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CASA PRÓPRIA » Queda de juros do BRB empolga construção civil


Casa  Própria » Queda de juros do BRB empolga construção civil  - Para representantes do setor, taxa de financiamento imobiliário mais baixa do país - de 6,99% - contribuirá para aumento das vendas e consequente geração de empregos no Distrito Federal. Previsão é de R$ 2,5 bilhões em vendas

*Por Alexandre de Paula

Com a redução, o BRB passou a oferecer a menor taxa de financiamento imobiliário do país - Começou a valer ontem a taxa de 6,99% ao ano para financiamento imobiliário para pessoa física no Banco de Brasília (BRB). A tarifa, a mais baixa entre os concorrentes e a menor registrada na história do país, anima o setor da construção civil e o mercado imobiliário. Entidades representativas da área apostam no aquecimento da economia com o incentivo à compra da casa própria e destacam que as consequências principais devem ser o crescimento das vendas e da geração de empregos.

A redução da tarifa pelo BRB, adiantada pelo Correio no domingo, segue tendência nacional. A concorrência entre as instituições financeiras e a redução da taxa básica de juros, a Selic, estimularam a derrubada dos valores em busca de potenciais clientes. Esse movimento, para representantes do setor, terá impacto rápido. “É um sinal concreto, efetivo para a área, porque não se trata de um estudo ou de uma avaliação para reduzir a tarifa, mas de uma redução, de fato, das taxas”, destaca o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos.

Para ele, o fato de um banco local, como o BRB, oferecer taxa de juros menor do que a das maiores instituições do mercado estimula a população do DF a investir na compra de imóveis. “Há uma faixa muito grande dos clientes que precisam do financiamento para efetivar o negócio. Essa taxa viabiliza a compra e estimula as vendas. Consequentemente, investe-se mais em lançamentos”, acredita.

As taxas menores consolidarão um crescimento dos negócios que começou a ser percebido em 2019, avalia o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira. Segundo ele, até agosto, o valor geral de vendas alcançou R$ 1,58 bilhão. Em 2018, o número ficou em R$ 1,24 bilhão. “A nossa expectativa é de que, com esse movimento na taxa de juros, consigamos chegar ao dobro do que se conseguiu no ano passado e cheguemos aos R$ 2,5 bilhões”, prevê. A redução da taxa de juros, segundo ele, tem influência positiva no mercado, pois possibilita que mais clientes tenham acesso a casa própria. “Por isso, ampliar o número potencial de clientes se reflete diretamente no aumento de lançamentos.”

Além das grandes construtoras e incorporadoras, a queda nas tarifas tem efeito positivo para pequenas e médias empresas do ramo, avalia o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Afonso Saad. “A redução é muito bem-vinda, porque traz de volta investimentos. Isso, indiretamente, impacta as empresas menores, como as que são associadas a Asbraco, porque elas voltam a ser contratadas pelas maiores. A consequência é o crescimento do mercado como um todo”, argumenta.

Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Ramos concorda que a medida é positiva para o mercado em um momento em que o setor não se recuperou completamente da crise financeira. O especialista ressalta, porém, que há variáveis que precisam ser levadas em conta na projeção de crescimento. “A taxa de juros é um dos fatores importantes, mas também deve-se considerar as perspectivas das pessoas em relação ao futuro, a emprego e a salário. Vivemos um momento de incerteza, e o crescimento também depende disso”, complementa.

Condições: O diretor presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, explicou que o crédito imobiliário foi colocado como uma das prioridades da instituição, pois gera relacionamento de longo prazo com os clientes e fomenta a cadeia produtiva da construção civil. “Resolvemos ser bem agressivos”, disse em entrevista recente ao Correio para anunciar a redução.

O índice, de 6,99% ao ano, mais taxa referencial, será aceito para negociações pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que vale para imóveis de até R$ 1,5 milhão, e pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), em que não há limite de custo. O prazo máximo para o crédito é de 420 meses (35 anos), e até 80% do valor total do imóvel pode ser financiado.

Para ter acesso à linha de crédito, além de ter conta-corrente no banco, o cliente precisa usar outros quatro serviços da instituição: crédito mensal de salário; cartão de crédito; mobile banking ativo; descontos com débito direto em conta. A estimativa do BRB é de que R$ 250 milhões sejam aplicados em financiamentos do tipo. O crédito é direcionado para todos os clientes do banco, mas servidores públicos do GDF contam com valores pré-aprovados disponíveis no aplicativo do BRB.

A servidora pública Samara Cristina Cardoso, 26 anos, é uma das clientes que espera conseguir concretizar o sonho de ter uma casa por meio do financiamento. “Estou louca para sair do aluguel. Busco isso a minha vida inteira. Antes, quando morava com a minha mãe e agora, que estou casada também”, contou. A taxa de juros mais baixa é um estímulo a mais, diz a funcionária do GDF, que se planeja para ajustar as finanças a fim de efetivar o empréstimo.
Paulo Henrique Costa, diretor presidente do Banco de Brasília (BRB) : "Resolvemos ser bem agressivos"Crédito 6,99%: Taxa mínima para o crédito imobiliário, mais taxa referencial (TR); 420 - Quantidade máxima de meses para o financiamento; 80% -  Porcentagem máxima do valor do imóvel que pode ser financiada pelo BRB

"A taxa de juros é um dos fatores importantes, mas também deve-se considerar as perspectivas das pessoas em relação ao futuro, a emprego e a salário. Vivemos um momento de incerteza, e o crescimento também depende disso” (Carlos Alberto Ramos, professor do Departamento de Economia da UnB)

Palavra de especialista - Efeito positivo: “A redução na taxa de juros do financiamento imobiliário tem impacto na reativação do setor da construção civil, que sofreu muito depois do agravamento da crise econômica. Esse é um espaço de retomada para a capacidade ociosa que se tem. Os bancos fizeram redução bastante expressiva nesse sentido recentemente e agora é muito importante que o BRB venha trabalhar com taxas ainda menores. O efeito econômico é altamente positivo porque o setor da construção civil gera muitos empregos. A área oferta muitos postos de trabalho que não demandam grande formação acadêmica e há muitas pessoas que precisam hoje desse tipo de vaga.” (José Luiz Pagnussat, economista e membro do Conselho Regional de Economia do DF (Corecon-DF)

(*) Alexandre de Paula - Colaborou Rayssa Brito (estagiária sob supervisão de Guilherme Goulart) – Correio Braziliense


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