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FHC: Bolsonaro não pisou na bola; até agora vai bem


Bolsonaro não pisou na bola; até agora vai bem, O presidente Jair Bolsonaro não é reacionário. Não sou eleitor dele, mas não é o diabo que pintam. As instituições funcionam livremente. A liberdade reina no Brasil. 

Se pessoas no entorno do presidente têm ligações com milícias, ninguém pode responsabiloizar Bolsonaro por isso. Lula não é preso político. Ele foi condenado pelos erros que cometeu. Luciano Huck é uma celebridade. É diferente de ser líder. Ter contato com o povo não é sinônimo de mandato, de saber governar. Há muita diferença nisso. 

Essa é a visão política do Brasil de hoje, traçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta sexta-feira, 18. Veja trechos a seguir: 

Bandido é bandido: Na média a Lava Jato foi positiva. Colocou na cadeia ricos e poderosos que nunca iam presos. Não gosto de ver gente na cadeia, não tenho satisfação. Mas não posso deixar de reconhecer que a Lava Jato foi uma reação à corrupção do sistema democrático. 

Lula e Bolsonaro: Para o meu gosto, os dois são um preço alto. Mas que eu saiba, não teve nada no governo Bolsonaro até agora que tivesse sido contra a lei. Não votei no Bolsonaro e não apoio o governo, mas é preciso ter equilíbrio nessas coisas. Há liberdade, imprensa livre, Justiça e Congresso funcionando. Outra coisa é discordar das medidas que são tomadas. Não vejo que o governo Bolsonaro tenha incorrido em alguma coisa que fosse crime, contra a lei. 

Bolsonaro e milícias: Mas isso não é ele. Não posso condenar o presidente por sua família. Tem que ver caso a caso. Me parece suspeito que alguém que ligado a Presidência da República tenha ligações com milícias. 

Lula preso político: Não, eu não acho. Pode ter motivação contra ele, inclusive por juízes, mas não é por isso que ele é condenado. É condenado por fatos. 

Huck na berlinda: Pode virar presidente? Eventualmente sim, mas o que significa isso? Significa que a pessoa tem que exercer a liderança política. Sou amigo do Luciano, etc. Agora, preciso ver se ele vai deixar de ser celebridade para ser líder. Celebridade é uma coisa importante, tem acesso ao povo, mas líder é outra coisa. Se ele fizer esse passo, ele tem chance. Às vezes pessoas são eleitas sem ter essa qualidade, chegam ao governo e não governam. Ou governam com dificuldade.

Pretta Abreu - Notibras/Estadão 



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