Raquel
Dodge chora ao falar do cargo e deseja êxito no trabalho do seu sucessor, ao
participar de evento em Goiânia. Procuradora-geral da República assinou termo
para que Goiás possa usar o Frida e fez palestra no Ministério Público
Estadual.
A
procuradora-geral da República Raquel Dodge passou o dia em Goiânia, nesta
sexta-feira (6), e chegou a se emocionar ao relembrar sua atuação à frente do
cargo, que deixará no próximo dia 17. Ela veio assinar um termo para que Goiás
também possa usar o Formulário de Risco aos Casos de Violência contra a Mulher
(Frida) e fez uma palestra no Ministério Público Estadual. Dodge evitou entrar
em detalhes sobre a escolha feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro
(PSL), pelo nome de Augusto Aras para substituí-la.
"A
expectativa dos membros do Ministério Público é de que realmente sejam ouvidos
nessa escolha. Eu tenho a desejar ao meu sucessor muito êxito no trabalho que
ele fará, e torcer que tudo corra muito bem”, afirmou.
Durante a
palestra que fez no Ministério Público, a procuradora comentou sobre a Lei de
Abuso de Autoridade, sancionada pelo presidente. Para ela, é preciso que se
garanta que o MP possa atuar “sem ameaças veladas”.
“Nós
temos que zelar sempre por autonomia do Ministério Público, que nos é
assegurada na Constituição, para que os membros desta Casa trabalhem com as
garantias constitucionais, com destemor, com coragem e prontidão”, afirmou a
procuradora.
Para ela, a lei sancionada com 36 vetos “deveria
ser integralmente vetada” e, inclusive, afirmou ter dito isso a Bolsonaro.
A
procuradora falou ainda sobre a importância do Ministério Público no respeito
às leis, contra o retrocesso, e principalmente na defesa das minorias. Ela
afirmou que deixa o seu cargo com o sentimento de dever cumprido.
“É o
sentimento de quem cumpriu o seu cargo com integridade, com ética, procurando
alargar o horizonte de trabalho do Ministério Público, que no Brasil tem um
papel muito importante, tanto em defender a democracia, como direitos
fundamentais, e zelar pela ordem jurídica. É um trabalho que temos feito
intensamente”, afirmou ela.
Raquel Dodge chegou a se emocionar ao relembrar sua atuação à frente
Procuradora-geral da República — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O Frida: O
Frida foi lançado em 5 de dezembro de 2018, no 2º Seminário Internacional
Brasil-União Europeia: Caminhos para a Prevenção da Violência Doméstica contra
a Mulher, realizado em Brasília (DF). A ferramenta indica, de forma objetiva, o
grau de risco da vítima em virtude das respostas dadas às perguntas do
formulário, o que pode reduzir a probabilidade de uma possível repetição ou
ocorrência de um primeiro ato violento contra a mulher no ambiente de violência
doméstica. Raquel Dodge explicou que o Frida possibilita ao Estado definir as
prioridades, uma vez que o uso do método científico mostra quem está sob maior
risco e a quem primeiro ajudar. Ele vem como um socorro para organizar
informações dentro do setor de Segurança Pública.
Por Rodrigues Gonçalves - G1 GO
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JUSTIÇA