Moradores se manifestam contra quadras 500 do
Sudoeste. A polêmica dura mais de uma década. Em abril deste ano, o Ibram
autorizou construções de prédios na área, que fica perto do Parque Ecológico
das Sucupira
Moradores do Sudoeste se reúnem,
na manhã deste domingo (5/5), para se manifestar contra a construção de prédios
residenciais nas quadras 500 da região. A polêmica se estende há mais de 10
anos e foi alvo de ações judiciais. Em abril, o Instituto Brasília Ambiental
(Ibram) autorizou as edificações, o que gerou revolta em
moradores.
O evento deste
domingo é organizado pela Associação Parque Ecológico das Sucupiras. O
presidente da entidade, Fernando Lopes, critica a concessão da licença, anos
depois, pelo Ibram. “O nosso principal questionamento é que a licença foi
concedida novamente sem nenhum estudo ambiental atualizado”, ressalta.
Fernando destaca
que a cidade sofreu mudanças profundas nos últimos anos. Aumento do trânsito e
adensamento populacional, entre outras alterações, tornam o projeto ainda mais
problemático, na visão dele. “Estamos diante de mudanças climáticas, as chuvas
dos últimos dias nos mostram os riscos. Em 2009, já havia exigência de que cada
prédio desses tivesse depósito para águas da chuva porque a rede não aguenta.
Imagina hoje”, argumenta.
A construção de
prédios na região fere ainda a vocação do Eixo Monumental, para o presidente da
associação. “Não estão previstas edificações nesta área. A vocação do Eixo
Monumental é histórica, pedagógica, educativa, nunca residencial. A construção
de prédios de seis andares não estava no projeto”, reclama. A população,
segundo Fernando, também está apreensiva com a preservação do cerrado.
Audiência pública
Na quarta-feira
(8/5), o tema será debatido, em audiência pública, na Câmara Legislativa.
Urbanistas, ambientalistas, moradores, representantes do governo, do Ministério
Público e da iniciativa privada foram convidados para discutir a questão. A
iniciativa é do deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante), que propôs
Projeto de Decreto Legislativo para sustar o parcelamento das quadras 500, o
que anularia a licença.
Alexandre de Paula –
Foto: Divulgação – Breno Fortes/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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