Clássicos da
Arquitetura: Torre de TV de Brasília - Lucio Costa Por Eduardo Bicudo de Castro
Azambuja
O edifício
caracteriza-se por um volume de concreto aparente com vinte e cinco metros de
altura e planta triangular com lado de cinquenta metros de comprimento,
sustentado por três pilares que nascem com uma seção trapezoidal e se abrem
plasticamente na forma de V para criar dois pontos de apoio. As partes internas
dos pilares servem de ligação e suporte para a torre metálica, composta por uma
pirâmide de base hexagonal variável e altura de cento e noventa e dois metros,
completando os duzentos e dezessete metros totais do projeto.
A estrutura
principal da torre é composta por três pilares perimetrais de planta
trapezoidal e dimensões de seis metros em sua base maior, dois metros e
quarenta e cinco centímetros na base menor e nove metros de altura, e um pilar
central de seção retangular com três metros e quarenta centímetros de largura e
dez metros e meio de comprimento, onde se localizam os poços de elevadores e a
caixa de escada.
A partir do
pavimento térreo, os pilares perimetrais se abrem na forma de um V, dividindo
suas seções em dois elementos trapezoidais. As duas partes são interligadas por
uma laje de quarenta centímetros de espessura na forma de arco com raio de dois
metros e sessenta e cinco centímetros e centro posicionado a sete metros e
setenta e cinco centímetros do pavimento térreo.
As vigas e
nervuras do pavimento superior possuem altura de um metro e setenta e cinco
centímetros. Na direção do balanço, as nervuras possuem seção variável,
partindo do valor anterior no engaste, até alcançar a altura mínima de trinta
centímetros na extremidade da laje.
O deslocamento
vertical é feito através de uma escada de serviço que alcança todos os níveis
da torre e três elevadores: o primeiro de serviço que vai do subsolo ao 1º
pavimento, o segundo que leva os visitantes do térreo ao mirante e o terceiro
que vai apenas do pavimento térreo ao 1º pavimento.
O subsolo, com
altura de cinco metros, tem a função de abrigar as instalações técnicas da
edificação e dos serviços de apoio, além de possuir um bloco anexo para o
funcionamento das estações de rádio e televisão.
O pavimento térreo
possui uma planta semelhante à cobertura com dois elevadores para acesso ao
mirante e ao 1º pavimento, e um elevador de serviço para uso dos funcionários
do prédio. Uma escada de serviço permite também o acesso aos outros pavimentos.
Esse pavimento funciona como um piloti com altura de onze metros e vinte e
cinco centímetros.
No 1º pavimento
foram criadas instalações para um restaurante, com sanitários e cozinha
industrial, além de um espaço de convívio, previsto para um museu de exposição.
O pé-direito do pavimento tem altura constante de quatro metros e meio. A
entrada é feita através de um grande hall destinado a eventuais exposições.
Toda a fachada deste pavimento é composta por esquadrias com painéis de vidro.
Para alcançar a
altura total, a estrutura de aço foi dividida em três trechos: Trecho I: o mais
extenso com cento e vinte e dois metros, com seção hexagonal de lado variável;
Trecho II: com seção quadrada de lado variável e altura total de quarenta e
cinco metros e sessenta e cinco centímetros; Trecho III: com seção quadrada de
um metro de lado e altura total de vinte e quatro metros e trinta e cinco
centímetros.
O mirante de
visitação pública localiza-se a setenta e cinco metros de altura, no trecho I
da estrutura, acessível por um elevador e por uma escada para serviço e
emergências. A partir do mirante, o acesso aos demais níveis é feito somente
através de escadas metálicas que se ligam por passarelas de trabalho, acessos
para eventuais manutenções.
Referência:
Eduardo Bicudo de Castro Azambuja, A Torre de Lucio Costa em Brasília,
Universidade de Brasília, 2012 (dissertação de mestrado). · Arquitetos Lucio
Costa; · Localização TV Tower - SDN, Brasilia, Brasília - Federal District,
Brasil · Estrutura de Concreto Armado Joaquim Cardozo Estrutura Metálica
Paulo Fragoso · Ano de Conclusão 1967 · Ano do projeto 1956 · Fotografias Joana
França, Arquivo Público do Distrito Federal. Cortesia de Joana França, Arquivo
Público do Distrito Federal. Via Azambuja, 2012