No fim do mandato, Rollemberg cria plano de saúde
para servidores - Apesar de aprovarem a medida, sindicalistas foram
pegos de surpresa. Gestão socialista é marcada por greves e paralisações do
funcionalismo
Nos
últimos dias de uma gestão marcada pelo embate com os sindicatos, o governador
Rodrigo Rollemberg (PSB) publicou edital para a contratação de plano de saúde e
odontológico para os servidores públicos. Segundo o Governo do Distrito Federal
(GDF), o orçamento de 2019 prevê cerca de R$ 40 milhões para cobrir a concessão
do benefício.
Pelas
regras, integrantes da carreira do funcionalismo local poderão contratar o
plano por meio de consignação. A adesão será facultativa e o GDF subsidiará
parte do valor. De acordo com a Secretaria de Planejamento (Seplag), a previsão
é de que a medida seja implementada no primeiro semestre de 2019, já na gestão
de Ibaneis Rocha (MDB).
A abertura do credenciamento de
empresas interessadas em prestar o serviço foi publicada no último dia 9, no
Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Segundo o texto, as empresas que
prestam assistência médica interessadas na parceria devem oferecer atendimento
ambulatorial dentro do DF e serviços de urgência e emergência em todo o país.
Adesão voluntária
O benefício poderá ser usado por servidores ativos, inativos, dependentes
legais e pensionistas. O prazo para as empresas apresentarem propostas vai até
o dia 9 de dezembro. De acordo com a Seplag, o edital “busca atrair as
propostas mais vantajosas economicamente, ou seja, de menor preço para os
servidores”.
A
administração dos planos de saúde e odontológico será de responsabilidade do
Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Distrito Federal (Inas),
ligado à Seplag. A pasta não soube informar quantas pessoas poderão ser
atingidas com a iniciativa e ressaltou que a adesão será voluntária.
Briga com sindicatos
A publicação surpreendeu os dirigentes sindicais. Para o presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista do Distrito Federal (Sindser), André Luiz da Conceição, a medida é tardia, mas positiva.
A publicação surpreendeu os dirigentes sindicais. Para o presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista do Distrito Federal (Sindser), André Luiz da Conceição, a medida é tardia, mas positiva.
Ao contrário do que os governantes pensam, não é
privilégio. Lutamos há muitos anos e entendemos que, com a implementação dos
planos, os servidores teriam atendimento médico adequado, o que diminuiria o
número de atestados e de licenças, impactando positivamente para o Estado" - (André Luiz da Conceição, presidente do Sindser)
Já o
dirigente do Sindicato dos Servidores (Sinpro) Samuel Fernandes pondera que
ainda é cedo para qualquer comemoração. “Não houve diálogo com as categorias,
estamos no escuro. Pode surgir, por exemplo, um plano que seja mais oneroso do
que os convencionais, dependendo do subsídio que será dado pelo GDF”, alertou.
Atualmente, os servidores da Educação recebem um
auxílio-médico de R$ 200. “Valor que não dá para pagar uma consulta. Passamos
quatro anos sem receber qualquer benefício. Rollemberg deu calote e não pagou a terceira parcela do reajuste. Só na gestão
dele, nossas perdas salariais chegam a 40%”, criticou.
Policiais civis ficam de fora
Segundo a publicação no Diário Oficial, o benefício será aplicado a todos os servidores públicos que se enquadram na Lei º 840 de 2011, assim excluindo os policiais civis. “É mais um tapa na nossa cara. A medida é ótima, necessária. Mas, mais uma vez, a Polícia Civil foi excluída. E em um assunto que é dos mais caros para nós. Fica clara a perseguição da atual gestão aos policiais civis”, disparou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco.
Segundo a publicação no Diário Oficial, o benefício será aplicado a todos os servidores públicos que se enquadram na Lei º 840 de 2011, assim excluindo os policiais civis. “É mais um tapa na nossa cara. A medida é ótima, necessária. Mas, mais uma vez, a Polícia Civil foi excluída. E em um assunto que é dos mais caros para nós. Fica clara a perseguição da atual gestão aos policiais civis”, disparou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco.
Em nota, a direção do Sindicato dos Empregados em
Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde) considerou a medida como
bem-vinda, mas ponderou que “encara com surpresa uma licitação dessa
envergadura no fim de um mandato, ainda mais depois que o governador não
conseguiu a reeleição”.
Ao longo dos seus três anos e 11 meses de
mandato, Rollemberg teve de lidar com dezenas de paralisações de
servidores públicos e termina sua gestão brigado com os principais
sindicatos. O governo do socialista chegará ao fim sem que seja paga a
terceira parcela do reajuste salarial concedido a 33 categorias durante a
administração do ex-governador Agnelo Queiroz (PT).
Por Gabriella Furquim - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília - Metrópoles