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ELEIÇÕES 2018 » Mobilidade urbana é desafio para candidatos - (Com 1,7 milhão de veículos e um transporte público deficiente, as vias do Distrito Federal estão cada vez mais congestionadas)


Com 1,7 milhão de veículos e um transporte público deficiente, as vias do Distrito Federal estão cada vez mais congestionadas

Mobilidade urbana é desafio para candidatos - Dez dos 11 concorrentes a governador enviaram ao Correio os projetos para melhorar o trânsito e o transporte público. Mas, contando com dinheiro da União, a maioria não detalhou as ideias nem estimou o valor das obras

*Por Ana Viriato

Entre os principais dilemas dos candidatos ao Palácio do Buriti, está o tracejo de estratégias para garantir um transporte de massa com equidade social e desafogar o trânsito no Distrito Federal, onde há 1,7 milhão de veículos registrados no Departamento de Trânsito (Detran-DF), média de um habitante por 1,74 carro. Em agendas de campanha, os concorrentes tratam a mobilidade urbana como uma das prioridades e listam dezenas de promessas — da expansão do metrô à redução das tarifas de ônibus.

O Correio pediu que eles listassem os cinco principais projetos para o setor de forma detalhada, apontando custos, fonte de recursos, duração das obras e público-alvo. Dez dos 11 candidatos enviaram as sugestões (veja Quadro). Só o professor Guillen (PSTU) deixou de atender às ligações e mensagens.

A ampliação do metrô em Ceilândia e Samambaia, além da construção de estações na Asa Norte, está entre as prioridades de quatro deles: Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Rogério Rosso (PSD). Apenas o candidato à reeleição apresentou a estimativa de custos das obras, R$ 700 milhões. Todos apontaram como fonte de recursos a União — em janeiro, o Ministério das Cidades liberou R$ 275,5 milhões para a expansão dos trilhos em Samambaia, com contrapartida de R$ 40 milhões do GDF.

A criação de um trem regional que ligue a Rodoferroviária a Luziânia (GO), projeto idealizado na gestão do ex-governador Joaquim Roriz , é avaliada por Pedrosa, Rosso e a professora Fátima Sousa (PSol). Nenhum dos três, contudo, apontou o valor da proposta. “Como é algo que envolve o Estado de Goiás, nosso vizinho dividiria o restante dos custos conosco”, explicou Pedrosa.

As obras para a viabilização do trânsito do BRT ou VLT aparecem nos planejamentos de nove candidatos. De acordo com Rollemberg, as intervenções para a implantação do BRT no Eixo Oeste (Brasília-Taguatinga-Brasília), Eixo Norte (Planaltina-Sobradinho-Brasília) e Eixo Sul custarão R$ 1,6 bilhão. No caso do VLT, a maioria dos postulantes pretende implementá-lo entre a W3 Norte e Sul, para ligar os dois terminais. Ainda conforme estimativas do socialista, a obra custa R$ 700 milhões.

Ibaneis Rocha (MDB), Rosso e Rollemberg priorizam, ainda, novas ciclofaixas e ciclovias. O parlamentar e o advogado não detalharam as ações. O socialista pensa em ampliar a infraestrutura cicloviária em 500 km. A construção de viadutos figura entre as prioridades da maioria. Os locais apontados variam: Recanto das Emas, Lago Sul, Águas Claras, Riacho Fundo, EPIG e outros.

Tarifas
Júlio Miragaya (PT) disse pretender diminuir de 20% a 25% os valores dos bilhetes de ônibus. Fátima Sousa planeja liberar o acesso ao metrô em domingos e feriados, “para que as famílias trabalhadoras possam ter direito a viver tudo o que o DF tem a oferecer”.

Paulo Chagas (PRP) projeta a criação de um sistema de transporte coletivo exclusivo para o Plano Piloto. A ideia do militar reformado é estabelecer terminais em pontos estratégicos. Com as medidas, uma passagem daria direito à circulação por toda a cidade. “Os planos detalhados serão concluídos durante o ano de 2019 e os recursos, alocados para 2020 em diante”, adiantou.

O general também quer implementar a Zona Azul, para “evitar que as vagas fiquem ocupadas o dia todo por trabalhadores da própria área, dificultando o uso rotativo por clientes e usuários; e substituir os atuais “flanelinhas” por agentes de estacionamento”.

Rosso e Ibaneis pretendem instalar parquímetros pela cidade. As propostas visam restringir o número de automóveis em áreas críticas, como o Setor Comercial Sul.

“Políticas de Estado”
Professor do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e doutor em Transportes, Edson Benício afirma que o maior desafio do governador eleito será unir medidas com efeitos a curto e longo prazos. “O candidato eleito precisa implementar políticas de Estado, e não de governo. O problema da mobilidade urbana não pode ser resolvido em quatro anos. É necessário pensar adiante, sem deixar de lado as questões emergenciais”.

O especialista pontuou que, de pronto, a criação de uma série de viadutos e o alargamento das vias podem livrar a população de impasses diários. Contudo, destacou que as medidas não resolvem o problema de forma definitiva. “É um ciclo: se você amplia o espaço para a circulação de carros, acaba por incentivar o uso de veículos. Pouco tempo depois, precisará aumentar as pistas novamente”.

A solução de congestionamentos, portanto, passa pela implementação de transporte de massa adequado. “Precisamos incentivar a população a deixar os carros em casa. Isso só é possível com meios de transporte que garantam segurança, comodidade e rapidez. O módulo que mais faz migrar é o sob trilhos. É nele que devem ser concentrados investimentos”, defende.

Promessas: Dez dos 11 candidatos ao Palácio do Buriti elencaram as cinco principais propostas para a mobilidade urbana do DF.

Alberto Fraga (DEM)
»Implementação do VLP na W3 Sul e Norte;
»Ampliação do metrô em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte;
»Construção do túnel rodoviário de Taguatinga da Praça do Relógio à EPTG;
»Viadutos nas entradas do Recanto das Emas e do Riacho Fundo I;
»Ampliação de faixas na EPNB e EPVP.

Alexandre Guerra (Novo)
»Incentivar a circulação dos coletivos;
»Implantação de sistema de controle e de vias prioritárias/ faixas exclusivas;
»Instituir um sistema de gestão compartilhada do sistema de transporte integrado entre DF e Entorno;
»Uso de tecnologia adequada a cada segmento da demanda;
»Sistema de informação ao usuário eficiente;
»Implantação de rede de calçadas com acessibilidade.

Eliana Pedrosa (Pros)
»Transporte de passageiros na linha férrea entre Brasília e Luziânia;
»Finalização do corredor do Eixo Norte para o trânsito do BRT;
»Construção de viadutos em Águas Claras, Recanto das Emas, Riacho Fundo, EPIG e Gama;
»Expansão do metrô em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte;
»Implementação do VLT que ligaria o Sol Nascente, em Ceilândia, à Taguatinga.

Fátima Sousa (PSol)
»Revisão de contratos de empresas do sistema de transporte, ampliação da frota e dos horários de circulação de ônibus;
»Fortalecimento da fiscalização e fusão entre metrô e TCB;
»Metrô gratuito aos domingos e feriados;
»Conclusão do BRT Sul e adequação do corredor da EPTG;
»Implementação do trem entre Brasília e Luziânia e instalação de paradas mais amplas.

Guillen (PSTU)
»Não retornou as mensagens e ligações

Ibaneis Rocha (MDB)
»Criação de 85 linhas de vans para alimentar o metrô, ônibus e o VLT;
»Construção do túnel de Taguatinga e término da obra prevista na região do SIA/Octogonal;
»Implementação, em centros urbanos, de estacionamento rotativo com parquímetros;
»Viadutos no Recanto das Emas, Riacho Fundo, Paranoá, Itapoã, Sobradinho e Lago Sul;
»Ônibus com linha direta entre Taguatinga e o Plano Piloto

Júlio Miragaya (PT)
»Implantação de 50km de faixas exclusivas para ônibus;
»Implantação dos BRTs Oeste (Ceilândia) e Norte (Sobradinho e Planaltina);
»Redução das tarifas das passagens de ônibus, de 20% a 25%;
»Regularização do Passe Estudantil e instituição do Passe para desempregados;
»Obras para resolver principais estrangulamentos de trânsito no DF.

Paulo Chagas (PRP)
»Construção de terminais no Plano Piloto e implementação do VLP em faixas exclusivas;
»Criação do programa pelo qual uma única passagem por dia dará direito de circular por todo o Plano Piloto;
»Instauração da Zona Azul;
»Resgatar e avaliar o projeto de uso dos trilhos ferroviários para a operação de metrô de superfície;
»Aumento da segurança dos passageiros e trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo.

Renan Rosa (PCO)
»Estatização de todo o sistema de transporte público;
»Criação de Conselhos Populares para aprovar ou vetar ações relacionadas à mobilidade;
»Construção de túneis e viadutos.

Rodrigo Rollemberg (PSB)
»Finalização de projeto e obra do Expresso Oeste;
»Obras de extensão do Expresso Sul até a Estação de metrô Asa Sul;
»Implementação do Expresso Norte;
»Ampliação do metrô em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte;
»VLT na W3 Sul e Norte;
»Mais 500 km de ciclovias/ciclofaixas;
»Construção e ampliação de Terminais para integração.

Rogério Rosso (PSD)
»BRT na região de Sobradinho/Planaltina e expansão para Valparaíso de Goiás e Luziânia;
»Criar vias de acesso e implantar definitivamente a Via Interbairros;
»Viadutos e intervenções viárias, como o do Recanto das Emas e Jardim Botânico;
»Expansão do metrô em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte
»Instalação de parquímetros digitais.


(*) Ana Viriato – Fotos: Breno Fortes/CB/D.A.Press (Arte Google) – Correio Braziliense




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