Enquanto Rodrigo Rollemberg participou de sabatina na Fecomércio... Dia de ataques na corrida ao GDF - Rodrigo Rollemberg e Ibaneis Rocha fizeram ontem críticas mútuas nas agendas de campanha. Para o governador, as promessas de reajuste do adversário são uma irresponsabilidade. O advogado classificou o atual governo como péssimo
Ataques e críticas marcaram o dia dos candidatos ao GDF ontem. Entre promessas de regularização fundiária e apoio ao comércio, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e Ibaneis Rocha (MDB) se atacaram duramente durante compromissos de campanha. Dos dois lados, sobraram farpas e acusações sobre propostas e o desempenho dos adversários.
O governador Rodrigo Rollemberg foi sabatinado na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio/DF). O tema central era o desenvolvimento econômico e social da capital. O candidato do MDB, Ibaneis Rocha, também seria ouvido pela entidade, mas cancelou a participação alegando dificuldades para conciliar agendas. A Fecomércio lamentou a ausência e destacou que sabatinas e debates fortalecem a democracia e ajudam o eleitor a decidir o voto.
... O advogado Ibaneis Rocha fez caminhada no Riacho Fundo 2 - Rollemberg fez diversas críticas ao adversário. O principal ponto
questionado pelo governador foi a promessa de reajustes para diversas
categorias do funcionalismo público. “É uma irresponsabilidade, que pode
produzir resultados nefastos, se ele vier a ganhar a eleição, porque vai
produzir uma frustração, um nível de insatisfação e indignação tão grande dos
servidores, que essa cidade viraria um caos”, afirmou o governador.
Ao responder perguntas feitas pela Fecomércio/DF, Rollemberg destacou a
importância da Agência de Fiscalização (Agefis) para o DF, mas reconheceu a
necessidade de mudanças. “A Agefis é um órgão indispensável para o DF, mas ela
precisa ser permanentemente modernizada. Se não houvesse Agefis, seria o caos
total do DF”, declarou. Questionado sobre o crescimento do comércio ilegal, ele
defendeu a legalização dos informais. “É muito importante fazer todo o
cadastramento para que a gente possa organizar os dias e os locais em que eles
podem trabalhar.” Para isso, de acordo com o governador, seria cobrada uma taxa
simbólica dos comerciantes.
“Bem contra o mal” : Para Ibaneis Rocha, o governo de
Rollemberg deixou “um rastro de passado muito ruim”, o que explica, para ele, o
maior número de siglas apoiando o emedebista na disputa pelo segundo turno —
ontem, o Solidariedade formalizou apoio ao advogado. “É uma aliança do bem
contra o mal. Eles não querem que o Rodrigo (Rollemberg) continue, porque
entendem que ele fez um péssimo governo e traiu todos os seus compromissos e
todas as pessoas que o ajudaram a chegar lá (ao posto de governador)”, afirmou
o advogado, que completou dizendo que os apoios não foram fechados em troca de
cargos públicos.
A declaração foi feita durante caminhada no Riacho Fundo 2. O candidato
do MDB acrescentou que a cidade está abandonada e garantiu que vai regularizar
os lotes da região. “Durante um período, foram dados terrenos divididos para
duas pessoas e, até hoje, eles não têm escrituras. Legislação aprovada no
Congresso Nacional, no último ano, nos permite hoje fazer a regularização
desses terrenos do modo que eles estão e queremos dar essa legalização aos
moradores”, pontuou.
Especialista vê tendência nacional no DF: Na avaliação de
especialistas, os números da pesquisa do Instituto Opinião Política —
encomendada pelo Correio e divulgada ontem — indicam cenário com pouca chance
de mudanças, a não ser que ocorra algo inesperado até as eleições. Segundo o
levantamento, Ibaneis Rocha (MDB) tem 75,3% dos votos válidos, e o governador
Rodrigo Rollemberg, 24,7%. “Os números mostram que a distribuição dos votos
favoreceu Ibaneis. Aqueles eleitores de outros candidatos, acima de tudo,
também estavam votando contra a administração de Rollemberg”, avalia o doutor
em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto. “Ele
(governador) teria de fazer uma campanha negativa contra o Ibaneis muito
forte.”
De acordo com Barreto, as eleições deste ano e os números da pesquisa
mostram que a população não se contentou apenas com discursos de ética,
moralidade e responsabilidade fiscal. “Rollemberg pautou-se bastante nisso e,
no final das contas, os eleitores estão fazendo a leitura de que somente essas
coisas não são suficientes”, explica.
O especialista em políticas públicas pela UnB e professor de ciência
política da Universidade Católica de Brasília Emerson Masullo também destaca a
transferência de votos de outros concorrentes para o fortalecimento de Ibaneis
no 2º turno. “Ibaneis mostra tendência do eleitorado nacional de buscar novas
figuras políticas. Em Minas, a gente vê trajetória semelhante com Romeu Zema e,
no Rio de Janeiro, com Wilson Witzel.
Mesmo com os resultados negativos, Rollemberg acredita na virada.
“Conheço o sentimento das pessoas e posso assegurar que o candidato Ibaneis não
tem índice tão grande”, defendeu. Para Ibaneis, é preciso manter o ritmo. “As
pessoas vêm me pedir ajuda. Sentem que falo a verdade quando digo que vou
trabalhar para melhorar a vida delas. Não existe campanha ganha”, ressaltou.
Alexandre de Paula – Pedro Grigori – Fotos: Ed Alves/CB/D.A.Press –
Renato Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
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