Preço mais baixo na regularização - A partir de acordo firmado ontem, os terrenos dos condomínios da
antiga Fazenda Paranoazinho, na região do Grande Colorado, serão legalizados a
preço de custo. Valores deverão ser definidos até 12 de março, quando haverá
reunião - A região do Grande Colorado faz parte da antiga
Fazenda Paranoazinho, que abriga 54 condomínios
Por Helena Mader
Os moradores dos 54 condomínios da antiga Fazenda
Paranoazinho, na região do Grande Colorado, poderão comprar os terrenos pelo
preço de custo da regularização. Em uma reunião de negociação realizada ontem
entre moradores, representantes do GDF e da empresa dona da área, houve um
acordo para acelerar a legalização dos lotes. A Urbanizadora Paranoazinho
aceitou a proposta de vender os imóveis pelo preço de custo, ou seja, o
equivalente às despesas necessárias para legalizar as terras, como o pagamento
de estudos ambientais, urbanísticos e fundiários da área. A expectativa é de
que a proposta reduza a resistência de grupos de moradores que não querem
negociar a regularização.
A decisão será, agora, submetida ao Comitê de
Mediação de Regularização, criado no mês passado pelo governador Ibaneis Rocha.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mateus Oliveira,
representou o GDF no encontro e participou da negociação para um acordo. A
posição do governo de participar das negociações para a regularização de terras
particulares foi adotada nesta gestão. “Queremos dar a nossa contribuição no
alinhamento de visões e ideias”, defendeu Mateus Oliveira.
Moradores dos condomínios Solar de Athenas e
Vivendas da Serra participaram da reunião, mas as decisões valerão para todos
os parcelamentos da gleba particular. A antiga Fazenda Paranoazinho tem 6 mil
terrenos ocupados irregularmente, distribuídos em 54 condomínios. A empresa
aceitou a proposta de vender os lotes a preço de custo. Até a próxima reunião,
marcada para 12 de março, a Urbanizadora definirá os valores e os apresentará
em planilhas à comunidade da região e a representantes do governo. O preço final
deve abarcar os recursos necessários para legalizar os imóveis.
Atualmente, a firma negocia terrenos pelo preço
médio R$ 222 o metro quadrado. O patamar segue uma avaliação de mercado
realizada pela Caixa Econômica Federal para legalizar os imóveis do Condomínio
Lago Azul, em terras da União. Com a determinação da empresa em vender pelo
preço de custo, os valores devem cair.
Negociação
O presidente da Associação dos Moradores do
Condomínio Solar de Athenas, Denis Coelho Oliveira, conta que a comunidade
aposta no acordo para finalizar a regularização. No parcelamento, os ocupantes
de 52% dos 386 terrenos haviam feito acordo com a empresa. Mas o restante
resiste à compra dos lotes ocupados, com ações na Justiça. “Com essa proposta,
acredito que teremos condições de acelerar a regularização, com a adesão dos
ocupantes dos terrenos que ainda faltam serem regularizados”, avaliou
Denis.
O presidente da Urbanizadora Paranoazinho, Ricardo
Birmann, diz que a empresa decidiu atender o pleito do governo. “Aceitamos a
proposta de fazer a regularização dos terrenos por esse novo critério”,
explicou. “O governo está agindo de forma muito ágil. Fez dezenas de reuniões
em menos de dois meses. É nosso interesse acelerar o processo”, acrescentou.
Ele contou que a empresa vai começar a analisar os gastos para definir o preço
de custo. “Vamos fazer uma apuração transparente e começar a negociação em cima
desse valor, e não mais do preço de mercado”, reforçou.
Além de regularizar os lotes dos 54 condomínios da
região, o interesse da Urbanizadora Paranoazinho é viabilizar um novo
empreendimento chamado Cidade Urbitá. O bairro será erguido em uma área vazia
próxima ao Grande Colorado, com capacidade para abrigar 118 mil pessoas. A
primeira etapa foi aprovada pelo Conselho de Planejamento Urbano e Territorial
(Conplan) em dezembro e falta apenas a publicação de um decreto para que haja o
registro dos lotes do empreendimento em cartório.
(*) Helena Mader – Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press – Correio
Braziliense
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