Secretaria de Saúde abre programação do Setembro Verde - Mês será de conscientização sobre a importância da doação de órgãos
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por meio da Central Estadual de Transplantes (CET), promoverá o maior evento para doação de órgãos do país, durante o Setembro Verde, mês destinado à conscientização sobre o assunto.
O lançamento oficial da campanha, no Distrito Federal, foi feito nesta segunda-feira (9/9), durante entrevista coletiva. Haverá palestras, mostra fotográfica, talk show e o encerramento com apresentação musical.
As palestras acontecem entre os dias 10 e 27 de setembro, em hospitais públicos e privados, operadoras de planos de saúde e instituições de ensino superior. “O objetivo é informar, esclarecer e subsidiar a população para a tomada de decisão em se tornar doadora de órgãos e tecidos”, frisa o organizador do evento e gestor do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da Secretaria de Saúde, Anderson Galante.
Além disso, as palestras têm o intuito de estabelecer contato com o ambiente acadêmico multiprofissional para despertar nos alunos o interesse em se especializar na área de captação e transplante de órgãos e tecidos.
Arte: Entre os dias 23 e 27 de setembro, haverá mostra fotográfica na galeria de arte do Pátio Brasil Shopping, retratando momentos da vida de pacientes transplantados, com imagens de antes e depois do transplante, mostrando o resgate da qualidade de vida.
O jornalista Vinícius Sassine, premiado pelo trabalho ‘Recusas da FAB impedem transplantes de 153 órgãos’, publicado no Jornal O Globo, comandará um talk show, em 27 de setembro, com um paciente transplantado de pâncreas e rins. No mesmo dia, o encerramento do Setembro Verde será com um show de Davi Ramiro, na praça central do shopping.
Doação: O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O país é o segundo maior transplantador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde. Os órgãos e tecidos que podem ser doados após a morte são: rim, pulmão, coração, válvulas cardíacas, fígado, córnea, ossos, pele, pâncreas e intestino.
No Distrito Federal, são realizados transplantes de coração, fígado, rins e córneas de doadores falecidos. Também são feitos transplantes de medula óssea. Os procedimentos, pela rede pública, ocorrem no Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Instituto de Cardiologia do DF (ICDF).
No Base e no HUB são realizados transplantes de rins e córneas. O ICDF faz transplantes de coração, fígado, rins, córneas e medula óssea. O Hospital Regional da Asa Norte já realizou, em caráter excepcional, sete transplantes de pele e está em vias de credenciamento para a realização do procedimento.
“Nós temos uma grande estrutura para transplantes. Temos equipe excelente, salas preparadas, o Complexo Regulador que cuida da fila para que não haja favorecimentos e o apoio do Hemocentro. Se conseguirmos salvar uma vida, já terá valido a pena”, observou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, durante a entrevista coletiva.
Dados: Até o dia 5 de setembro, foram realizados, no DF, 24 transplantes de coração, 62 de fígado, 41 de rim, 270 de córnea e sete de pele. A lista de espera para transplantes está com 932 pessoas, sendo 26 para coração, 39 para fígado, 556 de rim e 311 para córnea.
Chamou a atenção a quantidade de transplantes de fígado. “Nem todos os Estados têm estrutura para fazer transplante, como nós temos. Então, muitos órgãos vêm de outros locais. Como por exemplo, hoje, um fígado vindo de Aracaju para um paciente do DF”, destacou a diretora da Central Estadual de Transplantes do DF, Joseane Vasconcellos.
Segundo ela, 50% dos transplantes de fígado e de coração feitos no DF são de órgãos vindos de outros Estados. “O sistema gerenciado pelo Ministério da Saúde faz um ranking em todo o país e quanto mais compatível, mais no topo da lista o paciente fica para receber o órgão. Por isso, precisamos aumentar o número de doadores, para termos mais possibilidades de compatibilidade”, frisou.
O transporte desses órgãos é feito pelo avião da Força Aérea Brasileira, numa parceria entre o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa. “Quando o transporte é entre cidades próximas ao DF, como Goiânia, ainda usamos o aéreo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar”, frisa o diretor do Complexo Regulador do DF, Petrus Sanches.
Agência Brasília * Com informações da Secretaria de Saúde
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