Coletiva realizada ontem no Palácio do Buriti destacou as principais
medidas do GDF em 100 dias, como a criação do Instituto de Gestão Estratégica
de Saúde do Distrito Federal e a adoção das escolas militarizadas
*Por Alexandre de Paula
GDF pede
paciência na saúde. Ao apresentar balanço de 100 dias à frente do GDF, o
governador Ibaneis Rocha (MDB) pediu tempo para resolver as falhas de uma das
áreas prioritárias. Histórico problemático no setor impede alterações
imediatas, segundo o chefe do Palácio do Buriti
Os avanços na saúde do DF começarão a ficar nítidos
para a população um ano depois das mudanças realizadas no modelo de gestão de
alguns hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), assegurou ontem o
governador Ibaneis Rocha (MDB) em coletiva de balanço dos 100 dias de governo,
no Palácio do Buriti. A criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do
Distrito Federal (leia Memória) dá resultado, na visão do emedebista, mas é
preciso mais tempo para que os usuários consigam perceber as melhorias.
Para o chefe do Executivo local, a série de
problemas e a corrupção no setor impedem que as soluções sejam imediatas. “Não
se muda um histórico de 15 anos de caos em três meses”, frisou. “Sei que é
difícil quando o assunto é saúde, mas é preciso paciência. Temos problemas
graves de estrutura que vieram de gestões anteriores. Tão graves que temos
ex-secretário preso”, afirmou. A fala faz referência às prisões recentes dos
chefes da pasta no governo Agnelo Queiroz (PT) Rafael Barbosa e Elias Miziara
(leia Para saber mais).
Ao entrar nos problemas herdados na saúde, Ibaneis
não poupou os antecessores e disparou: “A época de Frejat foi a última vez em
que o DF teve saúde. Tivemos Agnelo, um médico como governador, e não resolveu.
O governador anterior (Rodrigo Rollemberg) tentou melhorar com a implementação
do Instituto Hospital de Base, mas foi tímido”, afirmou o chefe do Buriti. O
médico Jofran Frejat foi secretário de Saúde no governo de Joaquim Roriz nos
anos 1990.
Regularização
Ao longo da coletiva, em que falou sobre diversos
temas, Ibaneis também deu destaque à postura que será adotada pelo GDF em
relação às invasões de terras e lotes. De acordo com o emedebista, não haverá
tolerância para ocupação irregular de novas áreas. Os problemas anteriores
serão avaliados um a um. “O que estiver passível de regularização vai ser
regularizado”, assegurou.
O chefe do Executivo local, porém, mostrou-se duro
ao comentar novas invasões. “Aí, não dá. As pessoas que me perdoem, mas o
trator vai passar por cima. Não tenho como admitir isso”, declarou. “E não
adianta ninguém invadir, porque estamos monitorando tudo. Nós temos fotos
aéreas diárias de todos os locais. Levantou um barraco, eu sei”, complementou
Ibaneis.
Câmara Legislativa
A relação com a Câmara Legislativa também foi
avaliada por Ibaneis. Nos 100 primeiros dias de governo, houve embates com
parlamentares em algumas questões. Quando articulava a convocação
extraordinária para avaliar a criação do Iges-DF, ainda em janeiro, Ibaneis chegou
a afirmar que processaria distritais que se opusessem à proposta. “Era um
episódio grave. Para coisas graves, frases graves.”
O governador, no entanto, minimizou qualquer atrito
com a Câmara Legislativa e destacou que o próprio projeto do instituto foi
aprovado, ainda que com alterações. A base, segundo ele, está firme, e o
contato, até com parlamentares da oposição, é harmônico. Ainda assim, diversos
projetos prioritários enviado pelo Executivo, como as alterações no Passe Livre
Estudantil, permanecem parados ou caminhando a passos lentos na Casa.
Memória - Contratação sem concurso
O governo abriu mão de alguns pontos e emplacou, na Câmara Legislativa, a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF), ainda em janeiro, durante o recesso parlamentar. A entidade ficou responsável por administrar os hospitais de Base, de Santa Maria e seis UPAs. O modelo permite contratação sem concurso e compras de insumos e medicamentos sem licitação.
Para saber mais - Prisões na saúde
Os ex-secretários de Saúde Elias Miziara e Rafael Barbosa foram presos na última terça-feira. Eles são acusados de participar de esquema criminoso — com pagamento de propina e outras irregularidades — na instalação de UPAs do DF. Miziara foi solto ontem, depois de conseguir habeas corpus. Os dois haviam sido presos em novembro na Operação Conexão Brasília, que investigava também desvios no setor.
Memória - Contratação sem concurso
O governo abriu mão de alguns pontos e emplacou, na Câmara Legislativa, a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF), ainda em janeiro, durante o recesso parlamentar. A entidade ficou responsável por administrar os hospitais de Base, de Santa Maria e seis UPAs. O modelo permite contratação sem concurso e compras de insumos e medicamentos sem licitação.
Para saber mais - Prisões na saúde
Os ex-secretários de Saúde Elias Miziara e Rafael Barbosa foram presos na última terça-feira. Eles são acusados de participar de esquema criminoso — com pagamento de propina e outras irregularidades — na instalação de UPAs do DF. Miziara foi solto ontem, depois de conseguir habeas corpus. Os dois haviam sido presos em novembro na Operação Conexão Brasília, que investigava também desvios no setor.
(*)
Alexandre de Paula – Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense