Bia Kicis
dispara contra Jean Wyllys: “Extremamente covarde” - Recém-chegada à Câmara dos
Deputados, a deputada do PSL reapresentou o projeto de lei que cria a Escola
sem Partido
Eleita
para o seu primeiro mandato na Câmara, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF)
gosta de polêmicas. Logo após a posse, reapresentou o projeto conhecido como
Escola sem Partido. Justificou que, depois de ele ter sido arquivado na Casa,
ela trouxe alterações significativas à proposta.
Rival
declarada do ex-deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), Bia chamou de “golpe de
marketing” a renúncia do parlamentar ao terceiro mandato federal. Kicis
processou Wyllys por uma postagem nas redes sociais. Na época do impeachment de
Dilma Rousseff (PT), ele publicou uma foto com a então ativista e seu grupo com
o dedo para cima. Na legenda, provocou: “Levanta a mão quem quer receber uma
fatia dos R$ 5 milhões”. Ele foi condenado a pagar R$ 40 mil à parlamentar.
Agora, mesmo tendo baseado a sua renúncia em
supostas ameaças de morte, a deputada não poupa o desafeto de críticas. “[Jean
Wyllys foi] extremamente covarde. E digo mais: eu não acredito nem um pouco
nessas ameaças”, disse a representante do DF, em entrevista exclusiva ao Metrópoles.
Assista à íntegra da entrevista: Bia comparou a atitude de Wyllys
com a do presidente Jair Bolsonaro (PSL), seu correligionário, diante do
ataque sofrido na campanha pelo então candidato ao Planalto.
“O nosso
candidato à Presidência da República tomou uma facada, enfrentou com coragem, é
presidente, está lá na terceira cirurgia e despachando. A gente não pode querer
que todo mundo seja corajoso. Tem pessoas que são covardes, fazer o que, né?”,
comparou.
Com o
anúncio de que Wyllys sairia do país, a deputada já se precaveu para receber a
bolada que ganhou na Justiça. Os bens do parlamentar, segundo ela informa,
estão bloqueados para pagar a dívida. “Eu já estou cuidando para que os
bens dele respondam. Ele pode estar lá onde estiver, mas a juíza já despachou
para que ele pague o que me deve. Eu não vou deixar barato, não”, declarou. “O
dele está guardado”, prosseguiu.
“Rodrigo Maia não!” - A principal bandeira do PSL ao longo das eleições de 2018 foi a
defesa do movimento “nova política”, que consistia na entrada de novos nomes no
tabuleiro eleitoral. Kicis se elegeu com esse mote. Tanto é que, tão logo o seu
partido decidiu apoiar Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a reeleição a presidente da
Câmara, ela não gostou.
Eu dizia: ‘Rodrigo Maia não! Renan menos ainda! Nós
queremos mudança!’. Graças a Deus, o Renan foi colocado para fora da
presidência do Senado. No caso do Rodrigo Maia, não houve outra candidatura
viável, que representasse o novo" - (Bia
Kicis, deputada federal pelo DF)
Para a
deputada, o democrata se mostrou a “alternativa viável” para o partido ter
na Câmara espaços para viabilizar o projeto do novo governo. “Ele foi a pessoa
viável que surgiu para dar governabilidade. Nós viemos com uma proposta de
mudarmos o Brasil, mas você não muda nada se não tiver meios de mudança”,
pontuou.
A
estratégia, segundo ela, é que Maia sirva para aprovar a agenda econômica e as
medidas de segurança, que serão prioridade do governo Bolsonaro nos dois
primeiros anos de mandato. Já nos dois últimos anos, a gestão do capitão da
reserva do Exército pretende, de acordo com a deputada, colocar a pauta de
costumes no plenário. Nesta fase, em sua opinião, será necessário alguém mais
alinhado com os propósitos mais conservadores.
Mas, até lá, o PSL negocia. E parte das negociações
envolve a presidência do principal colegiado da Câmara, a disputada Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), para a qual Bia Kicis lançou o seu nome e faz
campanha. “Temos quatro candidatos no partido e – me desculpem os adversários,
mas – sou a melhor”, disse a parlamentar, que é advogada e foi procuradora do
Distrito Federal por 24 anos.
Além dela, o Metrópoles mostrou
que estão no páreo Marcelo Freitas (MG), Felipe Francischini (PR)
e Coronel Tadeu (SP).
Advogada, a estreante na Câmara Bia Kicis foi procuradora do DF por 24
anos, agora quer presidir CCJ
Corrupção: Ao falar das suspeitas de corrupção que recaem sobre o filho mais velho do
presidente Jair Bolsonaro, o agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ),
Bia Kicis primeiramente destacou que o partido que antagoniza com o PSL, o PT,
também teria pessoas corruptas entre os seus filiados: “E o filho do Lula?”,
questionou. “O governo do PT é o próprio crime organizado”, acusou a deputada.
Na sequência, porém, ela recorreu à fala do próprio
presidente há duas semanas, quando as denúncias contra Flávio começavam
a incomodar o Planalto. “O Flávio há de ser investigado, e eu acho que o
Bolsonaro já disse. Se ele tiver feito alguma coisa errada, ele tem que pagar.
Eu nunca vi o Lula falar isso dos filhos dele”, resumiu.
Previdência: Sobre a reforma da Previdência, a
deputada considera ser necessário passar por um processo de transição e
defendeu a inclusão dos militares na reformulação pretendida pelo governo, mas
com tratamento “diferenciado”. “Que respeite as peculiaridades do regime
deles”, observou. “Mas eu acho que eles têm que entrar sim e dar sua cota de
sacrifício”, ponderou.
Por
Luciana Lima – Guilherme Waltenberg – Fotos: Daniel Ferreira –
Metrópoles
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