“A melhor
política pública é a geração de empregos”, diz Paula Belmonte. Apesar de
ter sido eleita com a bandeira de defesa da infância e membro da Comissão de
Educação da Câmara, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) afirmou que a
geração de empregos é a melhor política pública para a situação atual do país e
do Distrito Federal. “Eu entrei defendendo a criança e o jovem, mas percebi que
não adianta a melhor escola do mundo se aquela criança vai ter pai e mãe que
não estão empregados”, disse, nesta segunda-feira (15/04), em entrevista ao
CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
Na
conversa, a parlamentar defendeu a necessidade de apoiar a reforma da
previdência, além da tributária e da política. “Se nós quisermos mesmo que o
Brasil vá para frente, não podemos deixar de mexer nessas três pautas”,
afirmou. Na visão da deputada, as alterações nos sistemas tributário e político
seriam ainda mais urgentes do que as mudanças na aposentadoria. No entanto, ela
observa que as duas enfrentariam resistência mais pesada para a aprovação.
“Quando
nós falamos de reforma política e tributária, estamos falando de poder. Mexe no
interesse de muita gente. Então a previdência, apesar de tudo, seria a mais
fácil de passar”, comentou. “Mas são as outras fundamentais. Precisamos gerar
emprego. O sistema tributário é extremamente complicado. As pessoas não compreendem
o que acontece. E temos de fazer uma reforma política porque o Brasil precisa
ajeitar a casa”, justificou.
Questionada
sobre a pressão de algumas categorias para barrar o avanço da reforma da
previdência no Congresso Nacional, a deputada defendeu que é preciso pensar,
sobretudo, nos problemas do país. “Eu reconheço todas as categorias. Acho
importante valorizar professores, militares, mas antes de sermos categoria,
somos cidadãos brasileiros. O que é mais importante? Colocar nosso país para
andar ou pensar nisso?”, disse.
Distrito
Federal: Nos temas relacionados diretamente ao Distrito Federal, a
deputada falou sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que
estabeleceu que os valores do imposto de renda das forças de segurança do DF
pertencem à União e não à capital, que as retém desde 2003. Com isso, o DF
acumula uma dívida de R$ 10 bilhões, além da perda de R$ 700 milhões em
arrecadação ao ano.
Na semana
passada, Paula se encontrou com o presidente do TCU, José Múcio Monteiro, para
tratar do assunto. “Eles nos sugeriu que o Executivo entre com embargos, aí vai
haver uma protelação para que isso não seja cobrado imediatamente. Esse é o
tempo de nós mudarmos essa situação na constituição”, declarou. Veja a íntegra da entrevista - Vídeo:
Em um contexto
financeiro como esse, a parlamentar avalia que questões como a concessão de
paridade para a Polícia Civil (em relação com o salário da Polícia Federal)
precisam ser rediscutidas. “Acho que é um direito deles. E, quando o governador
se pronuncia a favor, se torna mais direito ainda. Mas, na situação de hoje, é
preciso sentar e conversar”, ponderou.
CB.Poder
- Foto: Ana Rayssa/CB/D.A.Press - Correio Braziliense