STF faz licitação de R$ 1,1 milhão para comprar
lagostas e vinhos. O menu inclui desde a oferta café da manhã, passando pelo
“brunch”, almoço, jantar e coquetel: a lista tem de bacalhau a carré de
cordeiro
O Supremo
Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (26/04/2019) informações
sobre um pregão eletrônico para “serviços de fornecimento de refeições
institucionais”, com gasto estimado de R$ 1,134 milhão. O serviço se refere à
contratação de um fornecedor para as refeições servidas pela Corte, conforme
suas necessidades. Procurado, o Supremo disse que o edital segue padrão do
Ministério das Relações Exteriores.
O menu
inclui desde a oferta café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e
coquetel. Na lista, estão produtos para pratos como bobó de camarão, camarão à
baiana e “medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada”. Exige ainda que
sejam colocados à mesa bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca
(capixaba e baiana), arroz de pato. Tem ainda vitela assada; codornas assadas;
carré de cordeiro, medalhões de filé e “tournedos de filé”, com molho de
mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre.
Os vinhos
recebem atenção especial. Se for vinho tinto fino seco, tem de ser Tannat ou
Assemblage, contendo esse tipo de uva, de safra igual ou posterior a 2010 e que
“tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais”. “O vinho, em
sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho francês,
americano ou ambos, de primeiro uso, por período mínimo de 12 (doze) meses.”
Se a uva
for tipo Merlot, só serão aceitas as garrafas de safra igual ou posterior a
2011 e que tenha ganho pelo menos quatro premiações internacionais. Nesse caso,
o vinho, “em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho,
de primeiro uso, por período mínimo de 8 (oito) meses”.
Para os
vinhos brancos, “uva tipo Chardonnay, de safra igual ou posterior a 2013”, com
no mínimo quatro premiações internacionais.
A
caipirinha deve ser feita com “cachaça de alta qualidade”, leia-se: “cachaças
envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos.”
Destilados,
como uísques de malte, de grão ou sua mistura, têm que ser envelhecidos por 12,
15 ou 18 anos. “As bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os
alimentos”, descreve o edital.
Reportagem
de janeiro do Estado mostrou que o STF, por determinação do ministro Dias
Toffoli, fez uma reforma no gabinete da presidência que incluiu a substituição
de carpete por piso frio e até a instalação de um chuveiro. A obra custou R$
443.908,43 aos cofres públicos.
Edital
reproduz especificações de ministério, diz Supremo.Por meio
de nota, o STF informou que “o edital da licitação do serviço de refeições
institucionais em elaboração pelo STF reproduz as especificações e
características de contrato semelhante firmado pelo Ministério das Relações
Exteriores (que faz o cerimonial da Presidência da República)”.
A corte
informou que seu conteúdo foi analisado e validado pelo Tribunal de Contas da
União, “mas com redução de escopo: dos 21 itens contratados pelo ministério, 15
são objeto da licitação do STF”.
Sobre o custo, declarou que “o valor de R$ 1,1 milhão é uma referência,
que será submetida à disputa de preços entre as participantes do pregão. Além
disso, o contrato prevê que o STF pagará apenas pelo que for efetivamente
demandado e consumido, tendo o valor global do contrato como um teto”.
Estadão Conteúdo - Agência Estado – Foto Daniel Ferreira/Metrópoles
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