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Catetinho renovado - Primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek


Museu do Catetinho: espaço simbólico relevante na construção da nova capital Catetinho renovado. 

Primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek, o prédio riscado por Oscar Niemeyer passa por processo de revitalização, que será finalizado em setembro Um espaço singular, com estrutura de madeira, encravado em uma área de preservação ambiental, com traços da arquitetura modernista de Niemeyer. 

Essa foi a sede de governo na década de 1950: o Catetinho, primeira residência oficial do então presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. O projeto de Oscar Niemeyer apresenta referências da época, por meio do mobiliário original. Desde fevereiro, o espaço passa por um processo de revitalização, que vai durar até setembro. “O Catetinho tem uma importância simbólica gigantesca, então não foi à toa que o priorizamos para passar por uma restauração entre todos os equipamentos culturais”, explica Cristian Brayner, subsecretário do Patrimônio Cultural. 

O processo de revitalização cumpre uma série de etapas. O primeiro passo foi reestruturar as calçadas de passeio que dão acesso à trilha e à nascente Tom Jobim. A fonte de água inspirou a composição da clássica Água de Beber, parceria de Tom e Vinícius de Moraes. A inspiração veio após os dois se hospedarem por 10 dias no Catetinho para compor a Sinfonia da Alvorada, poema sinfônico em comemoração ao primeiro aniversário de Brasília, em 1961. 

“O apelido que se dava para Juscelino Kubitschek na época era de Presidente Bossa Nova, porque ele vendia muito bem o ritmo. Tinha esse ar de modernidade, nos discursos aparentava simpatia e gingado”, conta André Moura, historiador e especialista em educação patrimonial. O jardim que abriga a estátua de Juscelino Kubitschek também foi revitalizado. “Fizemos a poda, o corte de algumas plantas e plantamos algumas espécies nativas do cerrado”, afirma a gerente do museu, Artani Pedrosa. 

Outro problema que comprometia até a segurança dos visitantes e funcionários eram as caixas de colmeias. Para isso, foi feito um processo de retirada e a captura não destrutiva das abelhas. “Como a parede ficou com vários buraquinhos, nós fizemos a calafetação, ou seja, tampamos os buracos de todo o edifício com uma massa não ácida para conter a infestação do inseto. Foi um procedimento lento e trabalhoso, mas com sucesso”, argumenta a gerente. 
Dusângela Santana, Francicleide Félix e Nilton de Jesus Porto: lugar de paz Próximos passos. Quem visita o Catetinho e vai pela Rodovia BR 040, sentido Gama, tem de fazer o retorno próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Mas, daqui a 20 dias, os visitantes terão outra opção de trajeto. Isso porque está sendo construído um novo acesso ao museu. A entrada passará a ser pelo Brasília Country Club (BCC). As placas da rodovia foram trocadas pela nova sinalização. “Isso diminuirá cerca de 6km. 

Acreditamos que com essa mudança poderemos atrair mais visitantes de maneira fácil e rápida”, diz Artani. Como maneira de aproximar mais turistas e brasilienses ao patrimônio histórico, a Secretaria de Cultura vai colocar legendas detalhando os cômodos e o acervo do prédio. “Quando o pessoal chega aqui, fica imaginando como era naquele tempo e não tem um referencial que explique o que são os objetos e a importância deles”, argumenta o subsecretário de Patrimônio Cultural.

Além disso, em uma estrutura abandonada, funcionará um centro educativo para a comunidade em geral. O serviço promoverá ações de educação ambiental, como identificação e estudo das árvores. 
Nascente Tom Jobim: fonte de inspiração para a clássica Água de beber Lugar de paz A auxiliar de lavanderia Dusângela Santana, 54 anos, visitou o Catetinho pela primeira vez na última sexta-feira. Ela foi acompanhar o ex-marido, Nilton de Jesus Porto, 51, que faz tratamento em uma clínica de reabilitação. “Nós temos uma relação de amizade e me senti no dever de vir com ele nesse passeio”, diz. Para ela, conhecer a primeira casa do presidente Juscelino Kubitschek foi um prazer. “Eu vim para Brasília com 8 anos, mas nunca tinha visitado esse monumento. A gente sai daqui renovada pelo clima leve e pelo verde da natureza. Estou adorando e tirando foto de tudo”, brinca. 

A enfermeira Francicleide Félix de Nascimento, 40, e mais outras duas colegas guiaram a visita dos pacientes da clínica. “Queríamos fazer um passeio diferente. A maioria deles têm mais de 50 anos e não conhece a história da capital. Então, quando os pacientes chegam aqui, a alegria é certa”, conta. O Catetinho é um dos monumentos de Brasília mais visitados pelos turistas e pelos brasilienses, além de estudantes do ensino fundamental. 

Segundo a Secretaria de Cultura, em agosto deste ano, 4.526 pessoas visitaram o museu. No ano passado, o número era de 2.954, no mesmo período. Um outro percentual mostra quem visita mais. Em primeiro lugar, vêm os turistas de outras unidades da Federação (48,8%), seguidos por brasilienses (31,1%), estudantes (18,6%) e turistas internacionais (1,5%). “Estamos muito felizes com esse aumento de público. Isso demonstra que estamos caminhando para o sucesso”, comenta Artani. 

Darcianne Diogo - Rayssa Brito * Estagiárias sob supervisão de Severino Francisco - Fotos: Antonio Cunha/CB/D.A.Press - Darcianne Diogo - Correio Braziliense

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