirelles (MDB). Afinal para o Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente do
Banco Central e ex-ministro da Fazenda declarou ter R$ 377 milhões.
Outros candidatos milionários estão na corrida pelo
Senado. Fazem parte da lista: Paulo Roque (Novo – R$ 33.315.962,84), Izalci
Lucas (PSDB – R$ 8.453.062,33), João Pedro Ferraz (PPL – R$ 7.843.500,00),
Hélio Queiroz (PP – R$ 7.160.900,00) e o Juiz Everardo Ribeiro (PMN – R$
5.044.791,07). Na briga pelo Palácio do Buriti, o ex-presidente da seccional
brasiliense da Ordem dos Advogados do Brasil Ibaneis Rocha (MDB) concorre tendo
R$ 94.100.602,57.
Entre os pretendentes ao cargo de deputado federal,
Tadeu Filippelli (MDB) lidera em termos financeiros, com R$ 10.120.520,89. Na
sequência, Paulo Roriz (PSDB) tem R$ 9.493.179,33, enquanto os bens de Luis
Miranda (DEM) somam R$ 7.290.000,00. Também estão em ritmo milionário Juraci
Tesoura de Ouro (PTB – R$ 7.172.058,95), Francisco Lucio (PR – 6.310.590,00),
Paula Belmonte (PPS – R$ 5.658.598,64), Expedito Veloso (PT – R$ 5.491.826,76),
Neviton Sangue Bom (PROS – R$ 5.330.000,00) e Maria de Lourdes Abadia (PSB – R$
5.015.191,56). Na briga por votos pela Câmara Legislativa, o empresário
José Gomes (PSB) apresenta o patrimônio de R$ 33.838.344,74. Musculatura
milionária também é vista em Deusdete (PPL – R$ 12.937.542,28), Agaciel Maia
(PR – R$ 8.247.332,00), Professora Maria Antônia (SD – R$ 7.290.000,00) e
Geraldo Magela (PT – R$ 5.492.058,29).
Só, verba não leva eleição, mas ajuda
Dinheiro não ganha a eleição, mas ajuda e muito. Na
avaliação do analista político Marcelo Moraes, a micro-reforma eleitoral tentou
equilibrar as condições de competição entre ricos e pobres nas urnas. Mas,
apesar da imposição de tetos para campanhas do fechamento das portas para
doações de empresas, o poder econômico ainda é um diferencial competitivo.
“Com o encurtamento da campanha, aqueles com
candidatos com mais recursos próprios passam a ter uma vantagem sobre os
demais. O valor de doação da pessoa física é menor do que o das pessoas
jurídicas. E a doação pelo CNPJ é mais fácil do que pelo CPF”, argumenta. Além
disso o novo modelo, favorece os nomes com melhor relação com as executivas do
partidos.
“Quem for próximo a executiva, tem mais chance de
ser beneficiado pelo Fundo Eleitoral”, explica. Apesar das distorções
econômicas ainda estarem presentes, Moraes julga que houve avanço. “A micro
reforma foi um passo para o equilíbrio, no qual a escolha do eleitor será em
função de propostas e não de pirotecnia de campanha”, conclui.
Entenda
Riqueza não importa, mas apenas se é
lícita Não se pode medir um candidato pela declaração do Imposto de Renda,
segundo o analista político Marcelo Moraes. “Não importa o quanto o candidato
declarou. O que importa é se a origem do dinheiro é lícita. É bom trazermos
novos players para a política. E a vida política não medida por uma declaração
do IR alta ou baixa. Ela é democrática. E um candidato bem sucedido tem um bom
cartão de visitas”, comenta.
Os tetos eleitorais brasilienses são: para
governador no primeiro turno, R$ 5.600.000; em um eventual segundo serão R$
2.800.000. Para senador, são R$ 3.000.000 , para deputado federal, R$
2.500.000, e para distrital, R$ 1.000.000.
As novas regras também impõem limites para as
doações de pessoas físicas.
(*) Francisco Dutra – Fotos: Hélvio
Romero - Blog - Google - Jornal de Brasília