As máquinas estão a postos para dar início aos trabalhos: área destinada
ao empreendimento tem 14 hectares, equivalente a 20 campos de futebol
Construção »Menos árvores e mais prédios. Projeto prevê um complexo de
22 prédios para as quadras 500 do Sudoeste. A vegetação do terreno destinado ao
empreendimento foi retirada menos de uma semana após decisão judicial.
Moradores lutavam há 10 anos para impedir as obras
Menos de uma semana após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubar a liminar que impedia a construção da quadra 500 do Sudoeste, todas as árvores da área destinada ao empreendimento foram arrancadas. A ação é legal e autorizada judicialmente, mas desagradou moradores da região que, há aproximadamente 10 anos, batalhavam para impedir o desmatamento.
O projeto prevê a edificação de 22 prédios ao lado de uma das poucas
áreas ainda com vegetação nativa do cerrado, região na qual fica o Parque
Ecológico das Sucupiras. O presidente da associação do parque, Fernando Lopes,
lamentou a atitude: “Não deixaram uma árvore em pé. As pessoas estão em
lágrimas com tamanha destruição. Vamos sofrer condições ambientais adversas,
com mais calor, secura e poluição pela falta da vegetação”.
A área destinada ao novo bairro tem 14 hectares, o que equivale a 20
campos de futebol. O servidor público Marcos Vinicios Ribeiro, 32 anos,
acompanhou com tristeza o corte das árvores. “É uma vergonha, de cortar o
coração. Eu não imaginava que acabariam com tudo tão rápido. É um impacto
enorme que essa atitude gera à natureza”, disse. Quem concorda com o
posicionamento de Marcos é o designer gráfico André Pinheiro, 47. “Isso, para
mim, é um crime e com o aval do Ibram (Instituto Brasília Ambiental). Um
verdadeiro absurdo.”
Autorização judicial: O início das obras para a
construção da quadra 500 estava suspenso por decisão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal (TJDFT) em caráter de urgência, até que fosse julgado o mérito
da questão. O Governo do Distrito Federal (GDF) recorreu duas vezes na
tentativa de dar continuidade ao empreendimento e teve os requerimentos
negados. No entanto, protocolou um pedido de suspensão da liminar junto ao STJ,
alegando que a decisão prejudicava “a política pública de geração de empregos
diretos e indiretos, bem como a geração de renda e receitas públicas” e que
todas as licenças foram devidamente autorizadas.
Em resposta, o relator do pedido e presidente do STJ, ministro João
Otávio de Noronha, autorizou o seguimento das obras, considerando que o
empreendimento é “extremamente salutar para a economia local” e que poderá
“amenizar o grave problema de carência de moradias na capital do país, motivo
das inúmeras invasões de áreas públicas”.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorreu
contra a liberação, pedindo ao ministro que reconsidere a medida e submeta à
análise do colegiado. Ao Correio, o procurador do caso, André Vinicius Almeida,
disse que, mesmo com a derrubada da vegetação, o objeto da ação ainda é válido.
“A supressão já ocorreu. Mas o MP ainda entende que, ao dar prosseguimento com
celeridade às alegações, possíveis danos ambientais podem ser minimizados.”
De acordo com o procurador, a partir do julgamento do agravo interno,
pode haver uma reconsideração, o que interromperia novamente o
empreendimento. “Se, no julgamento do mérito, for avaliado que houve dano
ambiental, a empresa terá que reparar e compensar de alguma forma”, completa
Almeida.
O GDF tem 15 dias para se manifestar. Em nota oficial, a
Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), que conduz o caso, afirmou que
“só irá se posicionar sobre o conteúdo de eventual agravo quando for notificada
judicialmente.”
Por » Bruna Lima » Juliana Andrade – Fotos: Blog-Google – Ana
Rayssa/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
Todo governador queentra quer vender terrenos fora do projeto urbanístico cidade. E os argumentos são os insustentais possíveis. É mesmo judivializando muitas vezes tem êxito. VERGONHA!!!!!
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