Em seu quinto ano, Na Praia espera receber 300 mil pessoas entre 28 de
junho e 8 de setembro, em estrutura na Vila Planalto
A capital dos festivais. Período de
estiagem expõe bom momento dos megaeventos produzidos por brasilienses, indo do
badalado Na Praia aos tradicionais Porão do Rock e Brasília Capital Moto Week
*Por Adriana Izel
Chega o período de férias e de estiagem em Brasília e, com eles, uma
leva de festivais a céu aberto, que movimentam a cena brasiliense, criados por
produtores locais. Mais do que eventos com atrações musicais, os festivais
englobam programação para diferentes tribos e que vão do esporte à gastronomia.
De junho até meados de setembro, a capital federal recebe quatro grandes
projetos desse porte: Na Praia, que teve início ontem; Brasília Capital Moto
Week; CoMA; e Porão do Rock. Sem falar nos que ocorreram, como Funn Festival,
entre maio e o último fim de semana de junho, e os que ainda vão ser
realizados, como Favela Sounds, que chega à quarta edição em novembro.
Lançado oficialmente ontem, o projeto Na Praia, às margens do Lago
Paranoá, na Vila Planalto, é o mais extenso desses festivais em questão de
tempo. Com início em 28 de junho e com programação até 8 de setembro, quando
está previsto o encerramento, o festival, que chega ao quinto ano, terá 43 dias
de eventos realizados entre quinta e domingo, com apresentações musicais de
artistas nacionais e locais, atividades infantis, esportivas e de lazer e vila
gastronômica, tudo isso em uma estrutura que remete à praia. A expectativa é de
receber 300 mil pessoas.
Com o título Na Praia 5 anos: Memórias e sensações, o festival tem como
temática o México. Dessa forma, o país será lembrado no cenário, na
ornamentação, no nome das festas e também em algumas atrações, como a Vila do
Chaves, voltada para o público infantil e até então inédita em Brasília, e o
restaurante criado exclusivamente para o Na Praia, Malagueta Comedoria Mexicana,
que mistura culinária brasileira e mexicana sob o comando da chef Raquel
Carvalho.
Em comemoração à marca, o festival ganha algumas novidades, como a maior
extensão do espaço e a cara de um “parque de diversões temáticos com parque
aquático inflável e atividades aquáticas como wakeboard e wakesurf. “A gente
vem seguindo o mesmo modelo da estrutura do ano passado, mas ela está mais
robusta. Cresceu ainda mais a nossa preocupação com a vizinhança, por isso,
temos paredões acústicos maiores”, revela Fernanda Andrade Sales, gerente de
projetos do Na Praia.
Em formato de resort, o evento abre agora também aos sábados para que o
público possa curtir a tradicional praia, como já ocorria aos domingos. Outra
novidade é o reforço de atrações às quintas e às sextas-feiras. “Também
crescemos muito os nossos eventos. Vamos ter uma quantidade maior de Quintas
culturais. Remodelamos a sexta-feira, que antes buscava ser um happy hour.
Agora a gente está trazendo uma nova proposta com a cara de uma balada jovem.
Trabalhamos com ainda mais carinho nas atrações nacionais e aumentamos o número
de atrações locais. Porque acho que, além de trazer atrações para o público de
Brasília curtir, temos uma responsabilidade muito grande de trabalhar bem as
atrações locais para projetar para o público de fora, já que temos mais de 10%
de público de fora”, complementa Fernanda.
A programação de estreia contou com a cantora IZA e os DJs Pedro Sampaio
e Santti. Hoje é a vez dos sertanejos Gusttavo Lima e César Menotti &
Fabiano. Amanhã, estreando o pagode no Na Praia, o festival recebe Mumuzinho e
a Banda Eva. Até setembro nomes como Alceu Valença, Marília Mendonça, Lulu
Santos, Dilsinho, Anitta e Alok desembarcam na quinta edição do evento.
Motos
O Brasília Capital Moto Week nasceu como um festival para reunir
motoclubes. Com o passar dos anos, o evento ganhou ainda mais corpo recebendo
famílias e amantes do rock. “Ao longo dos anos investimos em infraestrutura,
comunicação e buscamos pilares do entretenimento para todo o tipo de público. É
um desafio muito grande, mas também muito gostoso, tentar se superar a cada ano.
Nosso planejamento ocorre no final de julho, já pensando no próximo ano,
justamente porque estamos com a cabeça fresca dos pontos positivos e em que
podemos melhorar”, analisa Pedro Affonso Franco, um dos organizadores.
Neste ano, a iniciativa chega à 16ª edição e terá 10 dias de programação
de 18 a 27 de julho, na Granja do Torto. A expectativa é de que mais de 700 mil
pessoas passem no evento, incluindo o público internacional, já que de
motociclistas de Portugal, do Uruguai e da Venezuela já estão confirmadas. Para
trazer esse grande público, o evento investe em novidades. A primeira delas é
que o Saloom, bar temática do Moto Week, terá uma capacidade maior e uma
programação musical paralela à dos palcos principais.
Em busca do público familiar, o Moto Week terá pela primeira vez
um parque de diversões, com brinquedos como roda gigante, além das áreas kids e
voltado para o público feminino. Na parte da programação musical ,também há
inovação. “Já trouxemos a maior parte das bandas do perfil musical do festival.
Não queríamos uma repetição. Então viemos com a proposta do show do Charlie
Brown Jr., que é um tributo que tem imagens do Chorão. Aqui em Brasília a
apresentação ainda vai ganhar a presença de duas participações especiais de
peso da cena nacional em uma apresentação única”, completa sobre o show Tamo aí
na atividade: Celebração a Charlie Brown Jr.
Outro evento tradicional no segmento é o Porão do Rock. Neste ano, o
evento, que tem 21 anos de história e está na 22ª edição, ocorre em 16 e 17 de agosto,
no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental), com show de
24 bandas que se revezarão em dois palcos principais. Nesta edição, o evento
optou por não buscar recursos públicos. “Por conta dos percalços, do
sofrimento. Em função disso reformulamos o festival”, revela Gustavo Sá, um dos
idealizadores.
Assim, o Porão 2.1 chega reeditando alguns aspectos que funcionaram em
anos anteriores, como o lounge, espaço reservado e coberto entre os dois palcos
principais, com praça de alimentação, área de descanso e banheiros exclusivos.
Área kids e de games também faz parte da edição. Há uma negociação para que o
evento seja petfriendly, com programação para os bichinhos. “O festival tem
mais de 20 anos, ele tem um público que quer conforto e tranquilidade, e o
longe proporciona esse tipo de experiência. Com a área kids, o público pode
trazer os filhos, e a área de games busca uma inovação. Estamos sempre nos
renovando”, garante Sá.
Mantendo o rock como tradição, o evento traz atrações mais pesadas e
outras mais pops que serão divididas conforme o perfil durante os dois dias,
sendo o primeiro mais rock’n’roll, tendo Ratos de Porão como um dos destaques,
e o segundo mais pop, com o retorno de Pitty. Neste ano, o festival volta a
trazer atrações internacionais: Demob Happy e Nuclear Assault. De Brasília, as
pratas da casa Raimundos e Rumbora, além das bandas vitoriosas das
seletivas. “Na curadoria, estamos olhando o que está acontecendo no cenário,
interagindo com outros festivais. As influências dos artistas, se estão
lançando algo... Buscamos também artistas novos, como Supercombo e Far From
Alaska, e ainda um contraponto, por isso nomes como Rincon Sapiência”, revela.
Formato diferenciado
Desde a criação o festival CoMA — Convenção de Música e Arte busca
celebrar a música em diferentes aspectos. Não apenas com shows, mas também com
compartilhamento de conhecimento e experiências por meio das conferências que
ocupam o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, parte da estrutura do complexo
montada no gramado em que está a Funarte, o Clube do Choro e o Planetário, no
Eixo Monumental. “A conferência terá uma reformulação. Mas continuamos
avaliando que é uma parte importante, e um dos objetivos do CoMa é exportar a
cultura de Brasília para o Brasil e para o mundo. Então vamos ter
representantes do Canadá, da França, do Chile, da Argentina, para conhecer o
som de Brasília. Queremos exportar o som para fora da cidade”, contou Tomás
Bertoni em entrevista recente ao Correio.
Em 2019, o evento chega à terceira edição com três dias de evento, de 2
a 4 de agosto. Entre as atrações estão artistas como BaianaSystem, Ney
Matogrosso, Maria Gadú e Liniker e os Caramelows, além de uma seleção com nomes
locais, algo que também é tradição no festival que busca 50% do line-up formado
por artistas de Brasília. “O objetivo principal do CoMA é divulgar a nova
música brasileira e levar uma consciência a partir disso, por meio do line-up.
Buscamos artistas que são engajados, que tenham letras legais, que dão suporte
ao lado artístico. Achamos que a nova música brasileira tem importância para o
Brasil e merece ser divulgada”, afirmou.
O que vem por aí!
De 11 a 16 de novembro, o festival Favela Sounds realiza a quarta
edição. Criado em 2016, o evento tem como mote celebrar a cultura periférica do
Brasil e do mundo. “Acredito muito que a grande vocação de Brasília são os
festivais, porque temos espaços enormes para serem ocupados, ruas vazias,
gramados vazios e um período de seca gigantesco”, analisa Guilherme Tavares, um
dos organizadores do Favela Sounds.
Ainda em fase de captação de recursos, o projeto já tem algumas atrações
confirmadas, como o grupo de afrofuturismo Gato Preto, que fará a estreia no
país. Além de participar do festival em Brasília no dia 16, a banda participará
de uma residência artística na Aparelha Luzia, casa de acolhimento LGBT em São
Paulo, promovida pelo Favela Sounds em parceria com Institut Goethe.
Outra atividade confirmada, já que o evento se compromete a ter shows e
oficinas formativas, é residência com o muralista Dreph. Sob o título Prefixo
Favela: sobre Brixton, Sol Nascente e as cores da diáspora, a atividade será de
1º a 16 de novembro, em uma cooperação do festival com British Council e Oi
Futuro, por meio do edital Pontes, com o grafiteiro construindo junto com
agentes locais e artistas do DF um mural na entrada do Sol Nascente recriando
personagens principais da criação do local.
SERVIÇO:
Na Praia
Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). De 28 de junho a 8
de setembro. Com shows, festas, atividades esportivas e infantis e vila
gastronômica. O valor dos ingressos varia de acordo com a programação, consulte
em ( https://www.producoesr2.com.br/ ). Horário de funcionamento: quinta, das 18h à 0h;
sexta, das 17h às 2h; sábado e domingo, das 9h às 2h. Não recomendado para
menores de 16 anos. Menores só entram acompanhados pelos pais.
Brasília Capital Moto Week
Granja do Torto. De 18 a 27 de julho. Com shows, parque de diversões e
atividades ligados ao motociclismo. Entrada a R$ 25 (meia-entrada e lote
promocional). Entrada franca: motociclistas sem garupa e pilotando;
deficientes; e moto com garupas até as 18h (segunda a quinta) e até as 15h
(sexta e domingo). Classificação indicativa livre.
CoMA — Convenção de Música e Arte
Complexo CoMA (Eixo Monumental). De 2 a 4 de agosto. Com conferências e
shows. Entrada a R$ 50 (meia-entrada) e R$ 100 (inteira). Valores de segundo
lote referentes ao passaporte festival que dá direito ao sábado e ao domingo e
a festa de abertura na sexta-feira. À venda em ( https://www.sympla.com.br/coma-2019__500168 ). Não recomendado para menores de 16
anos.
Porão do Rock
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental). Com
shows, área kids e área de games. Em 16 e 17 de agosto. Sexta, a partir das
17h30. Sábado, às 15h30. Ingressos a R$ 50 (meia) e R$ 100 (inteira), por dia;
R$ 90 (meia) e R$ 180 (inteira), passaporte. À venda em ( http://www.poraodorock.com.br/ ).
Não recomendado para menores de 16 anos.
(*) *Por Adriana Izel - Foto: Glaucimara
Castro/Divulgação – Correio Braziliense