Wilson de Paula, atual secretário de Fazenda do DF
Que balanço faz da Administração Rollemberg na área
das finanças?
Acredito que um dos grandes legados desta gestão é
ter retirado o Distrito Federal da falência iminente. Hoje poderíamos estar em
uma situação de caos nas finanças públicas semelhante aos estados do Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Não fosse a determinação da
equipe econômica de reequilibrar as contas desde o primeiro dia de Governo,
acredito que as tantas conquistas – e foram muitas, em um cenário nacional de
crises política e econômica, não seriam alcançadas.
Quais foram os principais avanços?
Foram diversos. Mas, trazendo para o lado
econômico, vou citar o trabalho de reduzir e otimizar os gastos públicos; o
crescimento da receita tributária entre 2014 e 2017, de cerca de 24% (nominal);
a reformulação da previdência local e a instituição da Previdência
Complementar; a captação de recursos e a modernização da Gestão Fiscal do DF,
pautada pela mudança de postura de um Fisco menos repressor para um mais
colaborativo. Um grande destaque também foi o aperfeiçoamento dos canais de atendimento
da Secretaria com a ampliação dos serviços fazendários nos postos do Na Hora, a
migração de 100% dos serviços voltados à pessoa física para o Atendimento
Virtual e a renovação dos canais digitais do órgão.
O que gostaria de ter executado e não foi possível
tirar do papel nesse período?
Conseguimos avançar bastante na agenda de entregas,
mas gostaria de ter simplificado mais o cumprimento das obrigações fiscais; de
ter eliminado procedimentos burocráticos e algumas exigências previstas na
legislação, além de obrigações acessórias que entendo como desnecessárias e dar
posse aos futuros servidores concursados da Fazenda/DF (o edital do certame
deverá ser publicado no fim de janeiro).
Que conselho daria ao seu sucessor?
Primeiramente, desejar boa sorte ao meu sucessor e
à equipe do novo governo. Torço pelo bem de Brasília e pela melhoria da
qualidade de vida da população. Sugiro apenas que persiga incansavelmente o
equilíbrio fiscal do DF para que não tenhamos que sofrer, novamente, com a
sombra das crises vividas por todos nos últimos anos.
Espaço no governo ou mandato
Há uma aposta no meio político de que a deputada
Celina Leão (PP), eleita federal, possa assumir um cargo no governo Ibaneis
Rocha. Não agora. Mais para a frente, especialmente se ela conseguir a
absolvição na denúncia da Operação Drácon. Se isso ocorrer, Tadeu Filippelli
(MDB), primeiro suplente, pode virar deputado federal. Esse é o sonho do
emedebista, mas Celina parece bem animada com as perspectivas do mandato na
Câmara.
Na primeira instância
Com as novas regras para foro especial, que foram
restringidas pelo STF, a denúncia da Operação Drácon vai baixar para a primeira
instância. O processo que tramita perante o Conselho Especial do Tribunal de
Justiça do DF será agora analisado pela oitava vara criminal de Brasília. Deve
ter uma sentença mais rápida. Pode ser uma boa ou má notícia para os
réus.
Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio
Braziliense