As relações de Michelle com sua família só a ela pertencem e são direitos
indevassáveis - A revista Veja publicou uma reportagem desairosa à
primeira-dama
É certo, certíssimo que, se mãe,
avó e tios de Michelle Bolsonaro, de uma hora para outra, a partir do 1º de
janeiro de 2019, deixassem de morar da Favela Sol Nascente, tida como sendo a
comunidade mais pobre da capital federal e uma das maiores do Brasil, e
passassem a morar em um apartamento no centro de Brasília, a mesmíssima Revista
Veja publicaria matéria também desairosa. Diria que a mudança foi porque
Michelle se tornou a primeira-dama do país e tirou proveito desta condição em
benefício da família.
Como isso não aconteceu, a
situação de pobreza que persiste, após a condição de nobreza em que passou a
viver a filha, neta e sobrinha famosa, aí a Veja publica matéria mostrando o
que seria um contraste entre a vida que Michelle passou a ter e a de seus
ascendentes, que permanece a mesma.
A VEJA É ASSIM – Em 1993, no
auge da minha carreira de advogado, a Veja-Rio (Vejinha) me procurou. Veio com
a justificativa de que eu era um advogado de muita fama, que defendia os pobres
vitimados por acidentes, erros médicos, catástrofes, mortes nos presídios,
calamidades…Que eu defendia os Símbolos Nacionais, tendo processado aqueles que
os desrespeitaram… Que advogava de graça para quem não podia pagar… Que onde
havia uma tragédia (Bateau Mouche, Queda do Elevado Paulo de Frontin, Queda do
Palace II de Sérgio Naya, Chacina da Candelária e outras mais) lá estava eu a
defender os vitimados… Que além de advogado militante eu também era pianista
clássico…E que, por isso, me pedia uma entrevista.
Concordei. E durante quase uma
semana (de segunda a quinta-feira) a repórter Márcia Vieira me encontrava pela
manhã e me acompanhava até o fim do dia. Registrava tudo o que eu fazia. E no
domingo seguinte, quando a revista foi às bancas, lá estava eu ocupando toda a
capa. E dentro da revista, matéria de 7 páginas e mais de 10 fotos. Na capa, o
título que me magoou: “O Doutor Útil e Fútil”. Preferi calar do que reagir.
Deixei o julgamento para os leitores.
OS MOTIVOS – A “futilidade”
foi porque fui à Justiça e proibi que a prefeitura do Rio pagasse 6 milhões de
dólares para Michael Jackson vir de São Paulo para se apresentar no Rio. Porque
consegui liminar para proibir que César Maia pagasse outros 6 milhões de
dólares a Franco Zefirelli para comandar o Réveillon em Copacabana.
Porque proibi, também com liminar
judicial, Madonna de se apresentar no Maracanã com a Bandeira Brasileira, que
ela havia prometido esfregar na vagina como “prova de amor do Brasil”.
Por ter conseguido Habeas Corpus
para que o Dalai Lama e sua comitiva viajassem ao Brasil para participar da
Eco-92, pois o governo brasileiro negara o visto ao lider tibetano. Por isso e
outras medidas mais, fui tachado de “Fútil”!
NO PÉ DE MICHELLE – Agora a
mesma revista pegou no pé de Michelle Bolsonaro. Mas teria a revista publicado
o que disse Maria Aparecida, avó materna de Michelle em novembro de 2018? “Eu
gosto muito do Jair. Gostei desde a primeira vez. Ele sempre me abraçava, me
beijava, me chamava de vó. Vou abraçar e beijar meu presidente agora. Ele é uma
pessoa muito humilde. Tenho certeza de que, se eu chegar lá, ele vai me receber
com muito carinho”.
Teria também a Veja publicado o
que revela o mesmo site “Último Segundo IG”, reproduzindo trecho da entrevista
de novembro ao Correio Braziliense: “A idosa ainda afirmou que segue morando no
Sol Nascente por opção. Segundo ela, sua filha Maria do Carmo, mãe de Michelle,
já a convidou para morar em um apartamento em Ceilândia”.
SUAS CONCLUSÕES – Tirem
os leitores suas conclusões. Mas que sejam refletidas, justas e jamais
precipitadas e radicalmente antagonistas. Não nos é dado o direito de penetrar,
se imiscuir e invadir os sentimentos, a privacidade, a vida, as situações pessoais
e familiares do próximo, seja quem for, porque tanto somente a próximo
pertence. É direito personalíssimo, íntimo, interior. É direito indevassável.
Que Michelle já demostrou ser
pessoa grata, isso já demonstrou. Foi aqui mesmo na Tribuna da Internet. No dia
da posse do marido, me comovi com o discurso de Michelle em Libras e escrevi
artigo elogiando. Dois meses depois, a capitã Larissa (ajudante de ordens da
presidência da República) me envia mensagem e-mail e pede meu telefone.
Respondi e passei o número. No mesmo dia e em menos de uma hora depois foi a
própria Michelle Bolsonaro que ligou para mim. Ela própria pegou o telefone,
ligou e pediu para me chamar. Era para agradecer. E conversamos. Uma conversa
entre a primeira-dama do pais e um cidadão brasileiro, desconhecido, distante e
idoso.
Foi um gesto que me comoveu e
contei tudo aos leitores através de outro artigo “Gratidão, outra grande
virtude da primeira-dama Michelle Bolsonaro”
Jorge Béja – Tribuna da Internet
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