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À QUEIMA-ROUPA: Ana Paula Pereira Meneses Candidata à vaga de desembargadora


Ana Paula Pereira Meneses, Candidata à vaga de desembargadora do Tribunal de Justiça do DF

Qual deve ser o papel de um magistrado oriundo da advocacia?
O advogado representa importante player no processo. A pedra angular do quinto constitucional é contribuir para o contínuo aperfeiçoamento dos tribunais, por meio de experiência haurida no exercício da advocacia, tendo em vista uma Justiça mais eficiente e isonômica. O magistrado oriundo da advocacia traz consigo vivência profissional e pessoal a ser agregada ao processo de tomada de decisões do Tribunal.  
Qual é a sua opinião sobre a lei de abuso de autoridade como foi aprovada no Congresso?
Ninguém está acima da lei nem mesmo os exercentes do poder. Desde 1965, existe uma lei de abuso de autoridade. O Legislador ordinário houve por bem ampliá-la e aperfeiçoá-la. O projeto de lei correspondente aguarda análise dos vetos da sanção presidencial. Sem querer antecipar juízo de valor, entendo que, em tese, todo e qualquer aprimoramento legal é sempre bem vindo. Contudo, não deve servir de alavanca para criminalizar o exercício da função jurisdicional.

Por que se considera apta a exercer a magistratura?
Penso que a experiência adquirida em duas décadas de advocacia trouxe-me capacidade, equilíbrio e sensibilidade suficientes para o exercício da magistratura. Tenho convicção de que julgar não é tarefa fácil, porém me considero habilitada para o desafio. Eu acredito na Justiça e essa crença me revigora todos os dias.

Há uma série de questionamentos e polêmicas atualmente sobre a atuação da Justiça no Brasil. Como a senhora avalia esse ambiente?
Os questionamentos e polêmicas são naturais no regime democrático. Os atos judiciais possuem, como nota marcante, a publicidade. Eles repercutem tanto na esfera pública quanto privada e podem ou não encontrar ressonância na opinião pública. Decidir sobre algo significa, via de regra, posicionar-se a favor ou contra determinada pretensão. Nem sempre isso agrada a todos.

Fala-se muito que o Brasil passa por um momento em que a democracia está ameaçada diante de tanta polarização. A senhora acredita nisso? E de que maneira a Justiça pode ajudar nesse sentido?
Dissensos acontecem em regimes democráticos onde existe plena liberdade de expressão. O embate de ideias mostra-se normal nas sociedades animadas por múltiplas correntes de pensamento. Nesse contexto, cabe à Justiça tratar com sensibilidade e de modo equânime as partes envolvidas, visando buscar a solução mais razoável e justa possível para o conflito. 

1.836 votos na consulta feita aos advogados 9,16% dos votos válidos- Da redação do Blog - Vídeo 
Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense



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