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Brasília completa 59 anos com histórias de quem veio para ficar


Brasília completa 59 anos com histórias de quem veio para ficar. No aniversário da capital federal, conheça um pouco da história de migrantes, estrangeiros e nascidos nesta cidade que virou celeiro cultural do país
 
Dia 21 de abril, Brasília que abriga cerca de 3 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE para o último ano, completa 59 anos. A cidade considerada relativamente nova, abriga histórias compostas por personagens que encontraram em meio ao cerrado, um lugar ideal para morar e dar vida aos sonhos e projetos. E isso não é diferente com a primeira geração de brasilienses. Os filhos de candangos herdaram o dom da criatividade e força de vontade, transformando a cidade em um polo cultural e de empreendedorismo.

Assim como os eixos que cruzam o Plano Piloto e dão a personalidade que Lucio Costa planejou para a cidade, as histórias dos moradores que ajudaram a construir a capital federal também põem essa magia. Em comemoração à essa data tão especial, conheça a trajetória de quem nasceu e de quem veio morar na capital do país atraído pelo sonho de Juscelino Kubitschek.

Fernanda La Rocque, sócia do restaurante Carpe Diem, Ricardo Barbosa, diretor de Marketing e Vendas do Café do Sítio, David Lechting proprietário do Restaurante El Paso e o jornalista, fotógrafo, músico e ilustrador Daniel Zukko, do canal do youtube #Minhabrasília, jornalista e apresentadora, à frente do programa Inside (SBT Brasília) e de sua produtora de vídeo, Rafaela Dornas fazem parte desse projeto.

Tradição
Fernanda La Rocque é filha do proprietário de um dos restaurantes mais tradicionais de Brasília, o Carpe Diem, fundado pelo pai, Fernando La Rocque, em maio de 1991. A casa fica em uma das esquinas da 104 Sul. Hoje, Fernanda é peça chave no comando do negócio da família, herdou do pai a paixão pela gastronomia e o pulso firme no comércio. 

“Eu nasci em Brasília, fui criada aqui e minha relação com a cidade é de puro amor, sou completamente apaixonada por esse lugar. Tenho amigos que pensam em sair, morar fora, e isso nunca me passou pela cabeça. Fazer parte da história do Carpe Diem, que por sua vez faz parte da história de Brasília, é um privilégio muito grande. Quando o restaurante abriu eu ainda estava no segundo grau. Apesar de ser uma adolescente, fui ganhando admiração por essa casa que se consolidou e já tem quase 30 anos. É bacana escutar das pessoas ‘eu vinha aqui com meus pais e hoje trago meus filhos’. Vejo que há essa lembrança afetiva”, comenta Fernanda.

Entretenimento
Quantas histórias cabem em uma cidade? Para o jornalista, fotógrafo, músico e ilustrador Daniel Zukko são milhares, de todas as cores e para todos os interesses. Daniel é daqueles profissionais incomuns, que saem da rotina e estão sempre em busca de novidades para expressar o que sentem, e um desses sentimentos é o seu amor incondicional por Brasília.  Como ele mesmo gosta de falar, leva a vida contando histórias e a cidade virou tema da sua vida e do seu trabalho, a partir de 2013, quando criou o programa de entrevistas #MinhaBrasília: papos divertidos com artistas, personalidades da capital federal e políticos dentro de uma VW Brasília 78, numa volta por Brasília. Foi aí que percebeu que havia uma geração inteira que se sentia órfã de ter o rgulho do próprio lugar de onde nasceu ou vive.

Em dezembro de 2018 surgiu mais um “produto” com a sua digital e com a assinatura do #MinhaBrasília: o Cenas Candangas: Guia Ilustrado do Quadrado’s Way of Life,uma declaração de amor à cidade e a todos os candangos da Capital.  São 100 páginas com textos e ilustrações que traduzem o jeito brasiliense de levar a vida, com todas suas contradições, culturas, misturas, gírias e sotaques. Um livro para matar de orgulho quem nasceu ou mora em Brasília e, também, para quebrar preconceitos e apresentar para o resto do Brasil uma capital que vai muito além da política. A obra, ainda conta com a “bênção” da arquiteta e urbanista Maria Elisa Costa, filha de Lúcio Costa, que assina a apresentação do livro de uma forma bem poética: “1957 – 2019 - Com que então, a cidade inventada deu cria: “Quadrado’s Way of living”! Quem diria....”.Com projetos que levam a Capital Federal como tema, Daniéll já se consolidou como figura pública, que acredita e investe no entretenimento e lazer que a cidade proporciona.

Empreendedorismo
A história do Café do Sítio se confunde com a da capital federal. A fábrica, comprada por Antônia e Teones Barboza de Souza em 1967, já se tornou sinônimo de tradição no quadradinho. O casal maranhense havia se mudado há pouco para Brasília, cidade que também dava seus primeiros passos. Desde o início, a empresa se desenvolveu com base no modelo de gestão familiar, sempre com o olhar atento do Sr. Teones. Hoje, dona Antônia continua firme no comando e na presidência da fábrica. Mas é Ricardo Barbosa, neto do casal e diretor de Marketing e Vendas do Café do Sítio, um dos cabeças do negócio.

Nascido e criado em Brasília, Ricardo é apaixonado pelo trabalho e vibra com cada conquista. "A gestão familiar sempre foi uma realidade para nós, por isso o negócio flui naturalmente. Crescemos nesse universo, acompanhando o trabalho dos nossos pais. Hoje, temos a 1ª, 2ª e 3ª gerações no comando buscando, constantemente, a profissionalização da empresa que se tornou a maior torrefadora do Centro-Oeste. O ambiente familiar que existe na direção é vivido por todos os colaboradores e a intenção é fazer com que ele permaneça na empresa. Tudo com muito profissionalismo", conta.

Acolhimento
O guatemalteco David Letching, conhecido na capital por comandar a rede de restaurantes El Paso, nasceu no Peru e cresceu na Guatemala.  Porém, foi na adolescência que o destino o trouxe para o local onde ele criaria raízes e afetos: Brasília. A história de amor de David com o quadradinho começa em 1983, quando ele e a família se mudaram devido ao trabalho do pai, o médico peruano Aarom Letching. No início, a ideia era ficar apenas quatro anos, mas, em 1986, as coisas tomaram outro rumo. Aos 42 anos, Rosa Garcia de Letching, chamada carinhosamente de Rosita, faleceu graças a um câncer no pulmão. “Isso foi muito marcante, me fez decidir ficar em Brasília. Os últimos momentos dela foram aqui, é aqui que ela está enterrada”.

David conta que a fama de lugar “frio” de Brasília não procede.  “Eu nunca poderia dizer isso. Recebi muito carinho aqui nos momentos mais difíceis da minha vida”. Quando a mãe faleceu e o pai foi embora para o Moçambique, o chef e as duas irmãs puderem sentir o calor do acolhimento da capital. “Isso foi muito marcante para mim, 35 anos depois, continuo com uma relação muito próxima com aqueles que nos abraçaram na dor. Brasília é um local que propicia muito o convívio familiar. O brasiliense ampara o estrangeiro com carinho. Tenho várias famílias aqui e, para cada uma, tenho um amor diferente”, se derrete ao falar da cidade. Para o futuro, David deseja que a estrutura da capital planejada consiga acompanhar o crescimento r&aac ute;pido. “Brasília está virando uma metrópole. Espero que consiga conciliar desenvolvimento com qualidade”.

Produção Brasiliense
Nascida na Capital Federal, a jornalista e empresária Rafaela Dornas, começou sua carreira na televisão com apenas 16 anos quando atuava na TV Nacional. Além de comandar o programa Inside (veiculado no SBT Brasília), está à frente da sua produtora de vídeos Rafaela Dornas Produções.  O ponto-chave dessa trajetória de sucesso está muito ligada à determinação da apresentadora e sua equipe em sempre levar o melhor conteúdo ao brasiliense. Só para ser ter uma ideia, o Inside é voltado para toda a família brasiliense, um programa de variedades, que apresenta assuntos relevantes da capital, abordando temas como saúde, gastronomia, moda, intimid ade com personagens da cidade e entrevistas com artistas locais, nacionais e internacionais. Não é à toa que a atração ganha cada vez mais audiência, sendo uma das líderes entre as atrações locais do gênero.

Rafaela Dornas participa de todas as etapas: desde a escolha de pautas até a parte comercial do programa, produção das matérias e acompanha toda a edição.  “Foi aos 16 anos que descobri a minha paixão pela televisão, quando fiz um teste para um programa de TV, incentivada por um amigo de colégio e a partir daí não parei mais. Considero tanto o SBT Brasília como os telespectadores brasilienses uma família, afinal, crescemos juntos. Estar tantos anos no ar, em uma mesma emissora, é fruto de muito trabalho: eu nunca “parei no tempo”, sempre estou pensando em inovação para oferecer o melhor para o meu público”, explica Rafaela Dornas.

Destak Comunicação
Stephane Paula 


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