"Já prevendo grande número de aposentadorias, entre setembro e
outubro, chamaremos mais uma turma para o curso de formação" (Ibaneis
Rocha, governador)
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez acenos a
policiais militares e a novos distritais ontem. Dois dias depois de confirmar
que concederá paridade do salário da Polícia Civil com a Polícia Federal, o
chefe do Executivo local atendeu uma das reivindicações da PM ao antecipar a
nomeação de servidores para a corporação. Aos parlamentares estreantes na
Câmara Legislativa, divulgou a concessão de verba de cerca de R$ 43 milhões
para a execução de emendas.
Cerca de 120 novos policiais começam na próxima segunda-feira o curso de
formação, que tem duração de três anos. Desde 2017, os aprovados aguardavam a
nomeação. Em discurso, Ibaneis prometeu que, até outubro, mais uma turma deverá
ser chamada, em razão da reforma da Previdência. “Já prevendo grande número de
aposentadorias, entre setembro e outubro, chamaremos mais uma turma para o
curso de formação, porque não podemos deixar que essa aposentadoria atinja as
forças militares do DF”, justificou.
Ainda segundo o emedebista, o quadro da PM hoje tem em torno de 10,8 mil
policiais, número que teria sido de 18 mil, o que foi chamado por ele de
“quadro defasado”. “Isso faz com que a capacidade de atendimento à comunidade e
a busca ostensiva pela segurança diminua muito”, declarou. Disse ainda que a
expectativa é de fazer mais concursos para praças e cabos e soldados para
suprir a necessidade da população. A nomeação da 23ª turma, inicialmente
prevista para março, foi antecipada também em razão do envio do projeto da
reforma da Previdência ao Congresso Nacional.
O governador reforçou que concederá aumentos a todas as forças de
segurança, mas pediu paciência. Depois do anúncio da paridade para a Polícia
Civil, associações militares reclamaram por não receberem o mesmo tratamento.
“Tanto a PMDF como o Corpo de Bombeiros serão beneficiados, talvez como algumas
diferenças”, ressaltou.
Distritais
Ibaneis convocou todos os distritais para um almoço ontem. Na pauta,
agradecimento aos parlamentares pelo apoio em temas considerados prioritários
para o governo, como a ampliação do modelo de gestão do Instituto Hospital de
Base e a criação de gratificação para o trabalho voluntário de policiais civis.
Além disso, Ibaneis informou que liberará cerca R$ 43 milhões do orçamento para
emendas de distritais de primeiro mandato.
Por lei, parlamentares reeleitos contam, necessariamente, com cota para
emendas no início da legislatura, mas os estreantes não têm o mesmo benefício
assegurado e dependem da negociação com o Palácio do Buriti. “É muito
importante, porque eles não podem perder um ano de mandato com seus projetos. É
um gesto para dizer a eles: ‘Está aqui o recurso, vamos saber utilizá-lo”,
argumentou Ibaneis.
Deputados da oposição aproveitaram a reunião para tentar demover o chefe
do Executivo Local da ideia de fazer alterações na forma como são concedidas as
gratuidades do Passe Livre Estudantil. Eles defendem que seja mantida a catraca
livre também para todos alunos de escolas particulares. O GDF quer que o
benefício, no caso da rede privada, seja limitado a bolsistas e famílias com
renda menor do que quatro salários mínimos. Ibaneis não se convenceu da
necessidade de mudar o projeto, mas afirmou que os distritais podem e devem
discutir a proposta na Câmara.
Mariana Machado – Alexandre de Paula – Foto: Renato
Alves/Agência Brasília - Correio Braziliense
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