Ibaneis dispara contra caciques do MDB e defende renovação
Diante de correligionários da velha guarda, como Renan Calheiros (AL),
Romero Jucá (RR) e Lúcio Vieira Lima (BA), o governador Ibaneis Rocha fez duras
críticas à condução do MDB, durante uma reunião da legenda, realizada ontem na
Câmara dos Deputados. O chefe do Palácio do Buriti disse que “o partido não
existe do ponto de vista estrutural”, afirmou que o MDB não tem hoje nenhum
porta-voz e defendeu a urgência da renovação da sigla. “Com a atual
estrutura do MDB, não vamos conseguir montar diretórios competitivos e estamos
fadados ao insucesso nas eleições municipais do ano que vem”, alertou Ibaneis.
“Ou vocês querem um partido novo, ou vocês não me querem no partido”
Novato no MDB, o governador do DF causou constrangimento aos caciques do
partido ao defender a expulsão de correligionários presos. “Não me sinto na
condição de estar no mesmo partido em que está Eduardo Cunha. Não posso estar
no mesmo partido de um camarada que foi preso porque tinha mais de R$ 50
milhões guardados em malas em um apartamento (foto)”, afirmou Ibaneis, em
referência a Geddel Vieira Lima. A crítica foi disparada cara a cara com Lúcio
Vieira Lima, irmão de Geddel. “Ou vocês querem um partido novo, ou vocês não me
querem no partido. Acho que o MDB tem que enfrentar suas feridas, porque senão
vamos definhar”, bradou o governador, diante de uma plateia silenciosa.
“Diluindo”
No discurso, Ibaneis Rocha afirmou que, mesmo com uma bancada de 34
deputados federais, o partido “está se diluindo neste início de governo”.
“Temos vários temas que precisam ser tratados, problemas sérios de saúde, de
educação. Uma reforma da Previdência que atinge os mais pobres, pensando
somente no empresariado, mas que precisa ser feita. Uma política vacilante de
um governo federal que ainda não se acertou”, expôs o governador.
Despesas da CLDF crescem 7,1%
A Câmara Legislativa divulgou ontem o relatório de execução orçamentária
da Casa no primeiro bimestre de 2019. Entre janeiro e fevereiro, as despesas
chegaram a R$ 58,8 milhões, o que representa um crescimento de 7,1% com relação
ao mesmo período do ano passado. O gasto é alavancado pela folha de
pagamento da CLDF, cujas despesas saltaram de R$ 48,4 milhões para R$ 52,6
milhões entre o primeiro bimestre de 2018 e o mesmo período deste ano. Foram
gastos ainda, nos dois primeiros meses, R$ 4,8 milhões com benefícios aos
servidores, como auxílio-alimentação e auxílio-transporte.
TRE vai julgar ação contra Izalci e Amábile
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) julga hoje uma ação de
investigação eleitoral ajuizada para apurar denúncia de que a candidatura da
professora Amábile Pácios (PR) ao Senado teria sido usada, na verdade, para
angariar fundos para a campanha de Izalci Lucas ao mesmo cargo. Eles fizeram
dobradinha na eleição para o Senado. O relator é o desembargador Waldir Leôncio
Júnior. Izalci declarou gastos de R$ 2,98 milhões. Como o teto é de R$ 3
milhões, ele estava praticamente impedido de fazer novos gastos. Amábile
oficializou despesas de R$ 1,71 milhão, dos quais a maioria veio do advogado
Luís Felipe Belmonte, suplente de Izalci, e do PSDB, partido do senador
eleito. Com apenas 43 mil votos, Amábile terminou a disputa em 13º lugar.
Helena Mader – Coluna “Eixo Capital” – Fotos: Ed Alves/CB/D.A.Press –
Polícia Federa/Divulgação – Correio Braziliense
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