Os secretários de Governo, José Humberto Pires (D), e o presidente da
Codeplan, Jean Lima, apresentaram os dados no Palácio do Buriti: otimismo
*Por Jéssica Eufrásio
Economia registra melhora. Dados do segundo trimestre mostram que o DF
apresentou crescimento de quase 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Caso a alta se mantenha, até 2021, a situação deve voltar ao patamar verificado
antes da crise, em 2013
Seis meses após o início da gestão de Ibaneis Rocha (MDB), a economia do Distrito Federal começa a se recuperar. A melhora do cenário no segundo trimestre, segundo boletim divulgado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), deu ânimo para o Executivo. Os resultados mostraram crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado — na comparação dos primeiros trimestres de 2018 e de 2019, a economia já havia crescido 1,4%. Caso a taxa se mantenha, a expectativa é de que a situação melhore ainda mais até 2021.
O panorama, visto com bons olhos pelo governo, foi o primeiro trimestre,
desde o início de 2013, em que todos os setores de atividade econômica
apresentaram variação positiva. De abril a julho, os setores da agropecuária,
de serviços e da indústria tiveram os melhores desempenhos. Os indicadores
mostraram, ainda, que o consumo das famílias e o potencial de compra delas se
tornou mais favorável.
Apesar do otimismo, os dados não representam uma tendência para o fim do
ano. Mesmo assim, o governo esperar fechar 2019 com melhora do comércio e com
quedas nas taxas de desemprego, principalmente pela oscilação no mercado de
trabalho. Em julho, houve aumento da quantidade de pessoas ocupadas, além das
vagas de emprego formal, informal, autônomo e doméstico em comparação ao mesmo
mês de 2018. Ao mesmo tempo, o número de pessoas empregadas no serviço público
caiu, e a taxa de desocupados manteve-se estável.
Os secretários de Economia e Governo, André Clemente e José Humberto
Pires, respectivamente, participaram da solenidade de divulgação do balanço, no
Palácio do Buriti. Além deles, o presidente da Codeplan, Jean Lima, comentou o
levantamento: “Voltamos a fazer projeções, e os resultados estão dentro do
esperado. Estamos projetando, para o fim do ano, o mesmo patamar de emprego do
início de 2019. Diante do cenário em que estávamos, isso é positivo. Claro que
está longe do ideal, mas é um passo importante para sairmos da recessão”.
Inflação: Outro índice que afeta o consumo das famílias, a
inflação avançou em relação aos três primeiros meses de 2019, conforme
registrado no restante do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). No Distrito Federal, ela ficou em 3,36% em agosto. Enquanto
alimentos e bebidas mostraram redução nos preços, itens como gasolina e
passagens aéreas tiveram impacto no indicador. Preços referentes à habitação
também provocaram o aumento, como os impostos sobre água e esgoto, que subiram
6,3%, e os valores dos aluguéis residenciais, com avanço de 2%.
O setor privado formal registrou os maiores índices em se tratando de
contratações. A indústria, em especial na área da construção civil, teve o
melhor desempenho. O setor público teve queda no número de trabalhadores. A
expectativa do governo é de que a diminuição do desemprego — que caiu de 19%
para 18,8% no período considerado — continue até o fim do ano. A estimativa,
segundo a Codeplan, é de que o ano termine com um índice de 17,7%.
Na avaliação do diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan,
Bruno de Oliveira Cruz, o ritmo de recuperação é gradual. “A consistência da
criação de postos formais, diante da recessão que tivemos, é um sinal positivo,
mas temos um contingente de desempregados e um nível de desemprego alto. A
trajetória é de queda, mas de queda lenta”, avaliou. “Um sinal positivo é a
recuperação da construção civil, ainda tímida, e do comércio, no primeiro
semestre”, completou Bruno.
Em alta - Crescimento da economia na comparação com o segundo
trimestre de 2018: » Agropecuária 2,8% » Serviços 1,8% » Indústria 0,9%
"Um sinal positivo é a recuperação da construção civil, ainda
tímida, e do comércio, no primeiro semestre" (Bruno de Oliveira
Cruz, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan)
(*) Jéssica Eufrásio - Correio Braziliense
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