Ibaneis:
“Moro conhece de corrupção, mas nada de segurança” A declaração do governador
foi dada quando questionado pelo Metrópoles sobre a vinda de Marcola para
Brasília
O governador Ibaneis Rocha (MDB) voltou
a atacar, de forma dura, a transferência de Marcos
Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, de Porto
Velho (RO) para o presídio federal de Brasília. Ao chegar a evento na
Candangolândia neste sábado (23/3), o chefe do Executivo local disse que o
ministro da Justiça, Sergio Moro, não o comunicou da vinda do líder do Primeiro
Comando da Capital (PCC) ao DF.
“Fui avisado depois e achei isso um desrespeito.
Moro conhece muito de corrupção, de segurança provou que não conhece nada”,
disparou, ao responder aos questionamentos da reportagem do Metrópoles. De acordo com Ibaneis, logo após a
transferência, Moro o telefonou e “ouviu poucas e boas”.
baneis disse que fará de tudo para que Marcola não fique na capital do
país. “Estou preparando uma ação Judicial, com base na Lei de Segurança
Nacional. Vou entrar na Justiça contra essa transferência e fazer todas as
gestões junto ao governo federal para mostrar que isso é um absurdo”, afirmou.
Segundo o
governador, o GDF não pode deixar o crime organizado se instalar em
Brasília. “Tenho certeza de que o presidente da República (Jair Bolsonaro), com
sua sensibilidade, terá consciência de que não podemos ter o crime
organizado junto ao poder no Distrito Federal”, ressaltou.
O chefe
do Executivo também lembrou da operação deflagrada nessa sexta (22) pela
Polícia Civil, pela qual oito integrantes do PCC foram presos.
“Estamos fazendo a nossa parte. Mas é o maior absurdo do ponto de vista da
segurança pública que eu já vi. Trazer o Marcola para ficar a 6km do presidente
da República”, completou. Ainda de acordo com Ibaneis, a inteligência da PCDF
detectou que os criminosos estão se instalando no Distrito Federal e
Entorno.
Marcola
foi trazido para Brasília nessa sexta-feira (22). Conforme o Metrópoles mostrou, Ibaneis reagiu imediatamente.
“Temos aqui os principais tribunais, todas as representações diplomáticas, o
presidente da República, e a nossa sociedade, que não pode ficar sujeita ao
crime organizado”, reforçou Ibaneis na Candangolândia, onde abre o mutirão da
cidadania SOS Justiça neste sábado.
A
chegada de Marcola
O avião
Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) com o líder da facção criminosa pousou
por volta das 13h20 na capital federal. Marcola chegou à
penitenciária federal por volta das 14h20. Além do criminoso, outros três
integrantes do PCC vieram no mesmo voo e vão ficar em
Brasília: Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão e Pedro Luiz
da Silva Moraes, o Chacal.
Além
deles, já estão no presídio do DF: Alejandro Juvenal Herbas Camacho
Júnior, o Marcolinha, que é irmão de Marcola; Antônio José Müller, o Granada; e
Reinaldo Teixeira dos Santos, conhecido como Funchal ou Tio Sam.
De acordo
com o Ministério da Justiça, “a ação é parte dos protocolos de segurança
pública relativa à alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou
integrantes de organizações criminosas, entre as unidades prisionais federais”.
A chegada deles ocorreu no mesmo dia em
que a Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT) fizeram operação contra a expansão da facção criminosa na capital da
República.
Repercussão negativa
A decisão do Ministério da Justiça repercutiu mal na área de segurança, entre os políticos de oposição e da base. Também foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF). O presidente da entidade, Délio Lins e Silva Júnior, disse que a ida de presos como Marcola para qualquer penitenciária acarreta deslocamento das facções para as referentes unidades da Federação. “Existe essa movimentação e crimes estão ocorrendo fora do padrão no DF. A preocupação da OAB é principalmente com a sociedade”, ressaltou.
A decisão do Ministério da Justiça repercutiu mal na área de segurança, entre os políticos de oposição e da base. Também foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF). O presidente da entidade, Délio Lins e Silva Júnior, disse que a ida de presos como Marcola para qualquer penitenciária acarreta deslocamento das facções para as referentes unidades da Federação. “Existe essa movimentação e crimes estão ocorrendo fora do padrão no DF. A preocupação da OAB é principalmente com a sociedade”, ressaltou.
“Acreditamos
que a chegada de Marcola pode fortalecer os faccionados perante os outros
criminosos de Brasília. A Polícia Civil vai continuar fazendo trabalho intenso
para evitar a instalação dessa organização aqui”, ratificou o delegado Leonardo
Cardoso, titular da Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime
Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e Contra a Ordem
Tributária (Cecor).
Mirelle Pinheiro – Foto: Igo Estrela - Metrópoles