GDF
elabora ações para prevenir massacres em escolas como a de Suzano! A quantidade
de policiais militares nos centros de ensino do DF caiu vertiginosamente nos
últimos 30 anos, segundo a PMDF
As cenas do massacre na Escola Estadual
Raul Brasil, em Suzano (SP), reacenderam a discussão sobre a
segurança nos centros de ensino. No Distrito Federal, a Secretaria de
Educação (SEE-DF) aposta no projeto Escolas em Paz, ainda sem previsão de
lançamento. O programa conta com um grupo de trabalho “para mapear
situações de violência física e psicológica, com o objetivo de subsidiar as
novas ações”.
Mesmo sem
o programa, de acordo com a pasta, todas as unidades da rede pública
estão seguras e contam com vigilantes “posicionados estrategicamente nas
portas” para evitar a entrada de estranhos. A secretaria destaca, ainda, a
parceria com o Batalhão Escolar da Polícia Militar (PMDF) para promover a
segurança nos colégios. No entanto, a quantidade de militares nos locais caiu
vertiginosamente nos últimos 30 anos, segundo a própria corporação.
Segundo a
PMDF, em 1989, quanto o batalhão foi criado, 914 policiais cuidavam de 529
estabelecimentos de ensino, uma média de 1,7 profissional por unidade. Em
2018, eram 304 policiais para 1.250 escolas – 0,24 por colégio.
Apesar disso, a assessoria de comunicação da força garante que houve avanço
na inteligência para esse tipo de policiamento e, mesmo com menor efetivo,
existe segurança.
Em abril do ano passado, por exemplo, a PMDF apreendeu um adolescente de 17 anos após ele
compartilhar mensagens com um colega sobre promover uma chacina em uma escola
no Gama. “Só quero matar. Não vou ter escolha”, escreveu o rapaz.
A
corporação informou ainda que há um protocolo de ações nas áreas
sensíveis, além de uma série de operações que podem ser deflagradas de acordo
com a situação. Uma delas é a Varredura, para abordagens dentro das
instituições; e a Escola Livre, com foco em revistas na porta dos colégios.
Existe
ainda a Operação Bloqueio Escolar, com criação de perímetro de segurança de até
100 metros a partir dos portões; e a Gerente, que inclui um negociador
caso haja reféns. “A polícia mantém contato com os gestores, por meio de
reuniões e visitas, ocasiões em que são estabelecidas relações diretas com o
Comando Regional”, detalhou, a PMDF, por meio de nota.
Falta presença
Diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Cláudio Antunes reafirma a importância da parceria da Educação com o Batalhão Escolar para nunca ter havido incidentes parecidos com o de Suzano em Brasília, mas cobra reforço. “Até o meados de 2007, o batalhão fazia plantão em todas as escolas, não na forma de rodízio como ficou depois. Ficavam seis horas nas pré-escolas e creches e o turno inteiro nos centros de ensino médio e fundamental”, relata.
Diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Cláudio Antunes reafirma a importância da parceria da Educação com o Batalhão Escolar para nunca ter havido incidentes parecidos com o de Suzano em Brasília, mas cobra reforço. “Até o meados de 2007, o batalhão fazia plantão em todas as escolas, não na forma de rodízio como ficou depois. Ficavam seis horas nas pré-escolas e creches e o turno inteiro nos centros de ensino médio e fundamental”, relata.
Cláudio
Antunes destaca que os dois assassinos da Escola Estadual Raul
Brasil, em Suzano, haviam frequentado a instituição e, por isso, tiveram acesso
facilitado. Segundo o sindicalista, a presença de policiais no interior
das unidades do DF podem evitar esse tipo de fragilidade.
Naquela época, o agressor vinha, batia na porta e
tinha uma farda lá dentro. Agora, o agressor sabe que a escola só tem
funcionário desarmado. O porteiro é apenas porteiro" .(Cláudio
Antunes, diretor do Sinpro-DF)
Pela raiz
Vice-presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal e presidente do braço local do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-DF), Álvaro Moreira Domingues Júnior afirma que iniciativas como a militarização das escolas, movimento iniciado no governo de Ibaneis Rocha (MDB), também são eficientes.
Vice-presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal e presidente do braço local do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-DF), Álvaro Moreira Domingues Júnior afirma que iniciativas como a militarização das escolas, movimento iniciado no governo de Ibaneis Rocha (MDB), também são eficientes.
“A
educação no Brasil padece de vários problemas e a militarização é uma solução
saudável e plausível para o contexto de vulnerabilidade social em que as
escolas estão. O governo está coberto de razão nesse aspecto”, opina.
“Infelizmente a prevenção que os policiais
fazem não emerge nas estatísticas, mas tenho certeza que, pela vivência de mais
de 40 anos em escolas aqui, o Batalhão Escolar faz trabalho inestimável para a
sociedade. Então, a polícia precisa ser reforçada e continuar dentro das
escolas”, complementa Álvaro Moreira.
O
dirigente pondera, porém, que a raiz de um ataque como o ocorrido em São
Paulo é a “situação patológica dos alunos”. “Fui diretor e professor e mais de
uma vez, vivenciei situações em que estudantes apresentavam comportamento
parecido com o que deve ter sido desse rapaz em Suzano. Atuamos de maneira
preventiva, chamamos os pais, alertamos. Normalmente, com pais presentes você
resolve as situações e isso não aparece em estatística. O que é prevenido não
aparece em estatística”, conclui.
Por Eric Zambon - Foto: Michael Melo - Metrópoles
Tags
EDUCAÇÃO