Presentes relembraram a vida do
ator, que atuou em mais de 100 filmes. Ele morreu no sábado, aos 73 anos.
"O que vai ficar do Andrade é a alegria", disse a viúva, Talma
O adeus a Andrade Junior. O artista, um dos mais importantes da história do cinema candango,
foi sepultado ontem à tarde, no Cemitério de Sobradinho. Mais cedo, o velório
reuniu amigos, familiares e a classe artística da cidade, no Cine Brasília
Amigos e familiares deram adeus ontem
ao artista Andrade Junior. Um dos principais nomes do cinema brasiliense, ele
morreu no sábado, aos 73 anos. A perda surpreendeu. Ele não tinha problemas de
saúde diagnosticados e permanecia na ativa. Ao longo da manhã de ontem, o corpo
do artista foi velado no Cine Brasília, palco do Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro, onde Andrade brilhou tantas vezes. O sepultamento ocorreu no Campo
da Esperança de Sobradinho.
“O que vai ficar do Andrade é a
alegria. Ele só era alegria. Era muito querido e isso deixa a gente muito
reconfortado. Não consegui chorar porque ele não merece choro, ele merece
alegria e saudade”, disse a mulher do artista, Talma Pereira, 70 anos.
Para o irmão Abenoen Andrade, 68,
ele deu um exemplo de vida para quem quer viver de arte e ter uma carreira no
meio. Abenoen lembrou momentos marcantes da carreira de Andrade Junior. “Ele me
surpreendeu quando fez Faroeste Caboclo e Terceira margem do Rio. Também era
artista plástico desde criança.”
O irmão Raimundo Andrade, 69,
lembra a característica agregadora do ator. "Ele era de todos, as pessoas
todas ficavam com um pedaço dele. Ele vive em cada um que o conheceu. Sempre
que se lembram dele, vem alegria junto. Ele era muito ativo, intenso, onde tinha
gente, ele estava lá", contou.
Produções
Cearense radicado em Brasília,
Andrade Junior fez carreira nos palcos e nas telonas na cidade. Batia ponto nas
edições do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro e também em produções
cinematográficas candangas. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, esteve em
100 filmes, como revelou em entrevista ao Correio, no ano passado. A primeira
participação no cinema foi em Vestibular 70, de Vladimir Carvalho. Acumulou
prêmios em festivais para além de Brasília, em locais como Fortaleza, São Luís
e João Pessoa.
Esteve em obras premiadas em
Natal, Gramado e Florianópolis. Entre as produções mais celebradas de que fez
parte, estão Rosinha, de Gui Campos, em que atuou ao lado de João Antônio e
Maria Alice Vergueiro, e com o qual conquistou mais de 40 prêmios em festivais
pelo país; A repartição do tempo, de Santiago Dellape, que chegou a circular no
Brasil no circuito comercial; Fuga de Natal, outro projeto de Campos, dessa
vez, voltado para a exibição na Rede Globo, em 2018; e uma participação em
Faroeste Caboclo, de Renê Sampaio. Andrade Júnior tinha características
marcantes e que fizeram dele uma lenda em Brasília.
Alexandre de Paula – Fotos: Ed
Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
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