Bichos recebem
cuidados especiais na seca. Zoo de Brasília oferece alimentação alternativa
para amenizar o calor e a estiagem. Com umidade abaixo dos 12%, DF voltou a
entrar em estado de emergência, Chocolate
ganhou uma ducha de água fria
Ducha fria, brincadeiras dentro d’água, alimentação leve e até picolé de frutas. Tudo isso tem feito parte da rotina no Zoológico de Brasília durante a seca. O Distrito Federal está há 101 dias sem chuva e, assim como nós, os animais sofrem com a sequência de meses de baixa umidade e temperaturas altas. A equipe faz atividades semanais para, além de aliviar o calor, deixar as tardes dos bichos mais divertidas.
A chefe do Núcleo de Bem-Estar
Animal da fundação, Marisa Vieira de Carvalho, conta que são oferecidas várias
opções de refrescamento, mas são os animais que escolhem com o que vão
interagir.
Às segundas, quartas e
sextas-feiras, um caminhão-pipa é usado para molhar todos os recintos. Além
disso, frutas, como maçã, são colocadas dentro de cada ambiente para ajudar nos
períodos de mais calor, geralmente às 15h30.
Ontem, o elefante Chocolate foi
agraciado com um banho à tarde, acompanhado de uma alimentação bem leve. A cada
jato de água, ele reagia levantando a tromba. No espaço das emas, foi instalado
um sistema para molhar plantas, com a função de deixar os recintos mais
úmidos. Elas também aproveitam para se refrescar.
O urso-de-óculos Ney foi um show à
parte. Ganhou um picolé de frutas enquanto fazia o lanche da tarde. A
recompensa gelada foi lançada no lago onde bebe água. A elefanta Belinha também
foi premiada com a guloseima. Já a girafa Yaza recusou o agrado. Preferiu as
folhas de amora do pé que fica no espaço que divide com a zebra.
Os picolés são preparados com 24
horas de antecedência para serem entregues na consistência correta. Entre os
ingredientes estão melancia, banana, maçã, mamão e um suco adoçado com mel.
Durante a semana, os pequenos
felinos também ganharam picolé, mas o sabor era diferente, de acordo com o
gosto dos animais: sumo ou pedaços de carne congelados. A equipe de zootecnia é
responsável pela dieta balanceada e refrescante. “Trabalhamos com um
cronograma, mas o clima auxilia nas escolhas que fazemos”, explica Marisa, do
Núcleo de Bem-Estar.
Dia mais quente do ano- A Defesa Civil voltou a decretar
estado de emergência ontem, após dois dias consecutivos com a umidade relativa
do ar abaixo de 12% — chegou a 11%. Além disso, foi o dia mais quente do ano,
com 34,7ºC.
Ao que tudo indica, o calor
excessivo continua nos próximos dias. A previsão para hoje, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), é de tempo seco e umidade ainda baixa,
podendo chegar a 11%, à tarde, entre 14h e 16h. A máxima pode atingir 34ºC.
De acordo com o meteorologista
Olívio Bahia, amanhã a temperatura pode cair um pouco e ficar na casa dos 29ºC.
A umidade deve subir, dando um pouco de alívio aos brasilienses. “Será um dia
menos agressivo, mas ainda seco. Sairemos deste estado de alerta em que o DF
está, mas terá uns picos diurnos. De uma forma geral, há uma preocupação na
cidade, em especial com as pessoas mais sensíveis, como crianças e idosos, que
sentem mais.”
Segundo o especialista do Inmet,
ainda não há previsão de chuva. “Não há sinais para os próximos cinco dias. Daí
para frente, não podemos confirmar. Mas a perspectiva não é muito boa. Em
outubro é quando a gente sabe que a chegada das chuvas é mais certeira”, diz o
meteorologista.
Serviço » O Zoológico de
Brasília funciona de terça a domingo e nos feriados, sempre das 8h30 às 17h. Os
ingressos custam R$ 10. Pagam meia-entrada crianças de 6 a 12 anos, idosos,
estudantes, professores e beneficiários de programas sociais do governo.
Por Caroline Cintra - (Fotos: Ana Rayssa/CB/D.A Press) - Correio Braziliense