Terceira federal mais votada no DF, Bia Kicis quer presidir a CCJ - Dizendo ser qualificada para ocupar o cargo, a deputada federal do PRP
ressaltou a importância da comissão para a governabilidade do presidente Jair
Bolsonaro (PSL) - Bia Kicis também defendeu a ideologia de gênero e fez
críticas ao secretário de eduçação do DF, Rafael Parente
Terceira deputada federal mais bem votada pelos brasilienses no pleito
eleitoral de 2018, Bia Kicis (PRP) concedeu entrevista nesta quarta-feira (9/1)
ao programa CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. No
debate, a parlamentar garantiu que irá se candidatar à presidência da Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ), que seria repassada à base aliada do
presidente Jair Bolsonaro (PSL), conforme ficou definido no acordo de apoio à
reeleição de Rodrigo Maia (DEM) como presidente da Câmara da Câmara dos
Deputados.
A deputada frisou que o apoio do PSL à candidatura do democrata à
presidência da Câmara está diretamente ligado ao encaminhamento da CCJ ao
partido. “Sem isso não tem acordo. Estou me ocupando com a questão da Câmara,
pois tenho meu interesse de presidir. Precisamos dar governabilidade ao
presidente e a CCJ é a comissão mais importante e por onde todos os projetos
passam”, destacou. Bia Kicis citou ter competência para presidir a comissão.
“Sou leal ao Bolsonaro e tenho capacidade técnica. Tem outros deputados do
partido que querem participar da comissão, mas sou a única que lançou
candidatura”, ressaltou.
A parlamentar confirmou durante a entrevista que o governo tem a
intenção de incluir os militares na Reforma da Previdência. Citando que a
questão sempre esteve na pauta de Bolsonaro ainda como parlamentar, a deputada
disse não ter dúvidas de que o projeto será aprovado. “É preciso que eles sejam
olhados com certo cuidado. Tem que ter uma diferença, mas eles irão entrar sim.
Faremos isso para a população respirar aliviada. O cenário é de esperança. A
destruição nos últimos governos foi tamanha e não dá para reconstruir o Brasil
sem abrir mão de um pouco. O presidente não quer que as pessoas tenham sustos,
mas haverão sacrifícios”, pontuou.
Bia Kicis destacou ainda que, diferente do apontado por especialistas, o
presidente Jair Bolsonaro está completamente convicto da necessidade da
reforma. “Iremos nos debruçar sobre esse tema no Congresso para aprovar o
quanto antes. Não teremos voto de cabresto. Sempre há algo que precisa ser
negociado e voltar para trás. O importante é a consciência de que a reforma é
necessária”, frisou a deputada, que garantiu não existirem divergência na
equipe econômica de Bolsonaro. “Todo início tem algum descompasso e é preciso
tempo para acertar o discurso. Paulo Guedes e Bolsonaro se respeitam. Bolsonaro
é o chefe e a equipe está bem afinada”, garantiu.
Para ela, depois da aprovação da reforma da previdência, o governo
poderá se concentrar em outras reformas importantes para o país. “O governo vai
estar tranquilo para passar os outros projetos. Temos as reformas tributária e
da política, que são sérias e temos que fazer. Mas não dá para ser junto com a
Previdência”, analisou. Bia Kicis defendeu que o financiamento de empresas
volte a ser adotado em uma futura revisão do sistema político brasileiro. “O
fundo de campanha é uma vergonha e não se pode gastar tanto dinheiro público
para candidato. As empresas precisam poder doar. Esse tema vai voltar, pois temos
muitos liberais no Congresso. Temos que combater financiamento público. No
Brasil, a corrupção é grande e a impunidade maior. Se tiver um sistema penal
que puna o criminosos essa farsa acaba”, indicou.
Questionada sobre as polêmicas envolvendo os filhos do presidente, Bia
defendeu Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, destacando que eles estão na
política por escolha da população. “Está muito cedo para esse tipo de crítica.
Eles são conselheiros naturais do pai. Ele confia, criou e todos são ligados à
política. Não vou arriscar dizer se eles serão porta-vozes. O presidente vai
decidir isso e certamente será alguém que ele confie e que passe a mensagem sem
distorção”, afirmou, criticando, em seguida, o crescimento do patrimônio de
Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quem gerou insegurança na população foi ele, que recolhia cocô de elefante no
zoológico e hoje é um bilionário”, rebateu.
Críticas a
Rafael Parente: Ao comentar
sobre a questão da ideologia de gênero nas escolas, a parlamentar fez duras
críticas a Rafael Parente, secretário de educação do Distrito Federal na gestão
de Ibaneis Rocha (MDB). “Eu fui eleita com um número expressivo de votos por
pessoas que não concordam com a doutrinação e a ideologia de gênero. Não posso
concordar com a indicação do Rafael como secretário. Se você pega o histórico
dele, vê que ele sempre defendeu a ideologia nas escolas. Ele dizia que tirar
seria um retrocesso, que existem vários gênero. Quase todos os eleitores do
Ibaneis votaram na Bia ou no Bolsonaro e o combate a ideologia é um dos temas
mais importantes do plano de governo do presidente”, destacou.
Convidado do CB.Poder da última segunda-feira (7/1), Rafael Parente
garantiu que irá implementar 100% das promessas de campanha de Ibaneis,
inclusive a de "não dar espaço à chamada ideologia de gênero. “O
secretário fez um aceno de boa vontade e reconheceu que a ideologia de gênero
existe nas escolas. Quero entender a proposta dele e ver quais serão os
próximos passos, pois existem outras manifestações marcadas. Ele é uma ameaça
às nossas crianças. Se ele levar adiante fica superado”, indicou. “O Rafael
também chamou o presidente de Nazista. O Bolsonaro está ciente disso. Eu acho
que cabe uma retratação por parte dele”, continuou.
Danilo Queiroz - Especial para o Correio Braziliense