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Governador Ibaneis sobre morte de padre: 'Combate à criminalidade deve ser prioridade'


Ibaneis sobre morte de padre: 'Combate à criminalidade deve ser prioridade'. O governador destacou que o crime expõe a sensação de insegurança e que a sociedade precisa de paz

*Por Alexandre de Paula

Além de decretar luto oficial de três, o governador Ibaneis Rocha (MDB) se manifestou sobre a morte do padre Kazimierz Wojno, 71 anos, mais conhecido como Casemiro, da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, localizada na 702 Norte. O religioso foi vítima de latrocínio na noite de sábado (22/9).

O emedebista declarou, em nota, que o assassinato do padre, "um homem de paz, amado e admirado por todos", leva a refletir sobre a sensação de insegurança no DF. “Expõe uma dura realidade que precisamos enfrentar com determinação. Por mais preparada e equipada que esteja a polícia, por mais rigorosas que sejam as leis, a criminalidade violenta expõe sua face onde e quando menos esperamos”, destacou. 

Para o governador, casos como esse mostram que a violência deixou de ser um problema localizado e se transformou em um questão nacional. “Para enfrentá-lo, estou convencido que precisamos promover uma verdadeira revolução, uma mobilização geral com engajamento de todas as forças de bem de nossa sociedade e da polícia. O combate à criminalidade deve ser encarado como prioridade, daí a necessidade de unirmos forças”, argumentou. 

“A sociedade precisa de paz. Não iremos tolerar que o cidadão ou cidadã se torne refém de criminosos dentro de sua própria casa”, completou o chefe do Executivo local.

Também em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que "todos os esforços estão envidados pelas forças de segurança para identificar e prender o(s) autor(es) desse crime". A pasta destacou, em nota oficial, que esse foi o primeiro latrocínio na região em dois anos.   

Investigação : A Polícia Civil suspeita que quatro homens tenham participado do latrocínio. Segundo os investigadores, os criminosos abordaram o padre próximo à obra de reforma da casa paroquial.  

De acordo com o delegado à frente do caso, Laércio Rossetto, os policiais conseguiram imagens de circuitos de segurança que mostram os suspeitos pulando o muro da obra. “O que eu posso afirmar é que de fato aconteceu um latrocínio. Conseguimos filmagens da rua, que estão sendo analisadas, e fazemos perícia no local do crime”, frisou.  

O delegado explicou que o crime aconteceu entre 18h40 e 21h40. “O padre foi rendido e amarrado. Nossa suspeita é de que eles (os criminosos) já o aguardavam”, ressaltou o Rossetto. Segundo o delegado, alguns objetos foram deixados para trás no momento da fuga. Esses itens serão encaminhados para perícia.   
Como era fácil gostar do padre Casemiro! Padre Casemiro veio da Polônia e, com sua simpatia, conquistou os fiéis da paróquia Nossa Senhora da Saúde

*Por  Paloma Oliveto

Conheci o padre Casemiro com uns 5 anos de idade. Na época, a Paróquia Nossa Senhora da Saúde era um pequeno salão, um "puxadinho". Com um português sofrível, aquele polonês gorducho e rosado, com uma eterna cara de menino, se esforçava para agradar a comunidade, ainda ressentida da saída do padre que o antecedeu. Minha família foi uma das primeiras que o acolheu.

Como era fácil gostar do padre Casemiro! As dificuldades com o idioma não o impediam de fazer piadas - que geralmente não dava para entender por causa do forte sotaque. Ele chorava de rir das próprias graças, com uma inocência comovente.

Padre Casemiro construiu a linda igreja que substitui o "puxadinho" com as próprias mãos. Mal tirava a batina e corria para a obra. A essas alturas, já era extremamente amado pela comunidade e já falava bem o português (mas continuava contando piadas que só ele entendia…). 

Sorria com os belos olhos azuis, que também lacrimejavam quando ele falava da Polônia. Nascido no pós-guerra, viveu os horrores de uma Europa devastada e viu seu país ser arbitrariamente anexado à União Soviética.

Apesar das saudades, nunca falou em partir. Amava o Brasil e a numerosa família que fez aqui, seus paroquianos, seus filhinhos.

A notícia da morte dele ainda parece um pesadelo. A ficha não caiu. Tento não pensar no horror que aqueles olhos expressaram enquanto lhe roubavam a vida. Antes, visualizo os olhos risonhos, bondosos, cheios de amor. Ainda molhados de tantas gargalhadas depois de contar piadas.. Adeus, "do widzenia", padre Casemiro! Agora vá fazer rir os anjos do céu.

(*) Alexandre de Paula - Paloma Oliveto – Fotos:  Ed Alves/CB/D.A Press – Reprodução Internet – Correio Braziliense


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