"A mulher não pode ser vítima de violência
doméstica e sair apenas com um papel da delegacia" Leila do Vôlei (PSB)
"Vou articular e conseguir investimento e o
Fraga terá muito trabalho para executar, porque grana vai ter" Izalci
Lucas (PSDB)
"Temos contribuição do Estado, do empregador e
do contribuinte. Porém, há grupos que jamais contribuíram" João Pedro
Ferraz (PPL)
Candidatos ao Senado, Leila do Vôlei (PSB), João Pedro Ferraz (PPL), e
Izalci Lucas (PSDB) têm posições diferentes sobre aborto, maioridade penal e
Estatuto do Desarmamento. Em entrevistas ao Correio, os três defenderam
propostas caso eleitos
Promessas de renovação política, destinação de emendas para o Distrito
Federal e opiniões opostas sobre o enfrentamento à sensação de insegurança
marcaram as entrevistas que o Correio Braziliense realizou ontem com três
candidatos ao Senado Federal pelo DF. João Pedro Ferraz (PPL), Leila do Vôlei
(PSB) e Izalci Lucas (PSDB) foram os sabatinados, e contaram também como
pretendem atuar no Congresso Nacional em relação às reformas trabalhistas,
tributária e da Previdência.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, a medalhista olímpica pelo
vôlei de quadra em 1996 Leila Gomes garante que a falta de experiência no
Legislativo não vai atrapalhá-la no Senado Federal. Parte da chapa do
governador Rodrigo Rollemberg (PSB), a candidata, que busca ser a primeira mulher
a assumir uma cadeira do Senado pelo DF, se posicionou contrária ao aborto “em
todos os casos”.
Ainda garantiu que terá como prioridade lutar por mais rigidez na Lei
Maria da Penha. “A mulher não pode ser vítima de violência doméstica e sair
apenas com um papel da delegacia.” A atleta é favorável a que o próprio
delegado possa decretar medida protetiva para manter o agressor longe da
vítima.
Em relação à segurança pública, Leila diz que não é favorável a entregar
armas para cidadãos comuns. “O Estado tem que se equipar, ter tecnologia e
inteligência para tirar a arma do traficante e do crime organizado”, pontuou.
Leila também é contrária a reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos em
casos de crime hediondo. “O jovem precisa é de educação, oportunidade, esporte
e lazer.”
Atuação
nas reformas
O advogado João Pedro Ferraz, que disputa uma vaga no Senado pelo PPL,
afirma que atuará como uma nova via em um momento de falta de credibilidade na
classe política. O candidato busca uma cadeira no Congresso Nacional para atuar
em uma “revisão radical” da reforma trabalhista. “Impôs um grande prejuízo aos
empresários e não teve debate necessário”, pontuou.
Sobre a Reforma da Previdência, o candidato afirmou que é necessário
transparência sobre a real situação. “Falta uma auditoria absolutamente
independente que traga luz ao povo”, diz. O advogado destacou também que a
Previdência é um encargo de toda a sociedade. “Temos contribuição do Estado, do
empregador e do contribuinte. Porém, há grupos que jamais contribuíram”,
afirmou, sem destacar qual.
Membro da chapa de Ibaneis Rocha (MDB), o advogado defende a eleição de
João Goulart Filho (PPS) à Presidência da República. Mas, em um segundo turno
entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), o candidato ao Senado afirma
que não teria dúvidas em votar no petista. João Pedro se posicionou também em
relação a temas relacionados a segurança que estão sendo debatidos no Congresso
Nacional. Assim como Leila do Vôlei, o advogado é contrário à redução da maioridade
penal e à revogação do Estatuto do Desarmamento.
Luta
por emendas
Membro da chapa de Alberto Fraga (DEM), o deputado federal Izalci Lucas
(PSDB), que disputa uma vaga no Senado Federal, afirma que atuará na luta por
emendas para o DF. “O papel do senador é também trazer investimento para a sua
cidade, e nós não temos isso. Não se resolve só com artigos, mas precisa da
experiência. Sou contador e auditor, por isso conheço muito. Vou articular e
conseguir investimento e o Fraga terá muito trabalho para executar, porque
grana vai ter”.
O deputado federal se apresentava como candidato ao GDF, mas abriu mão
para apoiar Fraga. “Prefiro dividir e sonhar junto com alguém”, explicou. Se
eleito, a atuação prioritária de Izalci no Senado será nas reformas em debate,
como a política, a previdenciária e a tributária.
Em relação à segurança pública, Izalci mostra posicionamento contrário
ao dos demais candidatos entrevistados ontem pelo Correio. Ele defendeu a
redução da maioridade penal, afirmando que o jovem de 16 anos também vota e
decide o futuro do país, então tem que ter responsabilidade pelos atos. Em
relação à revogação do Estatuto do Desarmamento, Izalci é favorável, mas com
critérios. “Não defendo para todos, é preciso ter pré-requisitos. Mas em áreas rurais,
por exemplo, deve haver a autorização, porque, se algo acontecer, uma viatura
não tem nem tempo para chegar”, disse.
(*) Bruna Lima – Pedro Grigori – Fotos: Carlos Vieira/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
Tags
ELEIÇÕES 2018