ELEIÇÃO-DF 2018 » Dinheiro curto na campanha - Com
restrições a doação de empresas, candidatos tentam montar estratégia com
recursos do Fundo Partidário e vaquinhas virtuais. Entre os postulantes ao
Palácio do Buriti com fôlego econômico estão Rodrigo Rollemberg (PSB), Ibaneis
Rocha (MDB) e Alberto Fraga (DEM)
*Por Helena Mader
Sete dos 11 candidatos ao Governo do Distrito Federal receberam doações
de campanha que somam R$ 6,1 milhões. Entre os políticos na disputa pelo
Senado, o total dos recursos arrecadados chega a R$ 3,5 milhões. Esta será a
primeira eleição local após a proibição de empresas doarem dinheiro para os
concorrentes na disputa eleitoral. Os partidos se organizam para atender à
pressão dos candidatos por recursos, enquanto muitos recorrem a vaquinhas para
tentar abastecer a campanha.
Entre os que disputam o Palácio do Buriti, o candidato à reeleição,
Rodrigo Rollemberg (PSB), é o que mais conta com receitas até agora. Ele
arrecadou R$ 2,82 milhões só de recursos do Fundo Partidário. O PSB, legenda do
chefe do Executivo, repassou R$ 2,8 milhões, e o PV, do candidato a vice da
chapa, Eduardo Brandão, cedeu R$ 20 mil para a campanha. No sistema do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ainda não constam gastos detalhados de Rollemberg,
apenas uma despesa de R$ 1 mil em combustível.
O segundo postulante ao Palácio do Buriti com mais recursos à disposição
até agora é Ibaneis Rocha (MDB), que tem receitas de R$ 1,2 milhão. A
totalidade do montante veio de recursos próprios do advogado, que é
ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF e, desde os anos
1990, atua principalmente na área trabalhista. Ibaneis não vai usar recursos do
Fundo Partidário.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM) reuniu R$ 1 milhão para sua
campanha até agora, dinheiro que veio do diretório nacional de seu partido. Ele
ainda não registrou despesas. Rogério Rosso (PSD) registrou receitas de R$
730,3 mil junto à Justiça Eleitoral. Foram R$ 700 mil em doações do empresário
Fernando Marques (SD), da farmacêutica União Química, que é candidato ao Senado
da chapa de Rosso, além de R$ 30,3 mil de outras pessoas físicas.
Eliana Pedrosa (Pros) arrecadou R$ 229,5 mil, dos quais R$ 200 mil
vieram do PTC, partido que compõe a aliança da ex-deputada distrital, e R$ 11
mil saíram dos cofres do Pros, sua legenda. Além disso, a candidata recebeu R$
18,5 mil de pessoas físicas, principalmente pessoas de sua família. A
representante do PSol, Fátima Sousa, registrou receitas de R$ 72,3 mil,
dinheiro oriundo do Fundo Partidário.
Alexandre Guerra (Novo) soma arrecadação de R$ 63,4 mil. O partido é
contra o uso de dinheiro do Fundo Partidário. Entre as receitas do candidato,
R$ 20 mil vieram de recursos próprios e R$ 12,4 mil saíram de doações por
campanhas de financiamento coletivo, as chamadas vaquinhas virtuais. Dos gastos
declarados por Guerra, os maiores valores foram para o impulsionamento de
conteúdo nas redes sociais. Júlio Miragaya (PT), Antônio Guillen (PSTU), Paulo
Chagas (PRP) e Renan Rosa (PCO) ainda não têm prestações de contas registradas
na Justiça Eleitoral.
Senado
Entre os candidatos ao Senado, quem mais tem recursos à disposição para
a campanha é Cristovam Buarque, que disputa a reeleição pelo PPS. O parlamentar
possui receitas que totalizam R$ 1,4 milhão. Desse valor, R$ 1,1 milhão são
oriundos do Fundo Partidário e R$ 300 mil foram doados por Fernando Marques. O
empresário, que também concorre ao Senado, doou R$ 1 milhão para a própria
campanha.
Como o Correio mostrou na última sexta-feira, Marques é o segundo maior
doador pessoa física do país, com repasses que somam R$ 2,1 milhões a vários
candidatos de sua coligação. Perde apenas para o ex-ministro da Fazenda e
candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, que desembolsou R$ 20
milhões. Cristovam Buarque registrou despesas em total de R$ 473,6 milhões, dos
quais 97% foram para a produção do programa de rádio e TV.
Izalci Lucas (PSDB) tem à disposição R$ 500 mil, só do Fundo Partidário
do PSDB. O candidato do PRP ao Senado, Fadi Faraj, declarou arrecadação de R$
50 mil, só de recursos próprios. Chico Leite (Rede) tem receitas de R$ 266 mil
— R$ 260 mil do Fundo Partidário e R$ 6 mil de vaquinhas virtuais. O campeão de
recursos com financiamento coletivo é o candidato Marivaldo Pereira, do PSol.
Ele arrecadou R$ 213,5 mil, dos quais R$ 206,5 mil vieram de plataformas de
vaquinha da internet.
Chico Sant’anna (PSol) registrou a entrada de R$ 3,2 mil. Danilo Matoso
(PCO), Juiz Everardo Ribeiro, Hélio Queiroz (PP), João Pedro Ferraz (PPL),
Leila do Vôlei (PSB), Marcelo Neves (PT) ainda não têm receitas e despesas
registradas no Tribunal Superior Eleitoral.
Proporcional
Entre os candidatos a deputado federal e distrital, os representantes do
PR são os maiores beneficiados com dinheiro do Fundo Partidário até agora.
Flávia Arruda, que concorre a federal, recebeu R$ 2,4 mil da direção do
partido. Ela gastou R$ 269 mil, mais da metade com pesquisas, mas também com
criação de site, adesivos, aluguel de carros e material impresso. Candidato à
reeleição, o deputado federal Laerte Bessa, correligionário de Flávia, teve
repasses de R$ 2 milhões do PR. A sigla também distribuiu dinheiro entre os
concorrentes a uma vaga de deputado distrital. Agaciel Maia e Bispo Renato,
candidatos à reeleição, receberam R$ 900 mil cada um. Sandra Faraj conta com R$
250 mil do PR, e Dr. Gutemberg, com R$ 150 mil.
O PT aposta em Érika Kokay e investiu R$ 500 mil do Fundo Partidário na
campanha à reeleição da federal. No PP, o principal nome é de Celina Leão, que
tem R$ 1 milhão do partido para sua candidatura a deputada federal. O
ex-vice-governador Tadeu Filippelli recebeu pouco mais de R$ 1 milhão do MDB
até agora para sua campanha a federal. Ele só gastou até agora R$ 3 mil, com
locação de bens móveis. Candidato a deputado federal pelo Podemos, Professor
Paco recebeu dinheiro de dois partidos: foram R$ 490 mil de sua própria sigla,
além de R$ 250 mil que vieram do PSD, legenda que compõe a sua coligação.
Muitos políticos têm tirado dinheiro do próprio bolso ou da conta de
familiares para bancar a campanha. Candidato à reeleição, o deputado distrital
Robério Negreiros (PSD) declarou receitas de R$ 510 mil. Todos os recursos
vieram do parlamentar e de seus familiares. Paula Belmonte (PPS), que concorre
a federal, usou R$ 351 mil de recursos próprios. Eduardo Pedrosa (Pros),
sobrinho de Eliana Pedrosa, reservou R$ 250 mil da própria conta para gastar na
campanha de distrital. Também sonhando com uma cadeira na Câmara Legislativa,
Juraci Tesoura de Ouro (PTB) usou R$ 200 mil da própria fortuna para tentar se
eleger.
Campanhas turbinadas - Arrecadação por candidato ao governo
Alberto Fraga (DEM): R$ 1.000.000,00
Alexandre Guerra (Novo): R$ 63.475,00
Antônio
Guillen (PSTU): Não há prestação de contas
Eliana Pedrosa (Pros): R$ 229.500,00
Fátima
Sousa (PSol): R$ 72.305,76
Ibaneis Rocha (MDB): R$ 1.200.000,00
Júlio
Miragaya (PT): Não há prestação de contas
Paulo Chagas (PRP): Não há prestação de contas
Renan
Rosa (PCO): Não há prestação de contas
Rodrigo Rollemberg (PSB): R$ 2.820.000,00
Rogério
Rosso (PSD): R$ 730.380,00
TOTAL: R$ 6.115.660
(*) Helena Mader – Foto/Ilustração: Blog - Google - Correio Braziliense
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ELEIÇÕES 2018