Facções
*Por Circe Cunha
Segundo fontes da inteligência da Polícia Civil, desde 2001, grupos
diversos do crime organizado, cujas principais lideranças se encontram presas
em várias penitenciárias espalhadas pelo país, tentam se fixar no Distrito
Federal e, a partir da capital do país, estabelecer uma importante base de
comando e controle uniforme em todo o território nacional.
Das unidades da federação, o Distrito Federal é a única região que, por
enquanto, não está sob o domínio dos diversos grupos que, há anos, agem no
Brasil, principalmente a partir do Rio de Janeiro e de São Paulo, suas áreas de
origem. Para os chefões dessas organizações não se pode conceber que, apesar de
ultrapassarem muitas fronteiras no Sul do continente, ainda não tenham um
importante núcleo fixado na capital. A polícia também conhece esse desejo
estratégico dessas organizações e vem empreendendo operações visando
desarticular a instalação dessas facções no Distrito Federal. Operações mais
recentes, como a Tabuleiro, Palestina, Legião, Prólogo e Hydra, provam o
intento dos criminosos.
A questão é complicada e requer uma vigilância constante não só dentro
dos presídios superlotados, onde essas facções recrutam mão de obra a cada
instante, mas também fora das cadeias, onde os criminosos montam um rede de associados
e de assistidos, para continuar se expandindo. O trânsito intenso de visitantes
nesses estabelecimentos é outra fonte de preocupação para os agentes da lei.
Levando e trazendo informações as visitas, sejam de parentes sejam de
advogados, ajudam a manter um corredor livre entre os que estão detidos e
aqueles que estão nas ruas, criando um canal constante de informação e, em
alguns casos, abastecendo os próprios criminosos.
Com isso, tem aumentado as prisões de advogados, alguns, inclusive, com
missões muito específicas delegadas pelos chefões dessas facções e que nada têm
a ver com a função de defensoria desses marginais. Ontem, 10 Grupos de Atuação
Especial Contra o Crime Organizado (Gaecos) do Ministério Público, deflagram
múltiplas operações contra integrantes de facções criminosas em 15 estados e
também no Distrito Federal.
De acordo com o Ministério Público do DF, a operação foi coordenada pelo
Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do MPDFT (Nupri) com
apoio do Gaeco local e da Polícia Civil do DF. Na ação foram cumpridos
vários mandatos de prisão e de apreensão contra integrantes desses grupos, em
diversas regiões do Entorno da capital, o que deixa patente a intenção de eles
se estabelecerem definitivamente no Distrito Federal. É uma obsessão constante
desses criminosos para expandir seus negócios.
É sabido que essas facções buscam também se infiltrar no Legislativo
federal, por meio de financiamento a candidatos ligados às organizações. Com o
dinheiro, a logística e o poder de convencimento que têm, essas organizações
imaginam que mais dia menos dia chegarão para ficar na capital. A única
garantia da sociedade de que esse dia jamais chegará é dada pela atuação
diuturna dos grupos de combate ao crime organizado
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A frase que foi pronunciada
“Não dá para pedir desculpas, porque o PT chegou no segundo turno.”
(Gleisi Hoffmann, presidente do PT)
Presos
»Estelionatários que agiam com idosos em caixas eletrônicos de bancos
foram presos. Sempre oferecendo ajuda, ou roubavam os dados, ou terminavam as
operações depois de despistar o cliente, ou até usavam aparelhos que clonavam
os cartões. O major Michello Bueno, porta-voz da PMDF, contou que foram meses
para descobrir, com o apoio dos bancos, o modus operandi dos bandidos.
Impossível
»Crateras espalhadas pelo Plano Piloto e Regiões Administrativas mostram
a baixa qualidade do asfalto nas vias da capital. Apesar de impostos e pardais
para todos os lados, o governo não faz a parte dele e o motorista fica com o
prejuízo.
Muda já
»Errado o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Ministério
Público do Trabalho. Os profissionais que fazem a coleta de lixo pendurados em
caminhões têm 100% de risco de perder a vida ou ter a saúde comprometida. Faça
sol, faça chuva, eles estão sempre sem segurança, com o corpo todo de fora dos
caminhões, respirando os detritos diretamente colocados à frente. É um absurdo
que os lixeiros trabalhem nessas condições diante dos nossos olhos.
Nome
»Foi Carlos Penna Brescianini quem estruturou a implantação do ramal
Ceilândia do Metrô-DF entre 2006 e 2008. É um bom nome para o governador
Ibaneis. Técnico e independente.
Final feliz
»Dessa vez, depois de o cliente respirar fundo ao atender uma ligação da
Claro, resolveu ouvir a pobre atendente, que até ali havia sido evitada. Era
uma promoção para quem tinha Claro Conta. Um telefone de R$ 800 estava
custando R$ 260. Era verdade e, por enquanto, todos viveram felizes nessa
história.
Uma pena
»Começa a cair a qualidade da Feira do Paranoá. Sujeira por toda parte,
carnes de porco com os animais à vista, peixes e frangos expostos de maneira
perigosíssima para a saúde.
(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha –
Correio Braziliense – Foto - Charge: andreaguiarilustrador.blogspot.com -
cartacapital.com.br /Ilustração: Blog - Google