Ibaneis quer criar “Cidade Inteligente”, com 200 mil vagas de
emprego- A ideia é erguer
empreendimento em 7 milhões de metros em local ainda não definido. Fazer um
Polo de Flores e Frutas também está na pauta
A gestão Ibaneis Rocha (MDB) tem planos
ambiciosos para reduzir o desemprego no Distrito Federal. O novo governo quer
construir o que seria a primeira Cidade Inteligente da América Latina, com
previsão de abertura de pelo menos 200 mil postos de trabalho. A ideia é erguer
o empreendimento em um terreno de 7 milhões de metros quadrados em local
ainda a ser definido.
As informações constam no Relatório do Governo de Transição 2019-2022. O
documento de 170 páginas, ao qual o Metrópoles teve
acesso, norteará a gestão do emedebista pelos próximos quatro anos.
Na descrição do projeto, o Cidade Inteligente seria criado e
administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável. No
entanto, não há detalhe sobre o que seria a iniciativa nem como os postos de
trabalho seriam criados. À pasta caberá ainda construir políticas públicas
para o surgimento de outro programa voltado à geração de emprego e renda: o
Polo de Flores e Frutas
Embora o documento não esmiúce o tema, segundo a União
Europeia, o conceito de cidade inteligente
corresponde a “sistemas de pessoas interagindo e usando energia,
materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico
e a melhoria da qualidade de vida”.
Esses fluxos de interação, de acordo com o departamento de projetos
da Fundação Getúlio Vargas, “são considerados inteligentes por fazer uso
estratégico de infraestrutura e serviços e de informação e comunicação, com
planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e
econômicas da sociedade’.
Durante a campanha eleitoral, o novo chefe do Executivo local afirmou
que uma de suas bandeiras seria fomentar a economia da cidade com vistas ao
incremento na criação de ofícios formais. A mais recente Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF) mostra
que ainda há um exército de desempregados na capital do país: são 308 mil
pessoas em busca de colocação profissional.
Críticas ao Pró-DF
Outro pilar a ser erguido na tentativa de reduzir a massa de desocupados passa pela reformulação do Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do DF.
Outro pilar a ser erguido na tentativa de reduzir a massa de desocupados passa pela reformulação do Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do DF.
Na visão da equipe de Ibaneis Rocha, o Pró-DF “encontra-se com diversas
pendências que precisam ser resolvidas, a fim de retomar o andamento da
funcionalidade do programa. A situação presente não permite que cumpra com seus
objetivos”, descreve o grupo de trabalho responsável por analisar a questão
econômica na nova gestão.
Criado para aquecer a economia do DF, a
segunda etapa do Pró-DF II fracassou e tem custado caro aos cofres
públicos, como revelou o Metrópoles em julho de 2018. Segundo
auditoria do Tribunal de Contas do DF (TCDF), entre uma série de problemas
identificados, houve insignificante geração de empregos, renda, receita
tributária e desenvolvimento econômico e social.
As conclusões da Corte de Contas mostram que apenas 12% das
empresas estão funcionando nos moldes previstos pela Lei n° 3.196/2003, que criou o Pró-DF II. A maioria dos
imóveis construídos ou utilizados para o programa teve desvio de
funcionalidade: 71% deles hoje estão destinados à locação, o que não poderia
ocorrer.
Parque Tecnológico improdutivo
O relatório elaborado pela equipe de transição de Ibaneis ainda destaca o subaproveitamento do Parque Tecnológico Capital Digital, o Biotic, que, segundo o GT de Ciência e Tecnologia, teve sua proposta de implementação “totalmente alterada” pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), sem a “devida consideração das demandas da sociedade civil organizada”.
O relatório elaborado pela equipe de transição de Ibaneis ainda destaca o subaproveitamento do Parque Tecnológico Capital Digital, o Biotic, que, segundo o GT de Ciência e Tecnologia, teve sua proposta de implementação “totalmente alterada” pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), sem a “devida consideração das demandas da sociedade civil organizada”.
Por fim, a transição emedebista sentencia: “O
resultado é um subaproveitamento do potencial que esse polo oferece”
Inaugurado em 21 de junho deste ano, o prédio onde foi erguido
o Biotic possui 10 mil metros quadrados de área construída e teve
investimento total de cerca de R$ 40 milhões, provenientes da Fundação de
Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF).
58 grupos de trabalho
As informações contidas no Relatório do Governo de Transição (2019-2022), produzido pela equipe de Ibaneis nos dois meses que sucederam as eleições. O documento foi elaborado por 58 grupos de trabalho temáticos.
As informações contidas no Relatório do Governo de Transição (2019-2022), produzido pela equipe de Ibaneis nos dois meses que sucederam as eleições. O documento foi elaborado por 58 grupos de trabalho temáticos.
Foram compilados dados do plano de governo do
emedebista, como compromissos feitos durante a campanha; e do documento
elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico
do Distrito Federal (Codese), intitulado “O DF que a gente quer 2018-2030”.
Além disso, foram ouvidas entidades e representantes de comunidades.
Esse conjunto inicial de proposições será usado para orientar o início
da nova gestão. É um resumo sistematizado, com desenho organizacional das
pastas, cargos, funções e atribuições que compõem a administração do novo
governo. Nele, existem diagnósticos, metas e propostas de solução de problemas.
Saulo Araújo - Foto: Daniel Ferreira - Metrópoles