Brasileirão,
Mundial Sub-17 e Supercopa: entenda por que de repente a agenda do Mané pode
bombar
O Mané
Garrincha é um elefante (branco) de sorte. De repente, o noticiário ficou
favorável ao estádio mais caro da Copa 2014. Na semana em que registrou o pior
público da história — 60 pagantes no duelo entre Real e Santa Maria pelo
Candangão — e foi desprezada pelo Vasco para o clássico contra o Botafogo pela
Taça Rio, a arena de R$ 1,7 bilhão virou alvo de várias competições e pode ter
uma agenda bombada em 2019.
Vamos por
partes… É ano de Copa América. Brasília não é cidade sede do evento,
mas deve virar destino dos clubes da Série A um mês antes do início da
competição continental, em 14 de junho. O Comitê Organizador Local do evento
vai preparar e reservar o gramado de cada estádio utilizado na competição
(Maracanã, Morumbi, Arena Corinthians, Mineirão, Fonte Nova e Arena Grêmio) a
partir de 14 de maio. Consequentemente, os jogos neste período serão restritos
e dependerão de avaliação e inspeções periódicas de uma consultoria contratada
pela organização do torneio. O controle dos estádios é 100% da organização nos
dias de jogos e na véspera das partidas,
O embargo
afetará em cheio os mandos de campo do Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, São
Paulo, Grêmio, Corinthians e Bahia. Todos terão de procurar um plano B nos 30
dias anteriores ao início da Copa América. É aí que o deficitário Mané
Garrincha entra na história. O blog apurou que a dupla Fla-Flu tem sido
procurada para fechar pacote de jogos em Brasília no período sem Maracanã.
Vasco (São Januário) e Botafogo (Nilton Santos) têm casa própria. Entretanto,
também estão sendo assediados para trocar o Rio pela capital em algumas
exibições do Brasileirão.
A regra
para a comercialização do mando de campo continua a mesma do ano passado: as
equipes poderão vender até cinco confrontos durante o Campeonato Brasileiro,
desde que contem com a concordância do time visitante e da Federação do clube
mandante. Esse recurso não será permitido nas últimas cinco rodadas, ou seja,
da 34ª para frente. No ano passado, o Vasco realizou dois jogos em Brasília. O
Fluminense veio ao DF uma vez. Corinthians e São Paulo devem se acomodar no
Pacaembu. O Cruzeiro, na Independência. O Bahia, no Pituaçu. A tendência é que
o Grêmio se mude temporariamente para o interior nesse período.
Uma fonte
disse ao blog que o Mané Garrincha também passou a ser alvo do
Mundial Sub-17. O torneio seria disputado no Peru. Porém, o país vizinho não
cumpriu as exigências da Fifa e a entidade máxima do futebol deve oficializar
em breve o Brasil como substituto. O Mundial estava previsto para ser disputado
em oito cidades: Chiclayo, Ica, Lima, Chimbote, Piura, Tarapoto, Tacna e
Trujillo. Seis seleções estão classificadas: Austrália, Japão, Coreia do Sul,
Tajiquistão, Nova Zelândia e o anfitrião Peru, que seria substituído pelo
Brasil.
Em 2017,
a Índia fez um torneio enxuto, em apenas seis cidades. No total, são 24
seleções espalhadas pelas sedes. Erguido no padrão Fifa, o Mané coloca Brasília
na rota do torneio previsto para 5 a 27 de outubro. Com o imprevisto da troca
do Peru pelo Brasil, é possível que o evento seja adiado para novembro.
Brasília
também está na mira da Supercopa do Brasil. A retomada do torneio disputado em
1990 e 1991 abrirá a próxima temporada, provavelmente em janeiro, com um
tira-teima entre o campeão da Copa do Brasil e o vencedor do Campeonato
Brasileiro. Na inauguração do estádio, o GDF chegou a cogitar a criação de um
evento semelhante batizado de Copa da República, nos mesmos moldes da
Supercopa. A ideia não prosperou. A intenção da CBF é levar a decisão em jogo
único a estádios deficitários do Mundial 2014. Brasília (Mané Garrincha), Natal
(Arena das Dunas), Cuiabá (Arena Pantanal) e Manaus (Arena Amazônia) são os
primeiros da fila.
Certo por
linhas tortas, o elefante (branco) de sorte pode garantir (mais) um ano de
sobrevivência.
(*) Marcos Paulo Lima – Coluna "Drible de Corpo" - Foto: Marcelo
Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense