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ENTREVISTA: Ruy Coutinho » Secretário de Desenvolvimento Econômico


A CEB está adiantada, já decolou. Ao CB.Poder, secretário do GDF detalha o processo de privatização de três estatais: CEB, Caesb e Metrô. A primeira deve ser vendida até 2020

Por meio de um acordo de cooperação técnica, o GDF e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) vão privatizar três empresas estatais nos próximos três anos. A Companhia Energética de Brasília (CEB) está com o processo avançado e, até a metade do próximo ano, deve repassar à iniciativa privada 51% das ações. O restante, 49%, deve continuar sob domínio do Executivo local. A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô/DF) também passarão para a iniciativa privada.

A expectativa do governo é de que cerca de R$ 8 bilhões possam ser lucrados com essas vendas. A declaração foi dada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Ruy Coutinho, em entrevista ontem ao programa CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. O GDF prepara-se agora para acelerar o processo de privatização e, assim, investir o retorno financeiro em áreas como saúde, educação e segurança, de acordo com o secretário.

Como estão os processos de privatização? A CEB é a primeira. Foram eleitas três empresas para inaugurarem o processo de privatização no DF: a CEB, a Caesb e a Metrô/DF. Nos três casos, nós fizemos um documento com o BNDES, um acordo de cooperação técnica visando o apoio do banco a todo o processo.

O BNDES pode ter uma participação também como financiador, ou não?Eventualmente, sim, mas o foco primordial da nossa conversa com o BNDES são as privatizações. Aliás, são duas fases. O acordo de cooperação técnica é um documento guarda-chuva que engloba as três empresas que eu citei e, depois, cada uma das empresas assina um contrato de prestação de serviço com o BNDES, no qual o banco vai fazer, então, a modelagem de venda e a precificação.

A perspectiva é de faturamento de R$ 8 bilhões com as empresas? Na verdade, isso é um número indicativo que a minha equipe está trabalhando com base nessas três empresas que eu citei. Provavelmente, chegue a um número aproximado disso.

O que muda para a população esse tipo de privatização? O nome do jogo é eficiência. A CEB tem deficiência de capital de giro e um alto endividamento, com risco até de descontinuidade operacional. Então, uma reestruturação que poderá ser feita concomitantemente ao processo de privatização vai proporcionar inclusive um melhor preço de alienação desse ativo.

E os serviços vão melhorar? Um dos casos que eu sempre cito é o da telefonia. Vocês lembram que telefone tinha de lançar na declaração de bens, era escasso e caríssimo. Hoje, você chega na esquina e compra um telefone e sai falando e pronto.

Quais empresas o senhor acha que têm mais chance de serem privatizadas? A CEB está adiantada, já decolou. Não acredito que ocorra neste ano ainda. O contrato de prestação de serviço com o BNDES foi feito, mas ainda está correndo. Acredito que, até meados do ano que vem, nós estaremos com o leilão da CEB ok. Porque um processo de privatização não é simples, é complexo.

E o GDF está preparado para enfrentar os empregados dessas empresas? Tem de estar, porque é uma realidade. Eu me lembro que, na privatização da Vale do Rio Doce, eu estava no BNDES a essa época, e nós contratamos cinco jatinhos para ficarem estacionados em aeroportos estratégicos com advogados para cassar liminar, porque era uma onda de liminares no dia da privatização. Então, esse é um aspecto que faz parte da democracia, mas pode atrasar o processo.

Esses R$ 8 bilhões, se arrecadados, serão aplicados em quê? Esses recursos têm de ser aplicados em saúde, educação e segurança, que são os três pontos nevrálgicos, mas também, e principalmente, em infraestrutura. Nós temos hoje uma infraestrutura bastante decrépita aqui no DF, e o governador Ibaneis está muito preocupado com isso.

O que a secretaria tem feito para ajudar o GDF nessa situação de desemprego? A missão pela qual eu vim para a secretaria é a atração de investimentos. Economia menos dependente do Estado e atração de investimentos, mas isso você não faz do dia para a noite. Nós formamos um grupo de trabalho com a Terracap com o objetivo de solucionar essas pendências e, paralelamente, elaboramos um programa, o Desenvolve DF, que tem incentivos de ordem econômica e de ordem fiscal.

E o programa deve gerar quantos empregos? Existe um complicador, que esse programa está sendo criado agora por meio de um projeto de lei enviado agora, há uns 20 dias, à Câmara Legislativa. Então, precisa ser aprovado. O foco inicial é você ter uma redução da ordem de 20% do desemprego.

                                           (Entrevista completa, vídeos 01 e 02)
Alexandre de Paula - CB.Poder - Foto: Vinícius Cardoso/CB/D.A.Press - Correio Braziliense




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