A hora da disciplina nas escolas
*Por Circe Cunha
*Por Circe Cunha
Ainda é cedo para avaliar o projeto-piloto Escola de Gestão
Compartilhada, até por uma razão lógica: trata-se de um projeto, ou seja, de um
teste para ser avaliado a posteriori as consequências desse modelo de gestão e
disciplinar a ser implantado em algumas escolas da rede pública do Distrito
Federal.
A bancada de esquerda na Câmara Legislativa, obviamente, se posicionou
contra o projeto, assim como o Sindicato dos Professores, dominados há anos por
esses partidos. Pressionados pelos sindicalistas, muitos professores, com medo
do patrulhamento ideológico intenso, têm se colocado contrário à proposta e
ainda vêm induzindo os alunos a adotarem a mesma oposição.
Essa antecipação de posição por parte da esquerda que domina a educação
em todo o DF, além de preconceituosa e reacionária, prova mais uma vez que essa
gente não deixa espaço aberto para o diálogo e não abre mão do status quo
mantido por décadas. O fato é que sob a gestão e orientação desse grupo
ideológico, ao longo dos anos, a qualidade do ensino tem declinado. E o que é
pior: a violência e as drogas, dois dos grandes males sociais de nossa época,
já adentraram nas escolas, fazendo de professores e alunos as vítimas.
É certo que a entrada da disciplina de característica militar em algumas
escolas não tem o dom de, por si só, melhorar os índices de qualidade da
educação, mas, em casos específicos, pode melhorar, e muito, a questão da
disciplina em ambientes conturbados. Há muito os dirigentes das escolas e,
principalmente, os professores perderam o respeito dos alunos.
Hoje, em muitas escolas, os professores simplesmente não conseguem dar
aula ou manter os alunos nas salas e estudando. Professor que ousar chamar a
atenção de algum aluno corre risco de vida. A disciplina é não só no Brasil,
mas em todo o mundo, reconhecida como o requisito fundamental para o processo
de aprendizagem.
Muitos países com tradições democráticas mais antigas e aperfeiçoadas do
que a nossa colocam a questão da disciplina à frente de todo processo
educativo. Não é por outro motivo que muitos pais de alunos têm expressado
receio em colocar seus filhos nas escolas públicas, e optado pelo ensino em
casa (homeschooling).
Na verdade, quando os partidos de esquerda e seus satélites,
representados pelos sindicatos, se posicionam contra a chegada da disciplina
nas escolas, estão cumprindo à risca o que diz a cartilha da revolução
gramsciana para a tomada do poder: “Não tomem quartéis, tomem escolas e
universidades, não ataquem blindados, ataquem ideias.”
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A frase que foi pronunciada
“A disciplina é a chama refinadora através da qual o talento se
transforma em capacidade.”
(Roy Smith, treinador)
(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Foto: Ana Rayssa/CB/D.A.Press - Correio
Braziliense