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Pouco a pouco estamos mudando a saúde pública do Distrito Federal


Pouco a pouco estamos mudando a saúde pública do Distrito Federal

*Por Francisco Araújo

Fazendo uma análise da gestão do sistema de saúde pública do Distrito Federal, percebemos um cenário pouco visto em outro lugar do Brasil. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) possui um volume de recursos em torno de R$ 8 bilhões. Destes, aproximadamente, R$ 5 bilhões são gastos com folha de pagamento de pessoal. São cerca de 35 mil servidores divididos em 600 equipes de saúde da família, seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 16 hospitais, entre outras estruturas. Temos recursos, temos pessoal, temos estrutura.

Posto isso, é possível perceber que algo está errado. E é esse o grande “x” da questão. Como fazer uma saúde pública de qualidade com os recursos, o pessoal e a estrutura que temos? Para que os resultados na área da saúde produzam impactos positivos na vida da população do Distrito Federal, é fundamental uma gestão arrojada, eficiente e baseada em pilares sólidos, que priorizem a racionalização dos recursos financeiros e humanos, bem como a melhor e mais eficaz otimização das estruturas físicas existentes.

Se fizermos uma retrospectiva e analisarmos detalhadamente a forma como foi gerido o sistema de saúde pública do Distrito Federal nos últimos anos, vamos ver muitos gestores que passaram por essa pasta, até tentaram encontrar uma solução minimamente viável, mas não conseguiram lograr êxito.

O fato é que a saúde publica do DF, em vez de evoluir para padrões, no mínimo, aceitáveis, agonizou e chegou a uma situação lamentável. Situação esta que o governador Ibaneis Rocha vem enfrentando desde o seu primeiro dia de governo. E, em vez de se lamentar e ficar criticando seus antecessores, Ibaneis arregaçou as mangas e começou a trabalhar.

Montou uma equipe de técnicos para comandar a Secretaria de Saúde e enviou à Câmara Legislativa do DF (CLDF) o projeto de lei propondo a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Essa nova estrutura passou a gerir não apenas o Hospital de Base (HB), mas também as seis UPAs existentes no DF e o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O modelo de gestão do instituto está sendo aprimorado, mas os resultados já são visíveis.

Até então, faltava transparência na gestão da saúde pública e cuidados mínimos necessários com a aplicação do dinheiro público e, principalmente, humanização do atendimento. Esses são os ingredientes primordiais para obter bons resultados com eficiência. A falta de qualquer um deles, certamente, aponta para a grande causa dos sucessivos fracassos.

A partir da análise deste cenário, cuidadosamente, e tendo a clareza dos erros do passado, foi possível traçar novos rumos, trabalhando e fazendo algumas entregas importantes neste ano para, assim, alcançarmos os resultados objetivos tão cobiçados. Aqui, posso destacar o processo em curso, para a informatização da folha de pagamento que proporcionará redução de gastos e dará mais transparência na aplicação de cerca de R$ 5 bilhões de reais que são pagos, anualmente, para os 35 mil servidores ativos e inativos. Hoje, o controle inacreditavelmente é feito com planilhas Excel.

Temos consciência de que, com transparência, a comunicação direta com a população e a informatização dos processos de gestão da Secretaria de Saúde, alcançaremos um patamar mais elevado, ingressando em um novo tempo, em que usuários e trabalhadores da saúde terão melhores condições de atendimento e de trabalho, respectivamente.

Paralelamente a este processo, não podemos descuidar, um só instante, do fortalecimento da atenção básica, com a reestruturação das equipes existentes da Estratégia Saúde da Família a serem disponibilizadas para atender a população, articulando também toda estrutura disponível nos territórios para que, de forma integrada, atenda melhor as necessidades da população. Temos convicção de que a prevenção é, sem sombra de dúvidas, o caminho mais curto e eficaz para resgatar, em padrões aceitáveis, a qualidade do atendimento de saúde à população.

A saúde pública tem de estar, literalmente, próxima às famílias. E estar próxima, significa estar humanizada. Esse é o maior desafio. Desafio que passa pelo respeito às pessoas, sejam elas usuários, sejam trabalhadores. Estamos todos no mesmo barco e juntos, unindo forças, faremos acontecer. Então, é com essa perspectiva que consideramos simples, mas essencial, que conquistaremos aquilo que há muito se busca. Queremos e estamos focados em ofertar um sistema de saúde inclusivo, preventivo, resolutivo, humanizado e que cumpra, definitivamente, os princípios preconizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento de toda a população do nosso querido Distrito Federal. O trabalho está só começando, muito ainda tem que ser feito, mas temos convicção que, pouco a pouco a saúde no DF está mudando para melhor.

(*) Francisco Araújo » Presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) – Correio Braziliense


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