GDF quer
entregar nova sala Martins Pena até dezembro de 2020. União destinou R$ 33,4
milhões para a reforma, mas Secretaria de Cultura ainda espera repasse para
publicação do pregão eletrônico. (*Por Caio Barbieri)
Fechada
quase há seis anos, a sala Martins Pena, do Teatro Nacional Cláudio Santoro,
será reaberta até o mês de dezembro de 2020, segundo informou ao Metrópoles a
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Pela capacidade
de público, de 407 pessoas, o espaço é o segundo mais importante do famoso
cartão-postal de Brasília. O anúncio ocorre pouco após o governo federal
garantir a liberação de R$ 33,4 milhões para as obras de reforma e restauração
do local. O recurso é oriundo do Fundo de Direitos Difusos do Ministério da
Justiça (FDD).
Antes da
liberação recente da verba, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), instalou
um grupo executivo para elaboração de estudos, e proposição de instrumento
voltado ao restauro total do Teatro Nacional Cláudio Santoro foi assinada e
publicada no Diário Oficial (DODF) no dia 9 de outubro de 2019, um mês antes da
autorização dos recursos da União. Até então, integrantes do Governo do
Distrito Federal (GDF) estudavam recorrer a investimentos empresariais em
contrapartida a benefícios da política de incentivo cultural.
Durante
um ano, o espaço passará por melhorias na acessibilidade – um dos principais
motivos da interdição –, além da troca de todas as poltronas, reforma do palco
e do piso. Mais para frente, há previsão de recuperação total dos painéis de
Athos Bulcão localizados dentro e fora da sala de apresentações. O paisagismo
de Burle Marx também será contemplado pelo projeto assinado pelo arquiteto
Ismail Solé, já aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan)
De acordo
com a Secretaria de Cultura, o recurso milionário deve ser depositado nas
contas do GDF no começo de dezembro, data prevista para o início das obras.
Somente então, o pregão será realizado exclusivamente para a sala Martins Pena.
Um grupo de trabalho de cooperação mútua sobre a reforma do teatro cuidará da
fiscalização e coordenação das benfeitorias. Também cabe aos servidores
escolhidos participar da elaboração do edital para contratação de empresa
especializada. A comissão foi criada em 12 de novembro deste ano pelos
secretários de Cultura, Adão Cândido, e de Obras, Izídio Santos Júnior.
Veja a
portaria conjunta:
Abandonado
Em janeiro de 2014, o Teatro Nacional foi fechado por recomendação do Corpo de
Bombeiros (CBMDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT), por não atender a normas de acessibilidade e segurança vigentes. No
mesmo ano, a Secretaria de Cultura realizou licitação e posterior contratação
do projeto executivo de reforma.
Nos anos
seguintes, a crise econômica do país e, em especial, a constatação de uma
delicada situação financeira no Distrito Federal tornaram inviável a realização
da obra como um empreendimento único – o que demandaria a execução do valor
integral previsto no projeto. Nesse contexto, avaliou-se que a melhor
alternativa seria a adequação do projeto executivo de forma a permitir a
realização da obra em etapas, gradualmente, de acordo com a disponibilidade de
recursos financeiros.
Tal
encaminhamento permitiria que, em uma primeira etapa, fosse reaberta a sala
Martins Pena e, em fase posterior, as salas Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos,
bem como o Espaço Dercy Gonçalves. Mas a obra não se concretizou.
*Por Caio
Barbieri – Foto: Daniel Ferreira- Metrópoles
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