Cláudio
Abrantes (PDT) deputado
distrital e líder do governo na Câmara Legislativa
Como avalia o ano legislativo da CLDF até agora? Este ano, esta nova legislatura, chegou marcado por
grandes mudanças dentro da Casa. Vivemos tempos novos, com uma grande renovação
parlamentar, e também com um governo que dialoga, e que age também. A Câmara
tem trabalhado de forma a manter sua independência, num ritmo de produção
acelerado, mas sem atropelos, sem tratoramentos ou açodamentos. Então, pensando
num rápido histórico, importantes proposições tramitaram na Casa, como a lei
das pecúnias, mudanças na estrutura pública, a criação do Iges-DF. Eram temas
considerados espinhosos, mas que passaram, foram superados, e já começamos a
ver os resultados refletidos na sociedade.
Houve grande renovação de parlamentares. Na sua
visão, como reeleito, a Casa mudou muito em relação à legislatura anterior? Sim, são grandes mudanças. Os novos parlamentares
vieram cada qual com seu perfil, com suas bandeiras. Agora, um completa o
outro, de modo que as cidades e os segmentos da sociedade estão bem
representados, sejam as maiorias ou as minorias. Ainda nesse contexto, o papel
da Casa é estar atenta para que toda a sociedade seja contemplada. Afinal,
estamos lá para legislar para Brasília e não para eleitores ou grupos de
eleitores, e esse deve ser um cuidado permanente do parlamentar. Temos de zelar
do Distrito Federal. Temos também o dever de olhar para o lado e fiscalizar,
dando o sinal a qualquer indício de alerta quanto à inobservância desse papel
do deputado.
Em muitos casos, o governo precisou negociar com a
base cada projeto para ter apoio dos parlamentares. Essa é uma característica
da relação entre o Executivo e o Legislativo atuais no DF? Há a intenção de
buscar um apoio prévio mais sólido? A política, assim como toda atividade humana,
evolui, adapta-se aos tempos, às pessoas. Como líder do governo, posso dizer
que ele tem um apoio sólido. Mas, como eu disse, o fato de o parlamentar
prestar apoio não significa que ele não vá analisar as propostas do Executivo
uma a uma, projeto a projeto, antes de se manifestar e de se posicionar. Essa é
uma das virtudes da democracia, que deve ser exercida em todas as esferas,
inclusive e sobretudo no âmbito da administração pública. O governo tem
conseguido conduzir isso de forma harmônica, e fico muito gratificado com isso.
Como representante das ideias do governo junto aos meus pares, sinto grande
receptividade, que se reflete em resultados proveitosos para o Distrito
Federal.
Alguns deputados da base reclamam de falta de
acesso a secretários e ao GDF. Como contornar isso? Como eu disse, hoje temos um governador que
dialoga. Se houve alguma dificuldade de interlocução, o governo está a par
disso, tem recebido os parlamentares, tem vindo periodicamente à Casa por meio
de seus representantes e isso também deve ser observado e valorizado. Inclusive
pares meus que não são da base têm elogiado esse perfil de transparência e
parceria do atual governo.
É possível aprovar ainda neste ano projetos importantes
para o Executivo como o das mudanças nas normas de uso do SIG e o
Desenvolve-DF? Regimentalmente, os trabalhos na Câmara vão até 15
de dezembro. Então ainda temos minimamente dois meses de atividade. Se você for
acompanhar a linha do tempo dos trabalhos deste ano, vai perceber o quanto
períodos de dois meses têm sido produtivos no âmbito da CLDF. Por isso,
acredito que ainda haja tempo, sim, para a votação de projetos importantes.
A privatização de estatais também movimenta a Casa,
e há, além dos deputados da oposição, parlamentares da base contra essas
propostas. Está havendo uma tentativa de convencimento desses distritais? Não de convencimento, mas de argumentação, de
estudos, de exposição de números e fatos. Ao governo, também não interessa privatizar
por privatizar. Trata-se, sim, de se chegar aos modelos que mais trarão
benefícios para todos. É o tipo de trabalho em que a sociedade, representada
pela CLDF, e o governo devem caminhar unidos, pois todos trilharão pelo mesmo
caminho, e esse caminho tem de ser o do sucesso.
Ana Maria
Campos – Coluna “Eixo Capital” – Foto: Vinícius Cardoso Vieira/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense
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