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Entrevista: Leandro Cruz - Secretário de Esporte e Lazer - (Capital dos grandes eventos esportivos)


Capital dos grandes eventos esportivos. Governo do Distrito Federal faz planos para atrair competições em 2020, principalmente com o incremento do turismo, para gerar empregos e dar visibilidade internacional à cidade, como está sendo com a Copa do Mundo Sub-17 da Fifa

*Por Agatha Gonzaga 
"Estamos trazendo para Brasília a Copa do Mundo de Triatlo, o Grand Slam de Judô do ano que vem e, provavelmente, outra competição de judô desse porte"

Além de sediar a abertura da Copa do Mundo Sub-17 de 2019 e receber jogos da competição no Estádio Bezerrão, no Gama, Brasília se prepara para receber eventos esportivos, como a Copa do Mundo de Triatlo, uma maratona e, possivelmente, um novo Grand Slam de Judô, em 2020. Os planos da Secretaria de Esporte e Lazer foram anunciados pelo secretário, Leandro Cruz, nesta segunda-feira, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília.

O chefe da pasta destacou também a construção da Escola Compartilhada de Esporte. Um pedido do governador Ibaneis Rocha “para transformar Brasília na capital esportiva do Brasil”, conforme explicou Leandro Cruz. O objetivo é ter um centro de formação de atletas de rendimento na capital federal. O secretário falou sobre a privatização do Mané Garrincha no início do próximo ano.
Cidade esportiva: Eu acredito no grande incremento no turismo de eventos em Brasília. Não só esportivos. A gente tem apoiado muito o desenvolvimento turístico e econômico da cidade. A gente vive, no Brasil, um período econômico complicado. Nós precisamos de criatividade para dar saída a essas dificuldades. Brasília tem um grande potencial, desde que foque no turismo de negócios, esportivo, de eventos. A gente fez o Grand Slam de Judô, um evento esportivo que trouxe a melhor e a maior participação do país em um grand slam na história. E não é a primeira vez que o Brasil sedia este evento. Foram mil pontos para corrida olímpica, onde nós tivemos quatro atletas por peso e não apenas um; então, a gente teve em todos os aspectos um evento maravilhoso.

Estamos trazendo para Brasília a Copa do Mundo de Triatlo, o Grand Slam de Judô do ano que vem e, provavelmente, também outra competição de judô desse porte. Trouxemos neste ano a Liga das Nações de Vôlei masculino e feminino, trouxemos o Campeonato Brasileiro de Triatlo… A gente teve uma orientação do governador Ibaneis Rocha que estamos levando ao pé da letra: transformar Brasília na capital esportiva do Brasil.”

Investimento da Fifa: o Bezerrão ficou lotado para o jogo da Seleção Brasileira contra o Canadá
Sub-17 e Mané Garrincha: O Mundial Sub-17 não vai ocorrer no Estádio Mané Garrincha porque não é da característica do evento. Ele é um evento para um estádio de 15 mil pessoas e não para 60 mil. Então, ele nunca seria no Mané Garrincha. Em segundo lugar, a Fifa e a CBF fizeram um negócio muito legal. Elas querem deixar legados em estádios que não foram da Copa do Mundo. O Mané Garrincha é um estádio maravilhoso, super bem equipado com condições de receber qualquer competição do Brasil e do mundo, por exemplo, a final da Libertadores. A Fifa investiu no gramado, na iluminação, na limpeza e infraestrutura do Bezerrão, todo pago pela entidade. Por que nós vamos colocar isso (o investimento) no Mané Garrincha, se o estádio será entregue para a iniciativa privada em janeiro do ano que vem? Acho que a gente tem que tomar muito cuidado para não transformar o que foi uma grande vitória de Brasília em uma grande derrota. Se a competição não fosse no Bezerrão, ela simplesmente não seria em Brasília.

Estádio privatizado: Eu já peguei essa solução feita, então, para mim é complexo falar.  Acho que os equipamentos esportivos têm que ter uma função social. O Mané Garrincha é muito grande. É difícil para a iniciativa privada tocar sozinha por essa razão. Eu acho que ele (o estádio) tem um problema na concepção, na origem. Só que essa decisão já foi dada, nós precisamos pensar em uma solução para ele daqui para frente. Se fosse um estádio de 40 mil lugares, eu teria feito de tudo para não o entregarmos à iniciativa privada, agora, um estádio de quase 70 mil lugares, é difícil.

Se você colocar 30 mil pessoas dentro do Mané Garrincha, você não paga o custo operacional dele, e parece que o evento é um fracasso.  Abrir o Mané Garrincha é uma fortuna. Quando você abre, você tem que pensar que você tem que limpar aquela enorme quantidade de banheiros, tem que colocar segurança naquela quantidade de espaços…Todo quadro móvel, iluminar todo aquele espaço, tudo custa uma fortuna, esse é o problema.

Convite à Conmebol: Nós só tornamos pública essa oferta porque a Conmebol não discute o cancelamento do Chile hoje. Então, a única coisa que nós dissemos foi o seguinte: se não tiver estádio, Brasília está pronta para isso (receber a final da Libertadores). Nós faríamos o investimento necessário, porque esse seria um evento de incremento turístico e econômico monstruoso para nossa cidade.

Legado no Bezerrão: (Com investimentos da Fifa) Nós temos um estádio hoje com condições de jogos da série A. Iluminação é o grande gargalo, porque a série A precisa de uma quantidade “x” de luz que o Bezerrão não alcançava e agora alcança. Foram U$ 300 mil gastos com gramado, um investimento fabuloso. Todas as cadeiras lavadas, trave nova, banco de reserva novo, todo sistema de combate a incêndio foi refeito... São itens desde bandeirinha até iluminação. Então, tem realmente um investimento, uma reforma muito grande no estádio. Sem contar que o entorno todo teve a iluminação trocada, asfalto refeito, tem todo um investimento na cidade. Então, eu considero essa experiência do Sub-17, guardadas as proporções, um dos maiores legados que a gente tem de evento esportivo.

Estádio do Cave: Foram destinados ao Cave (Guará) R$ 8 milhões para reforma daquele complexo, que, infelizmente, não foi utilizado pelo governo passado. Hoje se discute a terceirização, e essa discussão não está na Secretaria de Esporte. Eu acho lamentável essa atual situação de todo aquele equipamento esportivo, que poderia ser referência para o Brasil. Tinha recurso, não foi utilizado e foi devolvido para o governo federal.

Parque da Cidade: “Nossa principal dificuldade na manutenção do parque é que a população de Brasília precisa nos ajudar a cuidar. A gente já reformou os banheiros três vezes neste ano. Aquela história que ‘a cidade mais limpa é a que menos se suja’, isso é inquestionável. O parque mais conservado é o que menos se quebra. Então, nós precisamos de um cuidado e de uma vigilância coletiva nesse sentido. A gente acredita que o parque tem que ser tratado pedaço por pedaço. O pedalinho, por exemplo, estava abandonado. Nós tivemos lá um evento gastronômico que reformou ele todo com dinheiro privado, e depois de entregue, hoje já estamos pensando em um evento agora para o final do ano, ou para o início do ano que vem, que mantenha aquele espaço ocupado. Se ele estiver abandonado , ele vai ser depredado.

Bolsa Atleta: Esse é um programa de alto rendimento. A gente precisa entender muito bem isso, o que é esporte de participação, o que é esporte social, o que é esporte de rendimento e de alto rendimento. O Bolsa Atleta e o Compete Brasília são para esportes de rendimento. É para formação de atleta que quer seguir em uma carreira esportiva. Não é um programa social nem programa de turismo esportivo, porque senão a gente não tem orçamento para quem tem que ter. O Bolsa Atleta é bastante fechado, ele já tem os critérios definidos em lei. Para formação de atletas, nós temos 12 centros olímpicos e paralímpicos em Brasília, todos eles têm o projeto de futuro campeão, que essa é a formação da base, essa é a formação da grande cadeia que vai alimentar programas como Compete e o Bolsa Atleta no futuro. E o governador Ibaneis determinou que nós construíssemos a Escola Compartilhada de Esporte, para que a gente tenha uma escola voltada para a formação de atletas, onde a base curricular seja extremamente forte, mas que a oportunidade da formação de um atleta, do esporte de rendimento seja levada a sério e profissionalmente. Isso que nós estamos estudando para construir provavelmente no ano que vem.

Emendas parlamentares: Isso foi um trabalho de parceria do GDF e da bancada federal extremamente generoso. Foram destinados R$ 20 milhões para a construção de dois centros olímpicos, um deles no Itapoã, onde hoje não temos nenhum centro olímpico, então, teremos a oportunidade de democratizar o esporte para essa região.

Autódromo: Toda essa parte de privatização, de terceirização (do Autódromo Nelson Piquet) não é com a secretaria. Nós damos uma nota técnica do ponto de vista esportivo; então, eu tenho participado muito pouco dessa parte de terceirização, de concessões. O que o governo determinará, quais serão os equipamentos esportivos e quais devem ficar com a Secretaria de Esportes, nós vamos fazer gestão da melhor forma possível. Eu prefiro não entrar nessa parte das concessões, porque não está sob a ‘batuta’ da secretaria, o autódromo por exemplo, está com a Terracap e com a Secretaria das PPPs (parcerias público-privadas).

Ministério do Esporte: Eu explicitei a minha opinião à época. Fui talvez um dos mais críticos da extinção do Ministério do Esporte. Embora eu tenha um grande carinho pelo ministro Osmar Terra, quem considera um grande administrador público, a questão não é quem está à frente da pasta da Cidadania, a questão é que o esporte é grande demais pra ser subtema. O esporte no Brasil não pode ser subtema da cultura, da cidadania ou do que for.  Eu fui ministro do Esporte, e a dedicação de um ministro inteiramente ligado ao esporte, 24h por dia, não é suficiente. Eu sempre falava que a gente fazia muito, e a gente olhava e falava: ‘Caramba, mas falta tanto’, porque o Brasil é continental. Sempre vai faltar muito, por mais que você realize. Como subtema, vai dar o que está sendo visto hoje. Uma execução orçamentária pequena, uma secretaria esvaziada, com pouca entrega. Nós vamos ter, infelizmente, um resultado disso nos próximos anos.

(*) Agatha Gonzaga  - CB.Poder - Correio Braziliense


1 Comentários

  1. No Brasil contemporâneo a música se tornou horrorosa. Mal feita e sem crítica nenhuma. Idem os eventos que deixaram de ser artísticos para virar apenas de consumo barato. Negação da arte. Ninguém mais tem vergonha e a “cara não queima” de tanta breguice. Até jornalistas ficam embasbacados com o barango. Fugir via e-du-ca-ção! Eis a resposta de liberdade. É o Brasil… Educação em 1º lugar!! Sim! Pena que tem tanto ladrão… Além disso, podemos dizer o seguinte: o Petismo, lula, dilmAnta são um estilo estético de tudo quando é breguice, baranguice cultural, cafonice sindical infiltrada no pensamento e na filosofia petistas. E, para completar, sem dúvida nenhuma: o Kitsch político constante que impera dento do Partido dos Trabalhadores.

    O PT tem um mau gosto enoooorme! Um projeto para educação hipócrita e fracoide (p’ra inglês ver). O PT é barango.

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