Dia do Sacerdote e da Sacerdotisa de
Religiões de Matrizes Africanas é criado no DF
O Secretário de Justiça e Cidadania do
DF (Sejus/DF), Gustavo Rocha, elogiou a sanção da lei que incluiu no calendário
oficial do Distrito Federal, o “Dia do Sacerdote e da Sacerdotisa de Religiões
de Matrizes Africanas”, a ser comemorado anualmente no dia 24 de novembro. Ele
disse que a iniciativa mostra a preocupação do Governo do Distrito Federal com
a valorização das religiões de matriz africana, o respeito e o compromisso com
a liberdade religiosa.
A lei, sancionada pelo governador
Ibaneis Rocha, foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal do dia 27
último. O deputado distrital Cláudio Abrantes (PDT) é autor da iniciativa.
“A promulgação dessa lei é muito
importante para dar fim à invisibilidade das religiões de matrizes africanas e
da questão negra no Brasil. Essa data vem para mostrar a necessidade de
lutarmos por uma diversidade religiosa em que todos tenham sua crença respeitada”,
afirmou Gustavo Rocha.
Já o Subsecretário de Direitos Humanos
da Sejus, Juvenal Araújo, alertou para o crescimento dos atos de intolerância
religiosa no país, com uma denúncia a cada 15 horas. Entre 2015 e o primeiro
semestre de 2018, ilustrou, foram registrados 1.729 casos de intolerância
religiosa – uma média de 42 por mês. Entre os principais alvos estão os adeptos
de religiões de matriz africana. Apenas no DF e entorno, são mais de 2 mil
terreiros existentes hoje.
“Em 2015, sofremos vários ataques a
terreiros. Precisamos debater a laicidade do Estado e dar visibilidade a essas
religiões, que são as mais perseguidas. Não queremos que essas religiões sejam
toleradas mas, sim, respeitadas. O racismo, nesse caso o religioso, ainda é
muito comum no Brasil e é preciso colocar fim a essa discriminação”, ressaltou.
Segundo Juvenal, a lei também é
essencial para debater a liberdade religiosa e trazer visibilidade aos
trabalhos sociais feitos por essas religiões.
“Os sacerdotes têm um trabalho social
enorme junto às comunidades. São como se fossem líderes comunitários,
principalmente em regiões periféricas. No entanto, a discriminação e o racismo
religioso fazem com que esse trabalho não seja valorizado. É preciso incluir e
promover esse debate”, destacou Juvenal Araújo.
Foto: Luís Alves - Ascom Sejus
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JUSTIÇA