Outubro Rosa
*Por Susana Ramalho
O câncer de mama atinge a vida de
milhares de mulheres e, por isso, a importância do Outubro Rosa. O primeiro
Outubro Rosa ocorreu em 1986 e foi criado por uma organização não governamental
americana, chamada Fundação Susan G. Komen for the Cure. Porque precisamos de
um mês para conscientização do câncer de mama? No Brasil, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete
as mulheres no país (excluídos os tumores de pele não melanoma). Para 2019,
foram estimados 59.700 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de
51,29 casos por 100 mil mulheres. A única região do país em que o câncer de
mama não é o mais comum entre as mulheres é a Norte, onde o de colo de útero
ocupa a primeira posição.
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer nas mulheres
brasileiras, com uma taxa de 13,68 óbitos/100 mil mulheres em 2015. Observa-se
um aumento na incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens nos
últimos anos no Brasil e no mundo; em mulheres com menos de 35 anos, a
incidência hoje está entre 4% e 5% dos casos, faixa etária em que
historicamente apenas 2% dos casos eram observados. Aspectos associados aos
fatores de risco, que têm relação com estilo de vida, se veem mais presentes:
menor número de filhos, gestação mais tardia, alimentação inadequada,
associados à correria do dia a dia, podem estar influenciando essa mudança de
aparecimento de tumores de mama em mulheres mais jovens.
Precisamos melhorar qualidade do cuidado às mulheres que vivenciam um
câncer de mama. A própria Fundação Susan G. Komen for the Cure surgiu a partir
da experiência que a fundadora (Nancy Brinker) viu sua irmã (Susan G. Komen)
passar durante o tratamento de câncer de mama. Susan G. Komen teve um câncer de
mama aos 33 anos. A vivência da pouca atenção e de ambientes de baixo
acolhimento às mulheres com câncer de mama, além dos limitados recursos de
pesquisa motivaram a criação de uma organização que lutasse por melhor
qualidade de atenção e mais eficazes tratamentos.
O Outubro Rosa é hoje um Movimento internacional de conscientização para
o controle do câncer de mama. A Conscientização provê informações sobre
detecção precoce (através da mamografia e do reconhecimento de alterações nas
mamas como nódulos) e fatores de risco (como obesidade, terapia de reposição
hormonal, ingestão de álcool e sedentarismo, além de fatores genéticos). O
diagnóstico precoce possibilita que as chances de cura sejam muito maiores para
a paciente. Por isso, é preciso que as mulheres conheçam seu corpo e suas
mamas, estejam atentas a qualquer alteração que possa indicar uma anormalidade
e procurem um médico imediatamente caso identifiquem alguma suspeita, além
disso, deve-se realizar os exames de mamografia periodicamente.
A redução de risco e o diagnóstico precoce da doença são os principais
fatores para reduzir a mortalidade por câncer. Segundo o INCA, é possível
reduzir em 28% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama a partir da
adoção de alguns hábitos. Entre eles estão: praticar atividade física
regularmente; alimentar-se de forma saudável; não fumar; ter o peso corporal
adequado; não ingerir bebidas alcoólicas; evitar uso de hormônios sintéticos em
altas doses.
A conscientização, o diagnóstico precoce e melhores tratamentos devem
andar juntos. Um novo olhar sobre o tratamento vem ocorrendo através de várias
intervenções que identificam como planejar o cuidado integral da mulher que
está vivenciando o câncer de mama, um planejamento de tratamento que alinhe as
vivências e singularidades da mulher e os objetivos e demandas do tratamento
para chegarmos com confiança mútua ao sucesso. Criar empatia com a paciente,
entender o momento de vida em que ela está, suas necessidades e desejos fazem
parte do tratamento que oferecemos na Oncologia Vera Cruz, em Campinas-SP, onde
acreditamos no cuidado integral das pacientes.
(*) Susana Ramalho
- Especialista em oncologia clínica pela Associação Médica Brasileira e
Sociedade Brasileira de oncologia, mestre em oncologia mamária e doutora em oncologia
ginecológica pelo CAISM/Unicamp e integra a equipe de oncologia do Hospital
Vera Cruz de Campinas – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog-Google.
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Saúde